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"O varejo é um membro de mídia, um gigante adormecido", supermercados podem (e devem) se tornar plataformas de mídia
Supermercados não são apenas um espaço de compra. Os estabelecimentos do nosso setor são muito mais que isso, são plataformas de mídia, capazes de monetizar dados. E a palestra "Do zero ao topo: como transformar seu supermercado em uma plataforma de mídia", no palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week, nesta quinta-feira, 14 de agosto, apresentou dicas, estratégias e insights para varejistas potencializarem seus negócios. Como construir uma audiência própria, estruturar uma estratégia de retail media e dar os primeiros passos, mesmo começando do zero. Um conteúdo essencial para quem quer inovar, rentabilizar e assumir o protagonismo no relacionamento com a indústria. Fábio Amorim, CEO da Pixel Retail e mediador do painel, destacou em sua fala de abertura: "O mercado publicitário do Brasil movimenta R$ 80 bilhões em verba, mas essa verba nem sempre está presente de forma significativa na indústria do varejo como um todo. O varejo, então, começou a se interessar por isso e, com o tempo, passou a criar painéis de LED's, instalar monitores, e percebemos que, com essas iniciativas, a comunicação se tornou mais adequada. Foi assim que se construiu uma estrutura para viabilizar o uso de vídeo no varejo. A partir dessa experiência, com participação em diversas iniciativas, conseguimos observar mais de centenas de operações no setor varejista. Além disso, temos um projeto focado em qualificar a audiência. Por fim, o terceiro ponto é a monetização dessa mídia. Recebemos o painel, ou as propriedades de mídia do mercado, e no varejo e no out of home, essa mídia foi qualificada para ser monetizada globalmente". Retail Media: não é tendência, é realidade Douglas Pombo, CEO da Inviron Technologies SA, reforçou a importância de assumir que o Retail Media é uma ferramenta necessária no varejo, mas que é preciso preparo técnico e estrutura para conquistar resultados: "Não é mais uma tendência, é uma realidade. Se começa com a captura, será necessário inserir o conteúdo e, do outro lado, esse conteúdo deverá ser entregue como anúncio, com bastante segurança e de forma escalável. Os componentes necessários para que isso funcione são, no mínimo, três: hardware, software e conectividade. Na camada de hardware, temos os painéis de LED em diversos formatos (indoor e outdoor), monitores, eventualmente tablets, e também os players PC, que são os set-top boxes, equipamentos que recebem o conteúdo e o exibem por meio desses monitores ou painéis de LED. Eventualmente, você também pode contar com sensores, que servem, por exemplo, para contagem de audiência, identificação de ações como a abertura de uma porta, entre outras funcionalidades. Tudo isso é conectado a um CMS (Content Management System), que é o sistema de gerenciamento de conteúdo. Nele, os vídeos e anúncios são cadastrados e transmitidos para que possam ser exibidos corretamente. Além disso, é possível complementar esse sistema com dados de BI (Business Intelligence), para entregar ainda mais valor ao anunciante. Também é viável integrar o sistema com mídia programática — e o Renan vai falar um pouco mais sobre isso, pois é uma das formas mais importantes de monetizar esse tipo de ativo. Já na camada de conectividade, é essencial ter um processo bem estruturado. É preciso contar com uma boa comunicação de rede, com qualidade e estabilidade, e também com uma rede elétrica adequada, já que ela influencia diretamente o funcionamento do hardware". "Você precisa garantir a compatibilidade e estabilidade do hardware. Também é fundamental ter um CMS robusto e escalável. O CMS é o sistema que gerencia a conectividade da mídia com as telas. É o software que vai rodar no hardware e permitir o cadastro do conteúdo pela internet, além de possibilitar a conexão com plataformas de mídia programática, facilitando a transmissão, exibição e auditoria desse conteúdo. Ou seja, é essencial escolher um CMS que seja, de fato, confiável, robusto e escalável. Para começar um projeto como esse de forma eficiente, vale a pena começar em menor escala. É importante garantir boa conectividade desde o início e, sempre que possível, contar com redundância de conexão, para evitar falhas. Você também precisa monitorar o que está acontecendo. Não adianta simplesmente instalar os equipamentos e esquecer. É necessário