
Acessibilidade que gera valor: como tornar o supermercado mais inclusivo pode impulsionar as vendas

Investir em acessibilidade no varejo supermercadista é mais do que uma questão de responsabilidade social — é uma estratégia que pode ampliar o público, fidelizar clientes e fortalecer a imagem da marca. Com um número cada vez maior de consumidores exigindo ambientes mais inclusivos, preparar a loja para receber a todos de forma segura e confortável tornou-se um diferencial competitivo.
De acordo com o IBGE, cerca de 24% da população brasileira possui algum grau de dificuldade para enxergar, caminhar ou subir degraus. Esse contingente representa quase um em cada quatro consumidores, o que evidencia a importância de o varejo adotar práticas que garantam autonomia e acolhimento a todos os públicos.
Para o consultor em acessibilidade Eduardo Ronchetti, as redes supermercadistas precisam entender que inclusão e experiência de compra caminham juntas. “A acessibilidade deve ser vista como parte da jornada do cliente. Ela começa no estacionamento e termina no caixa. Quando o consumidor sente que foi acolhido e respeitado, ele não apenas compra — ele volta”, afirma.
Segundo o especialista, as mudanças não precisam ser complexas. “Pequenas ações, como garantir corredores mais largos, sinalização clara e prateleiras acessíveis, já fazem enorme diferença na rotina de quem tem mobilidade reduzida ou deficiência visual”, explica Ronchetti. Ele destaca ainda a importância de disponibilizar carrinhos adaptados, rampas de acesso e vagas reservadas próximas à entrada da loja.
Mas a acessibilidade vai além da estrutura física. O atendimento e a comunicação também devem refletir esse cuidado. “O atendimento é uma das etapas mais sensíveis da inclusão. Um colaborador preparado sabe como oferecer ajuda, respeitar o espaço do cliente e tornar o processo de compra mais humano”, ressalta o consultor.
Ronchetti defende que o treinamento da equipe é um dos pilares de uma loja verdadeiramente inclusiva. Além de capacitar os funcionários para lidar com diferentes tipos de deficiência, ele recomenda oferecer formação básica em Libras e adaptar materiais de comunicação, como cartazes, promoções e políticas da loja, em formatos acessíveis, como braille ou letras ampliadas.
Outro ponto fundamental é o compromisso contínuo com a melhoria. “Não existe loja 100% acessível, mas existe o compromisso de evoluir sempre. Cada adaptação representa um avanço importante para um varejo mais humano, acolhedor e consciente de seu papel social”, afirma Ronchetti.
Para o especialista, investir em acessibilidade é também uma forma de ampliar o alcance do negócio e fortalecer o relacionamento com os consumidores. “Quando o cliente percebe que o supermercado pensa nele em cada detalhe, ele cria um vínculo emocional com a marca. A inclusão gera pertencimento — e pertencimento, no varejo, se traduz em fidelidade”, conclui.
Em um mercado cada vez mais competitivo, os supermercados que apostam em ambientes inclusivos e experiências de compra acessíveis não apenas cumprem seu papel social, mas também conquistam uma vantagem real: a preferência do consumidor.
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