Supermercados do Rio registram deflação em junho. ASSERJ explica cenário

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, registrou subida de 0,24% em junho, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da quarta retração mensal consecutiva (dessa vez com recuo de 0,02 ponto percentual na comparação com o mês de maio), no acumulado de 2025, o indicador tem alta de 2,99%. Apesar disso, o varejo supermercadista do Rio de Janeiro registrou deflação no sexto mês do ano.

Segundo o IBGE, oito dos nove grupos pesquisados apresentaram alta no país. Os principais responsáveis por pressionar a inflação foram os setores de Habitação (+0,99%) e Vestuário (+0,75%). O único grupo a registrar queda nacional foi o de Alimentação no Domicílio, que concentra os alimentos e bebidas vendidos no varejo supermercadista, que apontou baixa de 0,18%, a primeira deflação em nove meses. O desempenho do setor saiu de 0,02% em maio para -0,43% em junho.

Especificamente no cenário do Rio de Janeiro, o índice de inflação de alimentos e bebidas recuou 1,19%, o segundo mês consecutivo de baixa e a maior queda de preços em 12 meses.  No acumulado dos primeiros seis meses de 2025, o estado teve a quarta menor inflação do setor de Alimentação no Domicílio (+2,43%), abaixo da média nacional (+3,64%).

O consultor econômico da ASSERJ, William Figueiredo, destaca: "Dos alimentos e bebidas vendidos nos supermercados do Rio, 70% tiveram queda de preços em junho, com destaque para: café moído (-2,72%), alcatra (-1,74%), arroz (-1,96%), ovo de galinha (-2,35%) e alho (-2,44%)".

Artigos de Higiene Pessoal também registraram deflação em junho nos supermercados do Rio, com baixa de 0,73%. Os itens com as principais quedas foram desodorantes (-2,04%) e produtos para pele (-1,64%). Outra categoria de importância no setor supermercadista do estado, os produtos de limpeza tiveram retração de 0,08%, com destaque para o sabão em pó (-0,39%) e detergente (-1,43%).

A deflação nas categorias de maior importância para o varejo supermercadista pode apresentar uma janela de oportunidades. Produtos mais baratos nas gôndolas significam alívio no orçamento dos consumidores e maiores possibilidades de atração. Baixa de preços também pode significar a chance de renegociação com fornecedores. Mas atenção, aproveitar oportunidades exige acompanhamento, análise e boa gestão, antecipando fatores futuros que possam reverter a maré de baixa.