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"O dado é o ouro da felicidade no varejo moderno", entenda como o Retail Media pode transformar o seu negócio

13/08/2025 • Última actualización 3 Meses

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Retail Media. Antes desconhecido da maioria. Depois uma aposta. Hoje uma realidade e uma ferramenta de diferenciação da concorrência. Esse momento representa um ponto de virada para o varejo supermercadista, tendo os dados como os protagonistas de uma transformação extremamente rentável para a indústria e supermercados. Se você ainda não sabe como aplicar no seu negócio, a palestra "Retail Media com dados: quando métricas viram resultados", realizada nesta quarta-feira, 13 de agosto, no palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week trouxe todas as respostas? Como converter números em decisões estratégicas que realmente gerem impacto? Vitor Hugo Monteiro, head de digital dos Supermercados Zona Sul, Fábio Amorim, CEO da Pixel Retail, Juliana Hisae, gerente nacional de trade marketing da Seara, e Lorena Andrade, gerente de marketing da Verde Campo, apresentaram suas visões, experiências e insights preciosos sobre o tema.

Retail media: potencial pouco explorado no Brasil

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Fábio Amorim, CEO da Pixel Retail, iniciou a apresentação do painel: "O mercado de publicidade no Brasil, hoje em dia, movimenta cerca de R$ 8,1 bilhões. É muita grana. Se você pegar essa receita toda que é comercializada e dividi-la em quatro fatias: 40% vai para a TV (rede aberta, etc.), 40% vai para o online (Meta, Google...), e aí sobram mais ou menos 20%. Desses, 12% vão para a mídia out of home, e 9,8% para a imprensa, como jornais. Mas se você for ver a grana do retail media, como está acontecendo por aqui? É um número muito pequeno no Brasil. São poucas as empresas que investem em retail media. Por outro lado, quando você olha esse movimento nos Estados Unidos, hoje o retail media já representa mais de 10% do faturamento de publicidade no país. É um mercado que já movimenta US$ 38 bilhões por ano".

"Quando você vem para o Brasil, o negócio ainda está começando a engatar. É uma grande onda que vai vir com muita força. E hoje, os varejistas estão tentando se profissionalizar para realmente capturar esse movimento. Os maiores veículos são aqueles que, normalmente, juntam dados com mídia. E aí você vê o Google, parece até mentira, né? O Google não é declarado no Brasil, mas geralmente se estima que ele fature mais de R$ 30 bilhões por aqui. E o Google já não vende mais um anúncio comum. Ele vende uma carteira de interesse, segmentação: homem, tal perfil, tal consumo. E com isso, impacta com esses meios – seja por curiosidade, seja por mídia social, seja por anúncios na Meta. Como funciona? Você pega pessoas que têm um perfil parecido com o público-alvo e comunica essa campanha. Simplesmente foi um sucesso. Nós já tínhamos feito essa campanha anteriormente. Repetimos agora, só que com esse novo formato que mencionei, e ela vendeu três vezes mais do que tinha vendido da primeira vez, que foi só um banner no home. Então é a prova de que, às vezes, a pessoa acha que é só colocar um anúncio na TV que vai vender muito. Nem sempre. Você sabe se o seu público-alvo assiste à TV aberta? Depende do produto. Pode ser que funcione, mas também pode ser que não", prosseguiu Amorim.

O CEO da Pixel Retail afirmou em sequência: "Entender quem é o seu cliente e trazer os dados da campanha para a indústria é muito importante. A indústria vê valor nisso, e automaticamente volta para fazer mais campanhas, novas ações. Não é aquele tiro curto, em que você pega a grana e fala: 'legal, já tenho uma nova linha de receita no retail media, e vamos ver como segue'. Isso é um erro. Com esse tiro curto, você vai ter receita uma vez e depois acabou, porque não trabalhou a mídia da forma correta. Não entendeu o público-alvo, não distribuiu a campanha da maneira certa. A indústria olha e pensa: 'não teve um bom resultado, não gerou confiança, o ROI foi baixo'. Resultado? Tiro curto. Por isso é importante entender os dados, trabalhar de forma inteligente, personalizada, segmentada, entender qual é a audiência para distribuir a campanha da maneira correta. É muito legal ver essa diferença de postura, entre a preocupação em 'amarrar o sell-in' e o VIL (Varejo Inteligente Localizado, por exemplo), que traz uma preocupação muito maior, com plano de mix estruturado, com ações que realmente vão melhorar a performance de sell-out daquele produto. A ideia é ter uma campanha de sucesso no final do dia. É uma grande mudança de postura em relação ao modelo tradicional".

