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Black Friday: Google aponta o que influencia o consumidor na data e te contamos tudo!

05/09/2025 • Última actualización 3 Meses

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Em 2025, a Black Friday completa 15 anos no mercado brasileiro. Já consolidada como uma das principais ações promocionais do calendário anual, tanto para o nosso setor, quanto para a indústria, em 2024 a semana da data ampliou em 18% o faturamento do varejo supermercadista e em 13% a quantidade de unidades vendidas, segundo dados da Scanntech no comparativo com 2023.

Em resumo, a debutante deste ano se tornou mais que um momento comercial, atuando como um grande termômetro das preferências e do comportamento do consumidor, que demonstra um perfil cada vez mais digital - principalmente para pesquisar produtos e preços -, planejado e seletivo, porém, ainda suscetível ao impulso de compra quando impactado por boas estratégias.

"A Black Friday, assim como toda ação promocional, trabalha com o senso de urgência - a ideia de que é necessário aproveitar aquela oportunidade única antes que acabe. E é com isso que os lojistas precisam atuar para conseguir converter as oportunidades. Além disso, é necessário fornecer vantagens reais", ressalta Vivian Peres, fundadora e CEO da Interteia Comunicação.

Esse cenário foi traçado em detalhes pelo inédito levantamento do Google, em parceria com a empresa de pesquisas Offerwise, que aponta que 89% dos brasileiros reconhecem a data e que 6 em cada 10 pretendem finalizar alguma compra na data.

O perfil do consumidor da Black Friday

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A pesquisa aponta que o consumidor irá, preferencialmente, comprar itens já planejados para si mesmo durante a Black Friday. 54% afirmou guardar dinheiro especificamente para a data e 83% começa a economizar e a buscar preços com mais de um mês antes (ou seja, a partir de setembro, pelo menos), já fazendo comparações de valores e mapeando lojas. 48% ainda disse já ter uma lista de desejos pronta.

"É preciso entender que a intenção só vira venda quando a experiência elimina atrito, e este é o grande desafio. Se 60% afirma que pretende comprar e 54% já guarda dinheiro, o desafio do supermercado é ser lembrado no momento decisivo. Isso significa antecipar a conversa com o consumidor ao comunicar ofertas antes da concorrência, criar listas de desejos digitais, estimular reservas e garantir claridade absoluta no preço", afirma Anderson Ozawa, CEO da Aozawa Consultoria.

Américo José, sócio-diretor da Cherto Consultoria, salienta: "O consumidor está com intenção de compra alta, disposto a gastar mais — e o supermercado tem a chance de transformar essa vontade em vendas reais. Mas, para se destacar, é preciso estratégia".

Porém, mesmo com tanto planejamento traçado pelo cliente, o levantamento aponta para uma grande janela de oportunidade no incentivo às compras por impulso. 64% dos entrevistados diz estar planejado, mas 47% assumem ser impulsivo e 53% afirmam tomar decisões rápidas para não perder ofertas. Além disso, 40% admitem que podem gastar mais do que o previsto se os descontos forem sedutores e 68% consideram que podem migrar de loja por conta de melhores preços. Ou seja, parte considerável dos consumidores chega à data preparado, mas aberto a mudanças, promovendo espaço para ações estratégicas inteligentes, tanto no PDV, quanto no digital.

"Isso é o retrato perfeito do supermercado que trabalha no território do 'vi, gostei, levei'. O segredo está em orquestrar estímulos inteligentes como utilizar a disposição de ponta de gôndola, embalagens de presente, degustações e vitrines temáticas que estimulem o cliente a 'agir sem pensar'. No digital, a estratégia é semelhante com a utilização de gatilhos de escassez, as famosas 'últimas unidades', tempo limitado, kits exclusivos, entre outras técnicas", ressalta Ozawa.

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Carolina Peres, CEO e fundadora da Search One Digital, completa com uma sugestão digital: "Uma landing page que capte o endereço e no dia se comunique com esse lead para incentivar a compra, pode ser uma estratégia. Trabalhar com o FOMO também ajuda. 'Veja, todo mundo já comprou e só você vai perder a oportunidade?' Dá para criar um contador no site com o número de produtos vendidos, unir essa estratégia com o Instagram, por exemplo, e comunicar 360º que o lead tem que aproveitar para não perder".

Além disso, apenas 7% dos entrevistados apontam duvidar das promoções da data. O dado reforça a confiança dos consumidores na Black Friday, mas também representa a necessidade de ratificar essa percepção com ofertas reais e comunicação transparente.

