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"Quem entende o controle das histórias e narrativas, pode ditar o que será verdade nos próximos anos", um mergulho em questionamentos sobre a tecnologia

13/08/2025 • Última actualización 3 Meses

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Um mergulho contestador nas possibilidades que a tecnologia desenha para os próximos anos. Foi isso que o palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week promoveu no início da noite desta quarta-feira, 13 de agosto, na palestra "O futuro que estamos codificando". Fábio Amado, sócio e head de experiência da @KES, e Mariana Castro, head de curadoria da @KES, conduziram uma conversa instigante sobre como o hoje impactará no futuro.

"O avanço tecnológico, tem, claro, a evolução da tecnologia, algumas consequências como privacidade de verdade, alguns conteúdos e temas que são ligados diretamente com a liderança, enfim, várias coisas legais. Mas também temos a crise da verdade", declarou Fábio Amado em sua fala de abertura.

"O termo evolução é comumente associado a progresso, a desenvolvimento, quando pensamos em evolução é todo um processo de transformação da espécie. Porém, nem sempre isso é positivo", prosseguiu Mariana Castro.

A head de curadoria da @KES ressaltou: "A Amy Webb fala que normalmente os incentivos na tomada de decisões que definem o nosso futuro são os incentivos voltados pra performance e desempenho, muitas vezes os incentivos individuais. E aqui chegamos nos três imperativos para evolução: tecnotopia, termocrise e a falácia da disrupção. O poder salvador da tecnologia, essa filosofia centrada no poder da tecnologia como algo que é capaz de encontrar soluções para todos os nossos problemas. A falácia da disrupção é acreditar que para evoluir precisamos inovar, mas que para renovar é necessário romper com tudo que veio antes. Hoje, talvez, o que mais precisemos seja exatamente de um sistema duradouro que fortaleça as conexões mais sólidas, porque ao acelerar demais a tecnologia, a gente vem quebrando coisas pelo caminho tão importantes quanto a democracia e a verdade, por exemplo".

"Infelizmente, o senso comum que tínhamos sobre a verdade está colapsado. Não temos mais a mesma ideia do que é a verdade. O problema em si não são as ferramentas de geração, de inteligência artificial generativa, mas as consequências que elas estão causando na sociedade. É uma grande desinformação global generalizada acontecendo. A guerra de narrativas, em que a verdade virou um produto. Isso vem do conceito de pós-verdade, não é um conceito novo, tem quase 10 anos. Isso significa que qualquer pessoa, na hora de formatar sua opinião pública, leva mais em consideração as crenças pessoais, valores que estão conectados com o íntimo, porque se aquela informação é verdadeira ou não, não importa. Não importa se é mentira ou é verdade. Agora, se essa informação tem tudo a ver com o que eu acredito, eu considero uma verdade. Ou seja, não só a verdade está em crise, mas também a informação", ratificou o sócio e head de experiência da @KES.

Fábio Amado concluiu: "Quem entende o controle das histórias e narrativas, pode ditar o que será verdade nos próximos anos. O que estamos fazendo para blindar nossas empresas desses reflexos? Como que vamos fazer para que esse viés humano seja educado ou reeducado a entender uma certa crítica, o que é verdade e o que não é verdade?".

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