"Há 70 anos, o varejo tinha 1.000m² de área de vendas e 3 mil SKUs. Passaram-se algumas décadas e a loja continua do mesmo tamanho, mas agora com 15 mil SKUs. Então a disputa por espaço é gigantesca. Infelizmente, só a embalagem não conta mais a história. Se o cliente não está comprando, por que vou continuar colocando aquele produto em destaque? Então, a mídia acaba ajudando a mostrar esses diferenciais. Como falei, não é mais uma questão apenas de preço. A guerra de preços só tira valor da marca. O foco agora é em valor percebido. Se pensarmos, quase o Brasil inteiro está toda a semana esse mercado. Então, não tem valor mais relevante", finalizou Fábio Amorim.

Zona Sul: case de sucesso e resultados extraordinários

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Vitor Hugo Monteiro, head de digital dos Supermercados Zona Sul, explicou a importância fundamental dos dados: "O ponto chave são os dados. A Amazon é a número 1 mundial por conta disso. Ela trabalha muito bem com os dados que consegue minerar. Então, o nosso site faz um pouquinho disso. Esse é um grande salto, que mostra para a indústria que vale a pena investir. Saímos daquela visão de 'vou colocar um pouco de visibilidade, um banner na home do site e pronto'. Eu sei que se colocar um banner na home do site, vai gerar X milhões de impressões etc. Mas será que é a melhor mídia? Será que é a mídia mais adequada para divulgar aquela campanha?"

"Vou contar um caso que aconteceu logo que assumi a área digital. Minha analista ficou desesperada porque precisava ativar uma campanha que o gestor da categoria tinha fechado, já negociado. E ele queria, especificamente, um banner na home. Mas não havia mais espaço disponível, toda a programação já estava fechada. Chamei o time de CRM, o especialista de performance, e fizemos um estudo sobre aquele produto. Que produto é esse? Qual é o público-alvo? Com quais produtos ele faz cross? Com quais categorias conversa? Desenhamos uma campanha em que criamos uma régua de relacionamento e comunicação via CRM. Fizemos inserções em diversas comunicações, com foco nos produtos de cross-selling. Comunicamos a campanha durante aquele período específico, inserimos a visibilidade no site com palavras-chave na busca, colocamos comunicação dentro das categorias de voz, demos mais destaque ao produto e à oferta. Criamos também uma audiência com base na nossa própria base de dados. Entendemos quem era o cliente, qual era o público-alvo, e então fizemos o que chamamos de Retail Media Offsite — subimos essa audiência para o Meta Ads. Você pega pessoas com perfil parecido e comunica essa campanha. Simplesmente, foi um sucesso. Já tínhamos feito essa campanha antes, mas não nesse formato. Agora, ela vendeu três vezes mais do que da primeira vez, que tinha sido apenas um banner na home. É a prova de que, às vezes, a pessoa pensa: 'Vou colocar um anúncio na televisão que vai vender muito'. Não é bem assim. Você sabe se o seu público-alvo assiste à TV aberta? Isso depende do produto. Pode dar certo... ou não", continuou o head de digital dos Supermercados Zona Sul.

Vitor Hugo também destacou a relevância de caminhar lado a lado com a indústria nesse processo: "Foi isso que fizemos nessa campanha e é o que sempre fazemos com as indústrias. A gente entende o propósito do produto, quem é o público-alvo. Temos uma base de dados muito bem identificada. Conseguimos entender o perfil de consumo e trabalhar esse público de forma direcionada. Não vamos falar, por exemplo, com um cliente vegano oferecendo promoção de carne. Entender quem é o seu cliente e levar os dados da campanha para a indústria é fundamental. A indústria vê valor nisso e, automaticamente, volta para fazer mais campanhas. Não pode ser aquele tiro curto em que você pensa: 'Legal, vou pegar essa verba aqui, já tenho uma nova linha de receita no retail media, e vamos ver no que dá'. Porque, nesse modelo, você vai ter aquela receita só uma vez, e depois... acabou. Por quê? Porque não trabalhou a mídia da forma correta. Não entendeu o público-alvo. Não distribuiu a campanha do jeito certo. A indústria, então, olha e diz: 'Cara, não teve um bom resultado, o ROI foi baixo, não deu confiança...'. E aí vira um tiro curto. Por isso é importante entender os dados, trabalhar de forma inteligente, personalizada, segmentada. Entender qual é a audiência, para distribuir a campanha da maneira correta. Como eu disse antes: o dado é o ouro da felicidade no varejo moderno".