Vivan Peres reforça: "O consumidor é cada vez mais informado e já está ligado nos preços e promoções. Quem oferece descontos reais e atrativos sai na frente nesta disputa. Além disso, é essencial entender o perfil do cliente, impactando-o com produtos que realmente façam sentido e o deixem inclinado a fazer a compra".

"A Black Friday se tornou um marco no comportamento do consumidor. O que vemos agora é um cliente mais planejado, digital e seletivo, mas ainda aberto ao impulso diante de boas ofertas. Para o varejo supermercadista, isso significa uma oportunidade única de transformar dados e audiência em valor. Usar Retail Media, promoções no ponto de venda e a experiência omnicanal para conquistar o cliente são estratégias fundamentais. A grande força do nosso setor é a confiança que os supermercados já têm junto às famílias fluminenses- e, na Black Friday, essa confiança pode ser o diferencial para gerar resultados e fidelização", pontua Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ.

Atenção aos gargalos: logística é a principal preocupação do cliente

A pesquisa também indica dois pontos de atenção que podem levar o consumidor a refletir e desistir de uma compra durante a Black Friday. 37% diz se preocupar com prazo de entrega e 41% se importa com o valor do frete.

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"Supermercados têm uma vantagem competitiva gigantesca que é estar próximos do cliente por capilaridade. Enquanto e-commerces disputam frete e logística, o supermercado pode usar sua rede de lojas como hubs de retirada. O clique e retire resolve o prazo, o frete e aproxima o cliente da loja física — onde ele sempre acaba levando mais do que foi pegar. Além disso, o sortimento inteligente permite criar combos de margem com produtos líderes de busca com preço competitivo, somados a agregados estratégicos de maior rentabilidade. O consumidor vê conveniência e preço justo; o supermercadista captura resultado. A diferenciação não vem só do menor valor de frete, mas da proposta de conveniência: compre agora, retire já, aproveite no mesmo dia. Isso nenhum varejo exclusivamente digital consegue escalar na mesma velocidade e qualidade do que os supermercados", expõe Anderson Ozawa.

Carolina Peres prossegue: "Temos aqui os 3 grandes principais problemas de uma venda. Para alguns produtos, o preço vai importar. Principalmente se já for uma marca conhecida. Se não der para brigar pelo preço, briga com o frete. É preciso fazer o que for possível para que o lead entenda que aquela opção é a mais vantajosa. O prazo de entrega é o mais delicado. Antes da B.F é preciso planejar como as entregas vão ser feitas e direcionar uma equipe de atendimento para estas reclamações que vão surgir. Depois da compra por impulso, o cliente fica ansioso para receber a compra e quanto mais demora, mais ele perde a paciência e começa a reclamar. Então as coisas precisam ser milimetricamente pensadas para evitar dissabores nessa parte".

"Para vencer as preocupações com frete, prazo e preço é preciso estratégia. Frete inteligente - grátis acima de um valor, click-and-collect e entrega rápida no mesmo dia para itens essenciais. Preço com valor agregado - transparência, cashback e clubes de fidelidade aumentam a sensação de benefício. Entrega ágil – 'quick commerce' (entregas em até 2h) e agendamento flexível tornam a experiência prática e fidelizam", diz em sequência Américo José.

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O levantamento, portanto, corrobora a necessidade de uma logística operacional extremamente madura e bem organizada durante a data para não gerar uma experiência negativa, oferecer as melhores condições e ampliar vendas. Isso significa que não basta oferecer descontos e preços competitivos. É essencial pensar na experiência completa do cliente, desde a gôndola até a entrega ou retirada.

Vivian Peres frisa: "Descontos podem perder totalmente o efeito quando o frete é alto, especialmente em produtos de ticket médio mais baixo e menor valor agregado. Por isso, reforço sempre: no e-commerce, logística não é detalhe, é prioridade. Reduzir custos e encurtar prazos de entrega deve vir antes de qualquer outra estratégia, porque não adianta ter um bom produto e um preço competitivo se esses dois fatores não estiverem resolvidos", Vivian Peres, fundadora e CEO da Interteia Comunicação.

