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Supermercados mostram resiliência em agosto, mesmo com impactos do clima e exportações

09/09/2025 • Atualizado pela ultima vez 2 Meses

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Nosso setor segue demonstrando sua força, em 2025. Segundo dados do Radar Scanntech, em agosto, o segmento seguiu erguido frente às intempéries e provou sua resiliência, mesmo com os impactos de um inverno mais rigoroso e dos efeitos da política tarifária unilateral imposta pelos Estados Unidos nas exportações brasileiras. Segundo os dados, o varejo abastecedor se mantive firme, encerrando o oitavo mês do ano com crescimento de 1,1% em faturamento, na comparação com julho. Em relação a agosto de 2024, a subida é de 2,5% em faturamento. Já na comparação entre os dois primeiros quadrimestres do ano, em 2025 a alta é de 6,1% em faturamento e de 0,5% no fluxo de loja.

Especificamente no recorte sobre supermercados, a elevação de faturamento foi de 4,4%, no comparativo entre agosto deste ano e 2024.

Dois grandes pontos contribuíram para frear o desempenho. Primeiro, o fator climático, com um inverno mais rígido e de temperaturas mais baixas, o que ocasionou baixa na demanda por categorias sensíveis ao calor. Além disso, houve impacto dos efeitos do "tarifaço" dos Estados Unidos, já que o mercado norte-americano era um dos principais compradores de frango, carnes e café do Brasil. A medida reduziu o volume exportado e gerou maior disponibilidade no mercado interno, pressionando os preços para baixo.

Pedro Fernandes, sócio da McKinsey & Company, analisa o atual cenário do comportamento do consumidor: "Nossa hipótese é que o consumidor está sim apertando os cintos, tanto fazendo 'trade down' de forma seletiva, como balanceando suas cestas entre itens básicos e itens discricionários. A implicação direta para os varejistas e empresas de consumo é repensar o sortimento, o preço, e as promoções ao longo das próximas semanas. Focar esforços e recursos para disponibilizar e promocionar os produtos que são fundamentais para o consumidor neste momento – aqueles onde o consumidor não está disposto a abandonar, e que formam percepção de preço. Dar opções econômicas em categorias de natureza mais discricionária. Usar dados individuais de consumidores (por exemplo oriundos de programas de fidelização) para diferenciar preços de acordo com a sensibilidade de cada segmento de consumidor. É o momento de entrar no detalhe e capturar cada oportunidade de volume adicional e de margem incremental, em direção a um bom fechamento de ano".

De modo geral, as cestas com maior participação na alta de faturamento foram:

  • Perecíveis, subindo 4,8% (com destaque para Fruta Congelada +27,5% / Prato Pronto +18,8% / Carne Bovina +13%);
  • Mercearia, crescendo 2,6% (impulsionada por Suplemento para Academia +47,6% / Papinha +32,9% / Carne em Conserva +29,8%);
  • Pet, elevando em +3,7% (puxada por Casa e Cama Pet +23,8% / Areia Higiênica +11,6% / Ração Seca Gato +11,4%);
  • Limpeza, avançando 2,1% (com alta em Saponáceo +18,3% / Detergente para Máquina de Lavar Louça +15,4% / Secante para Louça +13%).

Se tratando das categorias com maiores variações em contribuição no faturamento no mercado fluminense, os grandes destaques positivos entre os produtos nas gôndolas dos supermercados foram o café (+45,8%), óleo (+10,8%), carne bovina (+9,4%), frango (+8,3%) e chocolate (+7,6%). Já as maiores quedas ocorreram em arroz (-29,8%), feijão (-22%), legume (-15,2%), leite líquido (-7,4%) e cerveja (-6,9%).

"Os números reforçam o que sempre destacamos, o supermercadista é resiliente e tem um papel essencial no abastecimento e na economia. Mesmo em um cenário desafiador, seguimos avançando, inovando e encontrando caminhos para atender cada vez melhor o consumidor. A ASSERJ está ao lado do setor para apoiar, representar e impulsionar esse crescimento", destaca Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ.

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