"Falando de retail media, você precisa entender quem é o seu público-alvo e onde você vai conseguir impactá-lo. Isso é muito importante. Uma forma que encontramos de potencializar as campanhas, e mostrar para a indústria que vale a pena investir, é provar que o retail media não é só mais uma linha de receita. Ele tem que gerar mais venda. Então, como mostrar valor para a indústria? Lá no Zona Sul, temos um portal de dados onde a indústria pode acessar informações de performance, vendas, dados demográficos, geração do cliente (X, Y, Z), bairro de residência, loja com melhor performance, horário de pico de venda do produto... Tudo isso ajuda a entender onde comunicar o produto e quando. Por exemplo: qual o horário ideal para ativar uma campanha com a Pixel em um painel de LED? Essas decisões são baseadas em dados. Isso tudo é muito valioso e ajuda a indústria a tomar decisões: vou investir? Onde vou investir? Quanto investir? É muito mais do que vemos em outros que ainda não têm maturidade com dados. Para alguns, qualquer visibilidade é válida. Mas será que é a melhor visibilidade? Qual seria a ideal para aquele produto? Qual dia da semana? Qual geração? Qual loja? Qual bairro? Com esses dados, conseguimos planejar melhor, entender o público, saber qual produto faz cross com qual, fazer uma exposição combinada — e, o melhor, a indústria não depende do Zona Sul para acessar esses dados. Isso é o mais legal", prosseguiu.

O head de digital dos Supermercados Zona Sul reforçou outro ponto essencial, compartilhar informações e dados com a indústria: "Qual foi o resultado da campanha? Não precisa esperar um e-mail nosso. Você pode, sim, acessar um resultado mais detalhado com métricas de conversão, etc. Você tem um universo de informações no portal de dados. Não precisa esperar que eu entregue a análise — embora eu possa entregar também. Mas, no dia seguinte, você já tem tudo na sua mão. Esse portal é uma ferramenta muito valiosa, tanto para nós, no Zona Sul, quanto para a indústria. Com ele, conseguimos mostrar valor, aumentar nossa receita com retail media e trade marketing, aumentar o número de campanhas e, no fim das contas, gerar mais vendas — com muito mais performance. A maior parte dessas informações não é repassada para a indústria. Existe muita conta de 'sell-in' para justificar uma ação, mas às vezes empurram três carretas para o supermercado e nem sabem se está vendendo ou não. Vão descobrir só depois, quando houver quebra ou perda. O diferencial do modelo é o compartilhamento de dados com os anunciantes. Criar um portal e democratizar a informação para a indústria, permitindo resultados melhores. Geralmente, a indústria não recebe dados do varejo. E o nosso modelo, com o Zona Sul, abriu portas. Explicamos como o projeto funciona, e compartilhamos os dados com os retailers e com os anunciantes".