Inteligência Artificial: cada vez mais presente

Outro ponto importante do levantamento do Google é o crescimento do uso da Inteligência Artificial na jornada de compra. O número de brasileiros que utilizam ferramentas de IA para buscar produtos dobrou entre 2024 e 2025. Segundo os dados, mais de 75% das pesquisas são amplas e orientadas a soluções, como por exemplo "preciso de algo para…". Sendo assim, o cliente não está vasculhando apenas por produtos específicos, mas sim por adequação às suas necessidades. O negócio que entender esse comportamento e se posicionar como um curador digital, recomendando produtos de forma hipersegmentada e baseada em dados, certamente sairá na frente da concorrência.

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Segundo Américo José, sócio-diretor da Cherto Consultoria: "O cliente busca soluções, não só produtos. O supermercado pode guiar essa jornada. Kits prontos; segmentação por perfil com recomendações personalizadas; tecnologia a favor, usando IA para sugerir produtos, alertar sobre reposição e indicar complementos".

"É importante para qualquer negócio trabalhar a relação próxima com o consumidor. Segundo uma pesquisa da consultoria JWT Retail, 61% das pessoas em todo o mundo querem que as marcas as ajudem a sentir emoções fortes. Ou seja, a experiência tem que ser parte integrante do processo de compra. Seja em um aplicativo ou em uma loja online, o vendedor que entende esse conceito, sai na frente. E isso tem tudo a ver com a questão da recomendação. Vejo vários supermercados mapeado o padrão de consumo dos seus clientes por meio de clubes de compra, benefícios com pontos e aplicativos. Essas informações são valiosas para entender quem é o cliente e oferecer produtos e serviços alinhados com o perfil dele. Neste contexto, o consumidor sabe que quando aquele local oferecer algo, vai ser bacana e fazer sentido. E é assim que se constrói a confiança", elucida Vivian Peres.

Anderson Ozawa complementa: "Isso significa que o consumidor busca soluções, não produtos isolados. E é através deste aspecto que o supermercado pode virar curador de jornadas digitais. É o exemplo de, ao invés de anunciar 'fraldinha 1kg', posicionar-se como 'kit churrasco completo Black Friday'. Ao invés de vender só a bebida, montar o 'combo festa da firma'. Essa curadoria digital gera valor porque economiza tempo do cliente, que já está sobrecarregado de ofertas. O grande segredo é organizar, simplificar e entregar a solução pronta. O supermercado deixa de competir só por preço e passa a competir por relevância", Anderson Ozawa, CEO da Aozawa Consultoria.

Papel plenária

Vale destacar que muitos dos pontos citados acima já foram antecipados em palestras no Rio Innovation Week. João Appolinario, fundador da Polishop, por exemplo, enfatizou o comportamento do consumidor em buscar alternativas que atendam aos seus desígnios e não necessariamente um produto específico, sendo o foco principal da venda não o item em si, mas o que ele oferece, sendo um meio para realizar uma satisfação: "Eu acredito no produto, mas não só no produto em si, e sim naquilo que ele entrega. As pessoas não querem comprar o produto em si, elas querem o benefício que aquele produto entrega. Mesmo quando se trata de serviço. Ninguém procura um médico por procurar, a pessoa quer resolver um problema. O foco principal da venda deve ser nos benefícios que ele oferece ao consumidor. O produto é apenas um meio para realizar uma satisfação, portanto, a experiência é fundamental: "Eu acredito no produto mas também naquilo que ele entrega. Ou seja, todo mundo que está empreendendo, no fim das contas, está vendendo alguma coisa, seja um produto ou um serviço. E as pessoas querem o benefício que aquele produto/serviço entrega. Então, não foque no produto, foque no benefício. E qual é a melhor forma de focar no benefício? Demonstrando. Demonstração é tudo. Seja um bom demonstrador daquilo que você faz ou vende. E, para isso, você precisa conhecer bem o que está fazendo ou vendendo, entender profundamente o produto ou serviço que está oferecendo. Quando a demonstração é bem realizada, a venda não precisa ser feita, porque o desejo já foi criado. O cliente vai querer comprar". (SAIBA TUDO SOBRE A PALESTRA CLICANDO AQUI).

Hiperpersonalização

Outra questão abordada foi a hiperpersonalização, explicada por Pedro Scripilliti: "A personalização não é mais suficiente. O consumidor está mais exigente, mais imediatista e sobrecarregado de informação. A personalização virou uma commodity e o que se torna o diferencial do mercado é o que se pode trazer para melhorar sua conversão, sua venda ou seu produto. Quando falamos de junção de dados para hiperpersonalização estamos falando de todo o ecossistema da marca". (CLIQUE AQUI E LEIA A MATÉRIA COMPLETA).

