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Troco: como os supermercados devem enfrentar esse desafio atual?

08/09/2025 • Last updated 2 Months

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O avanço do Pix e de outros meios digitais reduziu o uso de cédulas, mas o dinheiro ainda é o terceiro meio de pagamento mais utilizado no país, segundo o Banco Central. No entanto, em regiões de maior vulnerabilidade econômica, o consumo em supermercados continua sendo feito majoritariamente em espécie, tornando a gestão de troco um desafio logístico e operacional.

A ausência de moedas pode gerar transtornos como filas maiores, insatisfação de clientes e até perdas financeiras. “Quando falta troco, o consumidor sai com a sensação de prejuízo ou injustiça, mesmo que os valores sejam pequenos. Para o supermercado, isso compromete a experiência de compra e, em larga escala, pode representar perdas relevantes”, relata Rodrigo Dória, CEO da Supertroco.

Possíveis caminhos para o setor supermercadista

Uma das alternativas já discutidas é a padronização de preços inteiros, mas a prática de valores como R$ 9,99 segue como estratégia consolidada para estimular a percepção de preço baixo. Além disso, arredondar tarifas ou preços pode gerar distorções de margem e impacto no bolso do consumidor.

Nesse cenário, soluções digitais vêm ganhando espaço. O Supertroco, por exemplo, permite que o cliente converta o troco em pontos, resgate produtos e serviços ou concorra a prêmios em dinheiro. Para o supermercado, a tecnologia ajuda a reduzir a necessidade de moedas, aumenta a eficiência do caixa e ainda oferece um diferencial competitivo na relação com o cliente.

“O varejo supermercadista lida com margens apertadas e alta rotatividade de clientes. Transformar o troco em benefício digital é uma forma de agregar valor e fidelizar o consumidor, além de eliminar um gargalo histórico da operação”, completa o executivo.

A visão do supermercadista

Além das soluções digitais, o dia a dia da operação mostra o quanto o tema ainda impacta os supermercados. Thiago Cunha, diretor comercial da Redeconomia Reunidos, reforça que, embora os pagamentos digitais já sejam maioria, a questão do troco em espécie continua sendo um desafio constante.

“Hoje, cartões, Pix e tickets já representam mais de 75% das formas de pagamento entre os mais de 1 milhão de tíquetes que recebemos por mês. Ainda assim, precisamos lidar com o dinheiro físico, que chega em malotes enviados pelos bancos, já separados por tipo de numerário”, explica.

Ele lembra que, em algumas regiões, o problema é menor por conta da proximidade com polos de comércio popular. “Algumas lojas, por estarem localizadas próximas a centros comerciais e casas de doces, conseguem trocar moedas com mais facilidade. Mas não é a realidade de todas”, destaca.

Com bom humor, Cunha recorda como a dinâmica mudou ao longo dos anos. “Antigamente, nossas principais fontes de troco eram as empresas de ônibus. Hoje, são eles que nos pedem para trocar”, brinca.

Um futuro em transição

Embora o Brasil caminhe para uma realidade cada vez mais digital, os supermercados ainda precisam equilibrar inovação com acessibilidade. O dinheiro físico segue relevante para milhões de consumidores, e a falta de troco continuará sendo um desafio até que a inclusão financeira seja ampliada.

Para o setor supermercadista, o momento exige adaptação: investir em soluções digitais que minimizem o problema, sem deixar de atender quem ainda depende do papel-moeda. Essa transição pode ser uma oportunidade não apenas de resolver uma dor operacional, mas também de criar novas formas de relacionamento com o consumidor.

Como a sua loja vem lidando com essa realidade?

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