ter algum tipo de monitoramento ativo, para acompanhar se as campanhas estão sendo entregues corretamente, se os equipamentos estão funcionando, e se tudo está operando conforme o esperado. Outro ponto importante é a governança de conteúdo. Ou seja, saber quem está inserindo o conteúdo, qual o tipo de conteúdo, e se ele está realmente adequado para o ambiente em que será exibido — especialmente quando você estiver conectado a uma plataforma de mídia programática. Afinal, nesse tipo de mídia, o anunciante compra o público-alvo (target), e não o local físico. Então, garantir a adequação e a governança do conteúdo é o mínimo necessário para que o ecossistema funcione com qualidade e confiança", prosseguiu o CEO da Inviron. Douglas Pombo concluiu destacando os principais pontos de atenção que podem, tecnicamente, prejudicar a estratégia: "Investimento em elétrica e rede: 90% dos problemas vêm dessa questão. Relacionado a isso, quando você for colocar um painel de LED, é necessário fazer uma instalação própria para esse painel. Outra questão é não levar em conta, eventualmente, o local. Por exemplo, se você for colocar um painel de LED, existem painéis que permitem manutenção frontal e outros que são vendidos em gabinetes montados. Você coloca um painel na parede, e a manutenção frontal é muito mais fácil para acessar do que em gabinetes. Imagine que estragou um gabinete no meio desse painel: será necessário desmontar o painel inteiro para trocar esse gabinete, o que pode levar dias. Assim como, às vezes, você coloca o monitor ou o equipamento em um local insalubre, que esquenta muito ou tem umidade, e esse monitor não foi feito para isso. Outra questão importante é a padronização. Quando você fala de mídia programática ou mídia outdoor, já existem alguns padrões de conteúdo. É muito mais fácil comercializar um conteúdo que está dentro de um padrão. Então, imagine quando alguém começa a instalar um mobile de LED na loja dele sem padronizar isso, será muito difícil esse projeto ter sucesso". Fábio Amorim ainda comentou: "E também é importante pensar na redundância de comunicação, porque pior do que um monitor apagado é um monitor exibindo conteúdo desatualizado ou fora de contexto. Muitas vezes, até esquecemos disso, mas é um ponto muito relevante. É muito interessante observar o movimento que acontece na área de conectividade: vemos muitas telas com erro, com 'tela azul', ou simplesmente com conteúdo desatualizado. Isso geralmente ocorre porque ainda há um processo muito precário de atualização em tempo real, às vezes, feito por meio de pen drive, por exemplo. Esse é um processo que não tem um custo elevado, mas que pode (e deve) ser resolvido com uma boa estratégia de conectividade e com os painéis conectados de forma simultânea. Isso garante que o conteúdo esteja sempre atualizado e no ar. Então, isso é um pouco do básico e, claro, cada caso será diferente. Mas não adianta apenas ter o painel, ou apenas ter conectividade, se você não conseguir qualificar sua audiência. No final das contas, a agência e a indústria querem comprar audiência. E muitas vezes, elas nem sabem o que está sendo exibido na frente desses painéis". Números comprovam: com investimento, o potencial do varejo é gigantesco Lucas Cunha, business development manager da Kantar IBOPE Media, apresentou dados do setor de mídia exterior, que saltam os olhos e confirmam, com investimento o varejo supermercadista é um colosso midiático: "Temos um alto grau de conectividade. A atividade das pessoas no Brasil, com o advento da internet e, de fato, com a evolução das novas formas de produção de conteúdo e mídia, tem mudado a jornada do consumidor. Hábitos que até ontem existiam estão sendo substituídos, a todo instante, por novos comportamentos. Esse movimento é muito rápido, muito acelerado, adicionando maior fluidez e uma comunicação mais one-to-one. A mídia tem um papel central nesse processo, porque ela acaba moldando diversos comportamentos e toda essa fluidez com que nos relacionamos, seja no consumo de mídia, seja no consumo de produtos, entre outros. E, cada vez mais, essa comunicação é one-to-one, é customizada. Para quem é do mercado publicitário de vídeo, é possível conhecer soluções como o Target Group Index, que oferece uma série de informações para segmentar o consumidor. Com ele, conseguimos entender, por exemplo, o comportamento de consumidores de mais de 3.000 marcas no Brasil, abrangendo diversos estabelecimentos comerciais e mais de 200 categorias de produtos". "Mídia de varejo está dentro de mídia exterior, o famoso out of home. Uma das mídias de maior penetração no nosso país. Hoje, 90% da população declara ter visto mídia out of home nos últimos 30 dias. Isso é enorme, uma das mídias de maior alcance do país. Quando esse recorte vem para mídia em estabelecimentos comerciais é 78%. 