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Doce viral com morango faz disparar vendas de... uva! Vem entender!

29/08/2025 • Última actualización 3 Meses

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Todos foram impactados pela viralização do "Morango do Amor" no último mês de julho. Além de comprovar a força significativa e o efeito imediato das redes sociais no comportamento de consumo, o fato trouxe à tona outra questão de extrema importância para o varejo supermercadista: a necessidade de estar atento ao mundo digital e suas tendências, para prever movimentos e, principalmente, garantir que não haja problemas na operação. Segundo dados da Scanntech, as vendas do morango cresceram 62% em valor e 86% em volume na comparação entre junho e julho deste ano, o que acabou provocando rupturas nas lojas e um aumento de 26% no preço por quilo. Mesmo semanas após o doce se tornar viral, supermercados seguiam com dificuldades para ajustar a oferta à demanda de consumo.

Picos fora de época

Historicamente, o intervalo de maior procura do morango é entre agosto e setembro. Porém, em 2025, o cenário foi diferente: após recuperação em maio, houve forte aceleração em julho, quando o volume mensal saltou de 1.150 toneladas em junho para 2.150 toneladas no sétimo mês do ano. E o efeito não ficou restrito ao morango. No mesmo período, a uva também registrou alta, com subida de 16,7% no volume de vendas. Esse desempenho foi uma consequência da elevação do preço e da falta do morango, o que levou parte dos consumidores a buscar substitutos. Curiosamente, o preço do quilo da uva apresentou queda de 5%, reforçando a sensibilidade da demanda a movimentos de preço e disponibilidade em estoque.

Diversas redes registraram desempenhos que corroboram os dados apresentados. Uma delas foi a Redeconomia Reunidos, que segundo Thiago Cunha, diretor comercial, no mês de julho as vendas de uva subiram cerca de 20%.

Lições para supermercadistas

A análise da Scanntech, reforça para o nosso setor a exigência de um planejamento atento ao poder das redes sociais. Para isso, é preciso estratégia para entender o momento em que os itens se tornarão focos de desejo imediato do consumidor:

  • Monitore tendências digitais: acompanhe de forma ativa o universo digital e o que viraliza, utilizando ferramentas de inteligência de mercado para identificar potenciais picos de consumo;
  • Atenção aos nichos: certos comportamentos acabam surgindo de segmentos específicos de público e, posteriormente, migram para o mainstream;
  • Reforce parcerias com fornecedores: relações bem construídas podem ser um trunfo em momentos de exigência por maior agilidade no abastecimento em períodos de aumentos repentinos na demanda;
  • Tenha planos de contingência de ruptura: focar em produtos substitutos e ter campanhas promocionais rápidas são boas apostas para manter o fluxo de vendas;
  • Comunicação assertiva: antecipe os movimentos e seja você a sinalizar ao consumidor sobre a viralização de um produto, mostrando opções, receitas e tudo que possa envolver a ocasião, criando proximidade com o consumidor e incentivando compras por impulso;
  • Estrutura de equipe: situações como essas exige uma equipe de colaboradores bem preparada para orientar consumidores, sugerir substituições ou oferecer informações adicionais, melhorando a experiência do cliente.

Estar pronto para um cenário de compras influenciado pelas redes sociais é um diferencial importante frente a concorrência. Ser reconhecido como um ponto conectado às tendências e com capacidade de entregar a experiência demandada atrai, além de avaliações positivas para a imagem da marca, a oportunidade de fidelizar novos clientes em um mercado extremamente acirrado.

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