
Identificação por CPF: o gargalo que impede supermercados de conhecerem seus clientes

Apesar do avanço da transformação digital no pós-pandemia, os supermercados brasileiros ainda enfrentam um grande desafio quando o assunto é conhecer o seu consumidor. Um levantamento recente mostra que 30% das compras realizadas no varejo supermercadista não são identificadas pelo CPF do cliente — o que impede a geração de inteligência de consumo e dificulta estratégias de relacionamento e fidelização. No setor farmacêutico, o contraste é evidente: praticamente 100% das transações já são rastreadas.
A lacuna tecnológica ainda existente no varejo supermercadista afeta diretamente competitividade e rentabilidade. Com margens pressionadas e maior disputa com aplicativos de delivery, lojas de conveniência e dark stores, a falta de visibilidade sobre hábitos de compra limita ações mais estratégicas, como promoções personalizadas, aumento de frequência e ticket médio.
Thiago Santos, diretor de negócios da empresa de tecnologia Backlgrs, destaca que muitos players ainda operam com sistemas desconectados.
“Durante a pandemia, percebemos redes com operações físicas robustas, mas estruturas digitais restritas. Hoje, a estratégia multicloud permite enxergar cada consumidor de forma única e integrar loja física, aplicativo e e-commerce”, afirma.
Ele explica que a orquestração dos canais traz ganhos operacionais imediatos. “Com um OMS em tempo real, evitamos rupturas e frustrações na compra online — como quando um item essencial fica indisponível no checkout. Além disso, algoritmos de recompra identificam produtos recorrentes prestes a acabar, aumentando conveniência para o cliente e reduzindo perda de vendas”, diz Santos.
A análise de dados também reduz custos de marketing e melhora conversão. Em vez de ações massificadas — como tabloides impressos — campanhas digitais podem ser segmentadas por perfil e comportamento, com mensuração precisa do retorno.
Nesse novo ambiente competitivo, entender quem compra, com que frequência e o que coloca no carrinho torna-se uma vantagem determinante. E enquanto 30% das compras continuam invisíveis, uma parte relevante das oportunidades comerciais também segue fora do radar.
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