3 em cada 4 brasileiros já declarou ter visto mídia em estabelecimentos comerciais. Então, de fato é uma mídia de enorme alcance. O outro lado da moeda, não muito favorável, ou muito favorável, porque mostra potencial, é que o share de investimento em mídia de estabelecimento comercial é muito pequeno. Em 2024, do total de investimento em mídia exterior, apenas 6% foram em estabelecimentos comerciais. Reparem, 78% da população vê essa mídia, que só recebe 6% de investimento. Desse 6% de investimento, só 13% foram em supermercados", continuou Lucas Cunha. Na sequência, o business development manager da Kantar IBOPE Media relatou: "E como é que conhecemos? Como é que eu descubro? Como eu mostro para o mercado publicitário, para as agências, para os anunciantes, como podemos explorar mais esse potencial? Claro, começamos mostrando os dados macros de alcance. Mas também vamos além, segmentando e mostrando a qualificação desse público. Por exemplo: vocês sabem quem é o público que, de fato, viu mídia no supermercado nos últimos 17 dias? Eu vou trazer algumas informações para vocês entenderem como é um público com alto potencial de consumo, muito interessante para o varejo trabalhar. 70% desse público está na faixa de 20 a 54 anos. O que isso significa? Que está concentrado principalmente na população economicamente ativa, acima da média da população geral. Em termos de classe socioeconômica, 64% pertencem às classes A, B e C, um número também superior à representatividade dessas classes na população, que é de 58%. Quando olhamos para a renda média familiar, ela é 11% superior à média da população brasileira, passando da faixa de R$ 5.000. Ou seja, é um público com maior poder de compra, com maior presença nas classes mais altas e, além disso, economicamente ativo. Isso mostra uma grande oportunidade para os supermercados, que ainda não está sendo totalmente aproveitada". "Agora, pensando no mercado publicitário: esse público também demonstra forte intenção de compra. Por exemplo, quando perguntamos se eles pretendem comprar um carro nos próximos 12 meses, quase metade diz que sim. É um público disposto a gastar, a investir, ou seja, com apetite de consumo. Outra informação interessante: 60% concordam que o cartão de crédito permite comprar coisas que eles não conseguiriam sem ele. Isso reforça que não é só intenção, é também a disposição e a consciência de poder de compra. É um público disposto a consumir, se tiver acesso ao crédito. O que eu quero mostrar com tudo isso? Que há, de fato, uma grande oportunidade pouco explorada no mercado de mídia em vídeo no varejo, especialmente nos supermercados. A primeira coisa, de fato, é entender o consumidor. E, como eu coloquei aqui, muitas vezes entender o consumidor não é apenas observar o comportamento dele diretamente, até porque, em muitos casos, ele é desconhecido até mesmo pelo próprio varejo. Por isso, muitas vezes, é necessário mostrar para a agência, para o mercado, para o comprador de mídia, quem é aquele público. Como eu mostrei: 61% dos brasileiros veem mídia no varejo, e quando vamos para a classe A-B, esse número sobe para 67%. Então, o varejo precisa mostrar esses dados para o mercado. Agora, além de entender o consumidor, eu separaria três grandes camadas de informação. Alcance: são os grandes números que citei — quantas pessoas veem aquela mídia, quais são os dados demográficos, etc. Qualificação: se a primeira camada serve para quantificar, a segunda serve para qualificar esse público. Por exemplo: quem é o consumidor de refrigerante ou de iogurte? Qual o ticket médio dele? Que tipo de embalagem ele costuma comprar? Com qual frequência? Terceora: retorno à compra, que é fundamental para as agências, porque elas precisam prestar contas aos anunciantes. Ou seja, é essencial demonstrar o impacto da campanha em resultados reais. Para as duas primeiras camadas, eu consigo responder com os dados que apresentei aqui para vocês, dados do Target Group Index, por exemplo, que ajudam a quantificar e qualificar o público. Já para a terceira etapa, é muito importante que o próprio varejo