Anderson Ozawa enfatiza: "A hiperpersonalização no varejo supermercadista não é o futuro, é o presente. Dados de compra, histórico no programa de fidelidade, ticket médio e preferências mapeadas alimentam algoritmos simples de sugestão inteligente. No físico tudo isso ocorre através do uso de apps e cashback, que recomendam ofertas individuais na hora da compra, personalização no caixa automático e até promoções com geolocalização, como por exemplo, 'ao entrar na loja, receba seu desconto exclusivo no corredor X'. No digital, pense que o supermercado deve atuar como um streaming do consumo 'alimentar', sugerindo produtos com base em comportamento, como a clássica 'você comprou cerveja, experimente esse kit de carnes em promoção'. Essa hiperpersonalização não só aumenta o ticket, como cria a sensação de exclusividade — o cliente entende que aquela oferta foi feita para ele, que o supermercadista realmente o conhece".

"Uma boa estratégia de e-mail marketing pode ajudar nesse direcionamento. Mensagens por WhatsApp a partir dos produtos que ele compra no site, por exemplo, apresentando descontos, também vai trazer mais vendas. Mas, tudo precisa estar interligado", sugere Carolina Peres, CEO & Founder da Search One Digital

Vivian Peres conclui: "Cada vez mais, o cliente quer a personalização. Não adianta nada um supermercado oferecer desconto em algo que aquele consumidor não compra. Não agrega valor à relação. É essencial conhecer o perfil de compra de cada consumidor e oferecer produtos que façam sentido para ele".

Black Friday 2025: como o varejo supermercadista pode se preparar e se destacar

Para o nosso setor, a data é uma oportunidade estratégica de unir dados das mais diversas formas, realizar as mais variadas ações promocionais e, principalmente, criar vínculos fortes com consumidores, posicionando o varejo supermercadista como um ponto de convergência entre desejo, necessidade e realização. Diante desse cenário, algumas ações práticas podem potencializar resultados:

1. A Black Friday começa antes

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Carolina Peres pontua: "Na época da Black Friday as pessoas já sabem o que querem comprar. Por isso, iniciar uma promoção antes do dia D é essencial. Uma página bem estruturada pode ajudar. Por exemplo, você cria uma página com um 'save the date' e já capta o e-mail do lead para no dia mandar as promoções. Isso pode aumentar as vendas. Investir em mídia paga também vai ajudar a dar visibilidade. Mas, não se pode esquecer do SEO. O site precisa aguentar as visitas, precisa carregar rápido e a venda precisa ser feita de maneira rápida, sem muitos passos. Como o lead tem uma quantidade enorme de ofertas, ele pode desistir facilmente e seguir para outro e-commerce se não se sentir bem atendido desde o início da navegação".

"Antecipar é ganhar. Comece a campanha antes. Use listas de desejos, pré-vendas e ofertas exclusivas para fisgar o cliente logo no início. Facilite a comparação. O consumidor pesquisa antes de comprar. Mostre histórico de preços, comparativos claros e guias de compra. Isso gera confiança. Fale direto com cada cliente - personalize. Use e-mail (preferido por 39%) e WhatsApp (21%) para mandar ofertas segmentadas e relevantes", enfatiza Américo José.

Anderson Ozawa alerta: "Quem não se prepara, vira vitrine do concorrente, objeto de comparação na tela do celular. É preciso criar um ritual de compras antecipado, para capturar o desejo e transformar intenção em resultado, porque o supermercado que espera o consumidor decidir sozinho, já perdeu a batalha da Black Friday".

"O antes do dia D é muito importante. As promoções e comunicação usadas devem ser pensadas em todo o processo para a venda acontecer. Porém, o pós-compra também é essencial. Há muitos casos de cancelamento de compra por demora na entrega ou falta de atendimento. É preciso estruturar o antes, durante e depois para evitar erros que podem colocar o site em uma lista negra de nunca mais comprar", finaliza Carolina Peres.

2. Retail Media como diferencial

Além de criar campanhas digitais em aplicativos, e-commerce e redes sociais, é um ótimo momento para apostar também nas telas dentro das lojas. Com o retail media é possível oferecer à indústria e outros parceiros a possibilidade de impactar clientes de forma assertiva e segmentada. Utilize a IA para recomendar produtos baseados em histórico de compras, cross-selling ou criar formas de incentivar as compras por impulso. Campanhas segmentadas e mensuráveis podem gerar uma receita adicional para o varejo supermercadista na Black Friday, além de fortalecer a relação com outros players.