"É muito comum, acho que todo mundo aqui já passou por isso, entrar em uma loja para comprar alguma coisa, puxar o celular, fazer uma pesquisa rápida de preço e pensar: 'Não, vou comprar porque o preço está bom, vai ser uma boa compra'. Então, isso também acontece na nossa loja. Na verdade, nós, através da nossa proposta de valor, incentivamos o cliente a acessar o nosso aplicativo dentro da loja, para que ele consiga ativar ofertas e promoções. Isso é um tipo de comunicação com o cliente via mídia. Ali, temos uma oportunidade: dentro da loja física, o cliente está passando com o smartphone em mãos, acessando o aplicativo da rede. Ele pode receber um preço personalizado. Com geolocalização, ele consegue ver campanhas digitais personalizadas. Além disso, existem outros pontos de contato com o cliente dentro da loja física, como a exposição em painéis de LED, como os que temos com a Pulse, por exemplo. Então, o cliente, em sua jornada de compra, já entra com intenção de comprar. Olha que interessante: o cliente já está propenso à compra. É muito mais fácil gerar conversão quando você fala com esse cliente no momento certo. Hoje, realmente, cerca de 90% da nossa renda vem do físico, mas o online é uma ferramenta superpoderosa para trabalhar essa conversão. Inclusive, quando falamos de CRM, conseguimos nos comunicar com o cliente por meio de uma régua completa de relacionamento. Ou seja, conseguimos trabalhar o funil completo. Então é preciso trabalhar a omnicanalidade. O varejo supermercadista é um espaço democrático. Então, não tem como não olhar para isso e pensar: eu tenho a população brasileira inteira no mercado em algum momento. Então, eu tenho que potencializar isso. Com fazer o supermercado virar, de fato, um foco de mídia, de conversão? É totalmente possível. Temos que ter investimento em tecnologia, para trabalharmos mais rápido na distribuição das campanhas nos pontos de visibilidade. Mudar a cultura do varejista, para entender que isso sim é uma coisa muito importante, que tem que ser vista. Quem não trabalhar com isso, fecha a porta. E a indústria tem o poder de forçar o varejo a mudar. Se a indústria não investir porque não há compartilhamento de dados, impressões, taxa de conversão, público-alvo, do ROI, isso vai mudar. A indústria tem o papel fundamental em forçar o varejo a mudar. É uma questão cultural, difícil, mas que precisa mudar", encerrou Vitor Hugo.

Visão da indústria: o case de impacto da Verde Campo

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Lorena Andrade, gerente de marketing da Verde Campo, pontuou: "Nosso case de hoje... fizemos um marketing 360º em cima do nosso queijo cottage durante três meses. Todo o marketing estava conectado a esse produto. Eu tinha não só o time de trade focado nele, mas também comunicação e o time comercial, é claro. Trabalhamos todo o funil de marketing: tivemos ações com influenciadores, fizemos mídia em aeroporto durante uma feira, e também escolhemos alguns dos nossos principais pontos de venda — o grande parceiro Zona Sul aqui no Rio de Janeiro. Realizamos a campanha por meio da Pixel, colocando mídias institucionais. Eu não divulguei oferta, não comuniquei preço. Fizemos comunicação de atributos. Tínhamos um promotor de merchandising cuidando da exposição do produto, houve também um período com oferta, além das mídias do Zona Sul. Ou seja, tínhamos exposição e visibilidade. Foi uma comunicação institucional, voltada para o valor do produto. Tivemos o período pré-campanha: ali, vendíamos o produto com participação de 0,6 no total da rede, e 0,2 nas lojas que tinham mídia. Durante a campanha, crescemos, em média, 30% nas vendas. Quando isolamos as lojas com tela, com mídia, com retail media, e comparamos com as lojas que não tinham retail media, há uma diferença de 12%. Então, contra fatos, não há argumentos. O único diferencial que tivemos nessas seis lojas, em comparação com as demais, foi a mídia — o retail media. O resultado está aí, são dados. É factível. É muito legal quando se comprova".

"Eu também preciso vender. Mas, antes de eu vender para fora, preciso garantir o abastecimento interno. Se eu vejo, por meio dos dados, que está vendendo para fora, consigo atuar na ruptura, né? E esse é o pior problema do mercado: a ruptura. É quando o consumidor chega na loja e não encontra o produto. É a parte mais triste. Cadê o queijo cottage da Verde Campo? Também não tem. Quando você abre essa visibilidade para a indústria, nosso time de vendas e de trade consegue atuar. Consegue ver o estoque, loja por loja. Então, se eu quiser ver o produto na loja X... o ciclo gira. Gente, isso é bom para todo mundo. Exatamente, o ciclo se torna muito mais granular. É como estávamos dizendo: no marketing tradicional, quando colocamos dinheiro na agência de publicidade, a agência garante o check-in da mídia e mostra o número de impactos. Mas quando investimos no trade do varejo, precisamos entender o retorno desse investimento. Como? Através do apoio do varejo, do braço operacional que mostra o check-in, os dados. Precisamos estar muito conectados. Quanto mais o trade da indústria estiver conectado com o trade do varejo, melhor. Mas nem todo varejo tem um setor de trade estruturado. Às vezes, é o comercial que assume essa função. E aí, como indústria, você chega e pergunta: 'Comercial, e aí? Aquela verba que a gente investiu? Saímos no encarte? Colocamos ponta de gôndola? Fizemos aquela ação?'. E a resposta é... 'Hum... então… vamos lá'. Acho que é aí que precisamos evoluir. A indústria precisa ganhar força e profissionalismo, porque dados a gente já tem. A gôndola é um outdoor vivo. Você vê ali todos os produtos, pode ir lá e pegar na hora. O supermercado é o único lugar em que o funil de marketing acontece inteiro: você é impactado por um produto ou uma publicidade, reconhece, considera, e, se fizer sentido, converte na hora, compra na hora. Então, esse jogo pode ser muito bem jogado. Só que o varejo precisa se profissionalizar mais e dar mais atenção ao retail media, porque ainda tem muito jogo para acontecer", concluiu Lorena.