forneça essas informações às agências. E eu acredito que essa conexão entre os dados do varejo, os dados de vendas e a experiência do consumidor é o que vai realmente fazer a diferença para as agências. As agências não vão se atentar a todas essas associações por conta própria. Cabe ao varejista mostrar que esses dados são relevantes, que fazem diferença. Ele precisa defender o seu espaço no mercado. Caso contrário, essa diferença que vemos entre o tamanho da oportunidade e a efetiva realização da conversão vai continuar grande", expôs Lucas. O business development manager da Kantar IBOPE Media finalizou: "O varejo precisa conseguir atribuir a conversão diretamente àquele meio. E, para isso, vou dar um exemplo: cada meio tem suas características, e há casos em que não é possível isolar o fator de impacto para saber se uma conversão aconteceu por conta daquela mídia, como acontece com o rádio, por exemplo. Já a mídia de varejo tem essa capacidade em muitos casos. Conseguimos realizar pré e pós-campanhas, por exemplo, e atribuir aquela mídia a uma conversão real. Então, isso torna a mídia de varejo um ativo muito valioso. Poucas mídias tem a oportunidade que o varejo tem". Fábio Amorim pontuou: "Quem implementa a parte de painéis, mídia, softwares, hardwares e tudo mais, muitas vezes não qualifica, está mais preocupado com o tamanho do que com os resultados que esses ativos podem gerar. Só que esses ativos oferecem diversas condições coletivas. Lá fora, o Retail Media, nos Estados Unidos, já está em outro patamar e o formato é um pouco diferente do que estamos acostumados aqui. No Brasil, ainda vendemos muito no formato tradicional: vai até a agência, bate lá na porta, vende a mídia diretamente". Mídia programática: realidade que precisa de foco Ronan Daniel Cezar, CEO da WOOOH Wonders of Out of Home, explicou as tecnologias, investimentos e estudos necessários para que uma estratégia de retail media alcance resultados expressivos, com foco na mídia programática: "Quando falamos de tecnologia, as pessoas costumam se assustar um pouco. Mas, na verdade, já vivemos num mundo programático no nosso dia a dia. Para vir até aqui, por exemplo, muita gente chamou um Uber, algo totalmente programático. Eu entrei no aplicativo, escolhi o carro, ele veio até mim. A mídia programática é basicamente a mesma coisa: uma forma de comprar e vender por meio de uma plataforma intermediária. Aqui temos um esboço de como funciona esse processo. A mídia programática envolve, basicamente, dois atores principais. De um lado, temos o anunciante, e do outro lado, o veículo. Entre eles, há duas plataformas principais. Do lado do anunciante, temos o DSP, a plataforma de demanda. Do lado do veículo, temos o SSP, a plataforma de oferta. Essas duas plataformas conversam entre si, trocando dados que permitem que, quando um anunciante quer atingir um público específico, ele entre na plataforma, com uma experiência semelhante à de reservar um hotel no Booking.com ou um apartamento no Airbnb, e veja todos os espaços de mídia disponíveis. Muitas vezes, esse anunciante vai definir um objetivo de campanha. Por exemplo, se eu sou uma marca que vende produtos veganos, quero saber onde essas pessoas estão e quais locais têm afinidade com esse estilo de vida. Não faria sentido, por exemplo, comprar mídia em um supermercado que não vende produtos veganos. Então, dentro da plataforma, o anunciante pode especificar com quem quer falar, e o sistema vai selecionar as localizações que fazem sentido para o objetivo da campanha". "Do lado do veículo, o SSP carrega as informações dos ativos, das telas disponíveis, e permite a criação de segmentações que ajudam o anunciante a encontrar esses pontos de mídia. Essas plataformas (SSP e DSP) ficam em comunicação constante, com todo um aparato técnico por trás. Assim, o processo funciona da seguinte forma: o anunciante envia o anúncio pelo DSP, que é entregue ao SSP, e então é exibido nas telas do veículo, seja no varejo, na rua ou em outros ambientes. O processo é simples e integrado, mas exige que toda a parte técnica esteja bem estruturada: precisamos de um gerenciador de conteúdo, que receba o material enviado pelo anunciante, e de um sistema que consiga entregar esse conteúdo nas telas, com segmentação eficiente, para garantir que a campanha atinja o público certo. A segmentação é essencial. Sem ela, o anunciante não tem visibilidade sobre o impacto da sua campanha. Hoje, a mídia programática é um canal