"Falando de retail media, você precisa entender quem é o seu público-alvo e onde você vai conseguir impactá-lo. Isso é muito importante. Uma forma de potencializar as campanhas, e mostrar para a indústria que vale a pena investir, é provar que o retail media não é só mais uma linha de receita. Ele tem que gerar mais venda. Tudo isso ajuda a entender onde comunicar o produto e quando. Por exemplo: qual o horário ideal para ativar uma campanha em um painel de LED? Essas decisões são baseadas em dados. Isso tudo é muito valioso e ajuda a indústria a tomar decisões: vou investir? Onde vou investir? Quanto investir? Isso se chama maturidade com dados. Para alguns, qualquer visibilidade é válida. Mas será que é a melhor visibilidade? Qual seria a ideal para aquele produto? Qual dia da semana? Qual geração? Qual loja? Qual bairro? Com esses dados, conseguimos planejar melhor, entender o público, saber qual produto faz cross com qual, fazer uma exposição combinada. Assim conseguimos mostrar valor, aumentar nossa receita com retail media e trade marketing, aumentar o número de campanhas e, no fim das contas, gerar mais vendas, com muito mais performance", analisa Vitor Hugo Monteiro, head de digital dos Supermercados Zona Sul.

Para saber mais, ACESSE AQUI A MATÉRIA com a cobertura completa da palestra realizada no Conecta Varejo, nosso palco no Rio Innovation Week (RIW).

‌3. Promoções em loja física: ative o impulso do consumidor

Sinalize de forma clara e transparente as promoções para os clientes. Evitar dúvidas é o primeiro passo para o convencimento. Ofereça combos em categorias de giro alto, como carnes, bebidas e produtos de limpeza, que já são de alta procura na Black Friday. Aposte em degustações e demonstrações, estimulando a experimentação e influenciando na decisão in loco, criando gatilhos para a compra por impulso.

Anderson Ozawa sugere: "No ambiente físico, ações como materiais antecipados segmentados, combos agressivos e jornadas de compra guiadas com sinalização impactante ou corredores temáticos, aumentam a possibilidade de transformar a intenção de compras em carrinho cheio. No digital, a chave é capturar esse cliente antes, bem antes da sexta-feira, com pré-campanhas exclusivas para cadastrados, cupons de antecipação e benefícios para quem compra primeiro. O supermercado deve transformar Black Friday em Black Experience, onde o cliente não entra apenas para comprar arroz ou sabão em pó, mas para se surpreender com achados, promoções-relâmpago e ofertas que não podem deixar passar, pois são verdadeiras oportunidades. O impulso precisa de cenário para acontecer e o varejo supermercadista é o palco perfeito para isso. Costumo dizer que Black Friday em supermercado não pode ser só promoção, precisa ser espetáculo. Que transforma corredor em palco de surpresa e faz o cliente comprar o que não estava na lista e ainda, voltar outras vezes".

4. Experiência omnicanal e Live Commerce: o poder do convencimento

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Com um consumidor cada vez mais integrado ao mundo digital e aos diversos canais de compra, criar conexões entre os meios é um diferencial importantíssimo. Disponibilizar opções de compra online e retirada na loja, por exemplo, pode ser uma alternativa para convencer aqueles que não desejam pagar frete ou esperar um prazo de entrega, pontos já destacados como os principais fatores negativos durante a Black Friday. Integrar programas de fidelidade e cashback, oferecendo benefícios extras na data, também é uma excelente aposta. Mas, atenção, é preciso que todos os canais tenham a mesma precificação, deixando ao cliente apenas a escolha do meio, como destacou João Appolinario: "Multicanal é vender em vários canais. Ominichannel é a mesma coisa, porém, ele tem que ter sempre os mesmos produtos, os mesmos preços, um alinhamento, porque aí você não cria correntes entre seu próprio negócio. Se você tiver um preço diferente, que é muito comum, diferente no e-commerce, na loja física, você cria uma concorrência com você mesmo. Então, o Omnichannel, o verdadeiro, é quando você tem um alinhamento dos preços, produtos e ofertas. Ou seja, tudo tem que ser o mesmo, porque seu cliente estará tomando apenas a decisão de qual canal ele quer comprar, do que é mais confortável naquele momento. O cliente que vai resolver e não vai ser prejudicado pagando um pouco mais caro porque ele foi em um determinado canal. Isso não faz sentido. O consumidor não vê sentido nisso. Se coloque no papel do seu consumidor, porque você também é".