Indústria em foco novamente: o case de destaque da Seara

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Juliana Hisae, gerente nacional de Trade Marketing da Seara, avaliou: "Nós tínhamos o desafio de alavancar a nossa linha de frango orgânico. E, nesse caso, não tinha um plano 360. Então precisávamos mesmo fazer toda a comunicação dentro do varejo. Dentro desse contexto, contamos com um super parceiro, o Zona Sul, para explorar todos os pontos de contato no e-commerce. Porque, qual era o nosso desafio que traçamos junto com o time do Zona Sul? Vamos primeiro começar pelo e-commerce, e depois, com base nos resultados, distribuir para as lojas físicas. Só que, para distribuir para as lojas físicas, precisávamos estabelecer um target de sell-out. Com isso, construímos todo um plano de comunicação. O que inovava nesse plano de comunicação? Bom, claro que tinha o banner na home, mas além disso, usamos banner de busca, frete grátis, e também fizemos CRM com base segmentada. Ou seja, fomos diretamente aos consumidores que realmente consomem a linha de frango orgânico. Óbvio, começamos com uma comunicação institucional, depois trabalhamos com algum percentual de desconto, e também fizemos brindes promocionais".

"Quando olhamos a curva de desempenho desde o início do projeto, vemos claramente o ponto em que atingimos o nosso target para abrir as lojas físicas, que foi entre abril e maio. Esse crescimento foi praticamente o dobro do volume de consumidores. Hoje, se a gente pegar o crescimento médio durante todo o período, considerando o volume colocado dentro do Zona Sul, já tivemos um crescimento de cerca de 42% em sell-out. Então, é isso. Esse é o resultado de quando fazemos ações casadas, quando fechamos um plano completo de comunicação e ativamos o consumidor 'na veia', vamos dizer assim. Sempre tivemos apoio com relação aos dados — o reporte de dados sempre esteve presente. Fazíamos reuniões justamente para identificar oportunidades: 'Olha, aqui tem uma chance, vamos ajustar a direção?', e isso aconteceu bastante em parceria com o Zona Sul", disse em sequência a gerente nacional de Trade Marketing da Seara.

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Juliana encerrou: "Isso é muito interessante porque o grande desafio da indústria é justamente conseguir mostrar valor e fugir dos planos 'automáticos'. O que falta para a indústria é mais proximidade, mais contato com os dados que o varejista enxerga dentro da base de consumidores dele. Porque, quando eu falo da minha linha de frango orgânico, estou falando de um público muito específico. São consumidores que já vêm pautados, já sabem que querem aquele tipo de produto. Quando colocamos essa linha em um 'mar' de produtos in natura — ou até dentro da própria categoria de frangos — o frango orgânico acaba ficando muito pequeno, se perdendo ali. Mas, a partir do momento em que temos dados para entender, por exemplo: 'Olha, o meu consumidor costuma comprar nesse horário, o tíquete médio é esse...', aí conseguimos ampliar bastante o investimento da indústria junto ao varejo. Então, acho que é basicamente isso: compartilhamento de dados para que possamos tomar decisões corretas e mais assertivas. Acredito que isso precisa ser o principal gatilho de mudança que os varejistas devem adotar junto com as indústrias. Muitos dos consumidores vão no varejo para buscar informação, porque não é sempre que a gente consegue fazer o aporte de mídia para todas as linhas. Então é dentro do varejo que o shopper vai entender o produto".

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