que cresce fortemente, com crescimento anual de dois dígitos no Brasil. Ela permite que varejistas conectem suas telas a essas plataformas, mesmo que não tenham experiência direta com publicidade. Se o varejista não quiser fazer esse processo internamente, ele pode contar com um representante ou parceiro comercial que o ajude na venda dos espaços publicitários. Além disso, existe o papel da chamada Ad Exchange ou Ad Network, que funciona como um intermediário de gestão entre o veículo (ou varejista) e os compradores. Esse parceiro representa os ativos do varejo junto às DSPs e aos anunciantes, assumindo a operação e repassando ao varejo apenas a receita, geralmente com um percentual combinado. Esse intercâmbio entre plataformas facilita e democratiza o acesso à mídia digital, tanto para os varejistas quanto para os anunciantes. Como essas plataformas são globais, por exemplo, um comprador no Japão pode anunciar em uma tela localizada em um supermercado no Rio de Janeiro. Isso aumenta a visibilidade dos ativos e as possibilidades de monetização para os veículos e varejistas", continuou Ronan Daniel Cezar. O CEO da WOOOH Wonders of Out of Home apresentou posteriormente: "Basicamente, vamos separar esses dois cenários entre o grande varejista e o pequeno. Vemos uma grande aceleração dos grandes varejistas em desenvolver suas próprias plataformas e suas equipes de venda de mídia. Eles entendem a segmentação e a importância disso. A venda de mídia para o grande varejista pode representar até 10% da receita total do varejo, ou seja, uma receita incremental bastante significativa. Esses grandes varejistas estão se associando com empresas de métricas para entender e oferecer ao mercado todas essas segmentações possíveis. Mas isso não quer dizer que esse seja o modelo que precisa ser replicado também por pequenos e médios varejistas. O que o pequeno e médio varejista precisa garantir é, primeiro, que ele tenha toda essa consistência técnica. Que a tela dele esteja conectada, esteja conversando com esse ecossistema aqui. Então, é importante pensar que você é um Uber e identificar qual é a plataforma com a qual você precisa trabalhar. Você vai trabalhar com o 99 e o Uber ao mesmo tempo? Vamos seguir para o varejo: quais são as plataformas com as quais você precisa trabalhar? Isso vai trazer demanda? O que vai ser necessário? De forma geral, independente do tamanho, porque estamos falando de mídia e de controle, eu preciso saber o que vai passar na minha tela. Seria importante que existisse pelo menos uma equipe, uma pessoa responsável que possa aprovar os criativos que vão rodar naquelas telas. Porque, de repente, eu tenho algum acordo comercial com uma marca específica e não posso anunciar a marca concorrente". "Quando o anunciante escolhe as telas, muitas vezes essa escolha é feita com base em dados geográficos, onde a tela está posicionada, ou eventualmente qual é o público que passa na frente daquela tela. Ele não sabe se existem restrições específicas. Por isso, é importante ter pelo menos uma pessoa que entenda quais são as restrições que eu, como varejista, tenho nas minhas lojas, e me associar a parceiros que me ajudem a realizar essa distribuição, garantindo que meu inventário está bem listado e que minha equipe técnica consegue identificar se as telas estão em comunicação. É claro que precisamos garantir receita, porque muitas vezes existe demanda, há compradores que querem comprar, mas a tela não está funcionando, não está conectada às plataformas, e essa é a pior coisa que pode acontecer: saber que existe uma demanda de alguém querendo comprar o meu inventário, minhas telas, e não estar vendendo porque a comunicação não está ocorrendo. Então, temos essas duas frentes: trabalhar e desenvolver uma equipe internamente que represente o meu relacionamento com as plataformas do meio, ou eventualmente terceirizar. Aqui no Brasil, a terceirização tem sido muito comum. Não temos mais um slide sobre isso, mas muitos veículos, sejam varejistas ou mídia exterior, se associam com plataformas que fazem toda a gestão, acompanham tecnicamente se a venda está ocorrendo e repassam para o varejista o valor dessa venda no final do mês. Portanto, depende muito da disponibilidade e da mão de obra dentro desse varejo", concluiu Ronan Daniel Cezar. Fábio Amorim encerrou o painel com uma frase que resume bem o segmento de retail media para o varejo supermercadista: "O varejo é um membro de mídia, um gigante adormecido".