Américo José ressalta: "Dados são ouro. Analise histórico de compras, horários, frequência e resposta a promoções. Use segmentação dinâmica, criando grupos que se atualizam em tempo real para mandar a oferta certa na hora certa. Contato individualizado, com e-mails e notificações com nome do cliente e sugestões baseadas em compras anteriores aumentam a proximidade. Seja omnichannel de verdade - um app com listas inteligentes, cupons geolocalizados e recomendações personalizadas garante experiência fluida".

"Investir em SEO, investir em local SEO (se for físico) pode ajudar a empresa a ganhar visibilidade. Essa visibilidade vai se transformar em rentabilidade à medida que o site ganha autoridade no mundo digital. Mesmo que o cliente use a B.F para comprar no ambiente físico, ele vai comparar preços na internet e é aí que entra um site em destaque", destaca Carolina Peres.

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Em relação ao Live Commerce, a tônica é a mesma, interação no mundo digital criando conexões com os consumidores, apresentando produtos e gerando curiosidade que se reflete em vendas. "Na nossa plataforma, vendedores aumentam vendas em até 10x em dias de live versus dias sem live. Temos cases que chegam a ter 1000% de aumento no faturamento em uma live, às vezes sem celebridades, sem ninguém famoso, só pelo fato de trocar interações com o usuário ao vivo. Vemos, na prática, que as vendas realmente aumentam bastante. O consumidor não tem mais que fazer cadastro, sair do site, ect. É só clicar e comprar. Live Commerce nada mais é do que vendas on time, onde o usuário vê o produto, tira dúvidas e tem acesso a descontos. O negócio não é só vender os produtos que estão na live. É atrair gente para a sua marca e fidelizar, porque o cara pode entrar na sua live, ver um produto legal, mas não querer aquele produto, só que ele vai navegar na sua loja e comprar outra coisa", frisou Rodrigo Farah, head de marca, mídia e social commerce da Shopee, em palestra no Conecta Varejo deste ano.

O apresentador Ciro Bottini completou: "É mais um canal de vendas. Um canal que permite chegar perto do cliente. Isso é hábito. Para vender mais tem que ter vários canais de contato com o cliente. É preciso apresentar algo diferente daquilo que você já mostra no dia a dia. Produto novo, a curadoria de produtos é fundamental, você pode fazer uma live maravilhosa, bem iluminada, com um vendedor que fala bem, mas se o produto estiver errado, mal precificado, não vai vender. Tem que entregar algo diferente na sua live, com algumas ofertas também diferentes, e recompensas. Se o cliente é multicanal, o vendedor tem que ser multicanal. No digital, offline, TV, loja, faz live, tudo se complementa. O importante é falar com o cliente e encantá-lo, agradá-lo, seja qual for o ponto de contato".

LEIA TUDO AQUI da palestra sobre Live Commerce no Conecta Varejo, na RIW deste ano.

5. Transparência: a consolidação da confiança

A confiança é a base de qualquer relação. Com o consumidor, isso não é diferente. Então, divulgar ofertas reais, com clareza e transparência é essencial não apenas para a jornada de compra durante a Black Friday, mas para criar um vínculo forte, fidelizando o cliente.

Conclusão: uma Black Friday bem planejada vai muito além da promoção, é a criação de vínculo, é a fidelização do cliente.

Anderson Ozawa explica: "O supermercado que trata a Black Friday apenas como mais uma data promocional vende volume, mas, perde margem. O que trata como palco estratégico, captura intenção, ativa impulso, elimina atrito logístico, assume o papel de curador e usa dados para hiperpersonalizar e, com isso, sangra menos em margem e lucra mais em relevância".

"A Black Friday 2025 é uma grande chance do varejo supermercadista. Quem investir em antecipação, personalização, logística ágil e curadoria de produtos vai converter mais, fidelizar clientes e se destacar no mercado. O segredo? Conhecer o consumidor a fundo e usar a tecnologia para entregar conveniência e relevância em cada ponto da jornada", encerra Américo José.

A ASSERJ reforça: se antecipe, se prepare e foque na comunicação com o cliente. Explore todas as possibilidades de conexão com o consumidor, analise dados, personalize ofertas e faça ações de impacto em todos os canais de contato. Nosso setor já possui um trunfo importantíssimo: a confiança construída no dia a dia. Na Black Friday, é hora de aproveitar essa relação, criar jornadas de compra de excelência, aumentar em faturamento e ganhar mais clientes para além da data promocional!

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