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Colgate retira creme dental do mercado; consultor da ASSERJ orienta como supermercados devem agir

27/06/2025 • Última actualización 5 Meses

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ATUALIZAÇÃO - A Colgate-Palmolive Brasil anunciou a interrupção da fabricação do creme dental Colgate Total Prevenção Ativa Clean Mint após um aumento significativo de relatos de reações adversas entre consumidores. A decisão foi tomada após investigação sobre os níveis de aromatizantes presentes na nova fórmula do produto e segue orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que já havia proibido a venda da pasta no fim de março.


“É importante que os estabelecimentos revisem e retirem o produto que eventualmente esteja exposto à venda. O produto estocado deve ser identificado e armazenado em área separada do estoque até que seja dado o destino”, orienta Flávio Graça, consultor de Alimento Seguro da ASSERJ.

Para o especialista, a medida da Colgate segue uma postura preventiva adequada. “A decisão de retirada é uma resposta responsável diante do princípio da precaução, mesmo em produtos amplamente testados antes do lançamento. O que muitas vezes não se detecta em testes controlados pode aparecer na prática real, com milhares de pessoas utilizando diariamente”, afirma.

Casos semelhantes envolvendo marcas conhecidas já ocorreram em outras partes do mundo:

  • Johnson & Johnson (EUA, 2019) – Talco para bebês retirado após denúncias de contaminação por amianto;

  • SK-II (China, 2006) – Produtos suspensos por conter metais pesados acima do permitido;

  • Pond's (Filipinas, 2010) – Linha de clareadores retirada após queimaduras químicas;

  • Pantene (Vietnã, 2007) – Shampoo recolhido por irritações no couro cabeludo;

  • Clairol (EUA, 2004) – Tinturas removidas do mercado após reações alérgicas graves.

“A diferença agora é a velocidade com que a informação circula e o volume de notificações por canais digitais. Isso reforça a importância do monitoramento contínuo pós-lançamento”, explica Flávio.

Ele ainda reforça o papel do consumidor neste processo. “Mesmo com os avanços nos testes e nas regulamentações, a experiência prática é um termômetro essencial. Por isso, é fundamental que o consumidor esteja atento a qualquer reação inesperada e comunique os canais oficiais, como a Anvisa. Isso permite uma resposta rápida, baseada em evidência e focada na saúde pública”, finaliza.

01/05 Colgate retira creme dental do mercado; consultor da ASSERJ orienta como supermercados devem agir

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou a interditar a venda do creme dental Colgate Total Clean Mint nesta quarta-feira, 30 de abril. A comercialização do produto já havia sido suspensa anteriormente, em 27 de março, após o surgimento de relatos de lesões na boca de consumidores. Na ocasião, a Colgate recorreu da decisão e obteve a suspensão da interdição dias depois.

Desta vez, a empresa decidiu retirar o recurso que mantinha a liberação do produto, o que fez com que a interdição voltasse a vigorar. Em nota, a Colgate explicou que a decisão foi motivada pela "colaboração contínua com a Anvisa e pelo avanço das investigações técnicas junto à agência. A empresa acredita numa resolução oportuna do tema. A Colgate reafirma a segurança e qualidade do seu produto Colgate Total Clean Mint, o qual segue os rígidos padrões das agências regulatórias". A companhia também orienta que consumidores com dúvidas entrem em contato pelo site colgatepalmolive.com.br/contact-us.

A Anvisa reforça que, enquanto durarem as apurações sobre os potenciais riscos do produto, o uso do creme dental deve ser evitado por quem já o adquiriu.

Embora a pasta de dente esteja novamente proibida de ser vendida e exposta nos supermercados, a Anvisa ainda não determinou um recall. Isso significa que os consumidores não devem devolver o produto às lojas. A medida cautelar, por enquanto, permanece válida por pelo menos mais dois meses. As demais versões de cremes dentais da Colgate continuam liberadas para o comércio.

"Com o retorno da interdição retorna a obrigatoriedade quanto ao recolhimento do produto Colgate Total Clean Mint. Ressalto ainda que este recolhimento deve ser registrado para fins de comprovação perante a fiscalização", destaca Flávio Graça, consultor de Alimento Seguro da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ).

Histórico - As suspeitas em torno do produto começaram após relatos de consumidores que sofreram irritações na gengiva e nos lábios. A principal suspeita recai sobre a nova fórmula do Colgate Total Clean Mint, modificada em julho de 2024, que passou a incluir fluoreto estanoso — composto usado, teoricamente, para combater placas bacterianas.

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