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Redução nos preços de arroz, feijão e ovos abre oportunidades para supermercadistas

02/09/2025 • Última actualización 3 Meses

Economia
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Após meses de pressão sobre o bolso do consumidor, julho trouxe um movimento de alívio importante para o varejo supermercadista. De acordo com o estudo “Variações de Preços: Brasil & Regiões”, realizado pela Neogrid, itens de grande giro como ovos, arroz e feijão registraram queda nos valores médios na região Sudeste, abrindo espaço para ajustes de sortimento, promoções direcionadas e maior potencial de consumo nas lojas.

Os legumes apresentaram a retração mais expressiva, de -12,9%, seguidos pelos ovos, que caíram -5,4% após meses de altas consecutivas. Já o arroz recuou -4,2%, a carne bovina teve queda de -3,5% e o feijão baixou -2,4%. Por outro lado, produtos de higiene e limpeza registraram avanço no período: o desinfetante subiu 1,9%, o creme dental avançou 1,7% e tanto o detergente líquido quanto a margarina tiveram reajuste de 1%.

Para Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos na Neogrid, esse movimento exige análise cautelosa por parte do varejo. “Embora o recuo dos itens básicos tenha oferecido um alívio no bolso do consumidor, as pressões externas, como o aumento dos custos logísticos e a desvalorização cambial, continuam a operar como forças restritivas para uma recuperação duradoura dos preços”, destaca. Segundo ela, além das condições climáticas que ainda afetam a oferta global de alimentos, o impacto do ‘tarifaço’ dos Estados Unidos deve ser um fator determinante para o ritmo do mercado interno, mantendo a volatilidade que também atinge categorias como higiene e limpeza.

Na prática, o cenário abre espaço para que supermercados reforcem sua atratividade junto ao consumidor. "Com ovos, arroz e feijão mais acessíveis, há oportunidades de potencializar vendas cruzadas e ampliar a competitividade em perecíveis, especialmente hortifrúti e proteínas, onde a queda de preços pode estimular a demanda. Ao mesmo tempo, a elevação em itens de mercearia e limpeza pede atenção à precificação, à negociação com fornecedores e à oferta de alternativas como marcas próprias, capazes de equilibrar margens e manter a fidelização do cliente", explica o consultor econômico da ASSERJ, William Figueiredo.

No acumulado de 2025, o café em pó e em grãos segue como líder absoluto de altas, com variação de +38,4% entre dezembro de 2024 e julho de 2025, passando de R$ 53,90 para R$ 74,14. Em seguida aparecem a margarina, com alta de 4,4%, o creme dental, com 3,7%, o leite em pó, com 2%, e o pão, com 1,2%. Esses números reforçam a necessidade de monitoramento constante e gestão dinâmica de categorias para que o varejo supermercadista consiga se manter competitivo diante das oscilações do mercado.