14/08/2025
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Por que a arquitetura de varejo precisa criar experiências e memórias?
Nesta quinta-feira, 14, Juliana Neves, CEO da Kube Arquitetura, subiu ao palco do Conecta Varejo para falar sobre como a experiência do cliente se tornou o grande diferencial no varejo presencial. Para a especialista, a arquitetura de varejo deixou de ser apenas um espaço para vender produtos e passou a ser uma ferramenta para criar memórias e conexões duradouras. “Arquitetura não começa na planta baixa”, destacou Juliana Neves, parafraseando sua colega Renata Togni. “Ela começa no comportamento de consumo. É preciso entender a estratégia das marcas para que o espaço físico seja uma extensão dessa experiência e gere resultados reais para o negócio.” Durante a palestra, Juliana explicou que o varejo físico não consegue competir com a velocidade ou o preço do comércio online, citando exemplos como Amazon e Mercado Livre. “A loja física precisa oferecer algo que o digital não entrega: emoção, engajamento e descoberta”, afirmou. Segundo ela, a jornada do consumidor precisa ser humanizada, consistente e envolvente, transformando o ponto de venda em um ambiente de pertencimento e interação. A palestrante também destacou tendências globais e conceitos como o Retail Attainment, que combina varejo e entretenimento. Juliana apresentou ainda pilares como interatividade, sensorialidade, personalização e pertencimento, mostrando exemplos de marcas internacionais, como Coldplay e Louis Vuitton, que utilizam experiências físicas para engajar o público e fortalecer a marca. “Não precisamos ir à loja apenas para comprar. O varejo físico deve ser um espaço de encontro, de diversão e de conexão com a marca. Esse é o verdadeiro diferencial competitivo”, concluiu Juliana Neves, enfatizando que a experiência se tornou o “novo produto” do varejo presencial. Experiências IRL As chamadas experiências IRL (In Real Life, ou “na vida real”) estão se tornando cada vez mais relevantes para engajar o público, especialmente as gerações mais jovens e digitais. Com o aumento da solidão e do isolamento social, muitos consumidores buscam não apenas produtos, mas conexão e pertencimento. Segundo Juliana Neves, a geração Z tem apresentado maior vulnerabilidade a questões emocionais, como depressão e solidão, muitas vezes agravadas por relacionamentos distantes e excesso de interações digitais. Nesse cenário, as marcas têm uma oportunidade única: tornar-se hubs de suas comunidades, promovendo encontros, eventos e experiências que aproximem pessoas com interesses compartilhados. “Afinal, por que não usar o espaço da sua marca para gerar conexões reais?”, questiona Juliana Neves. Transformar a relação com o consumidor em algo experiencial e humano pode se tornar um diferencial estratégico, fortalecendo laços e criando fidelidade de longo prazo. As experiências IRL mostram que, mesmo em um mundo digitalizado, o toque humano e o encontro presencial continuam tendo valor insubstituível — e marcas que investirem nisso podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
14/08/2025
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"Visibilidade e vendas serão consequência se tudo estiver bem estruturado", o segredo por trás de uma boa estratégia de influência
Não é mais possível fugir do mundo das redes sociais e da cultura da influência. Aliás, utilizar esse universo com uma estratégia bem definida pode ser uma excelente aposta para alavancar vendas e atrair novos consumidores. E nesta quinta-feira, 14 de agosto, o palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week se debruçou sobre a análise desse mundo e sua interlocução com os varejistas. Os influenciadores Livian Aragão, CEO da LVA Produções, Nina Talks e Vitor Gomes Maia, fundador da Halle, analisaram a relação dos influencers com as redes do varejo, o impacto na decisão de compra no ponto de venda e no comportamento do consumidor na palestra "Do feed ao carrinho: como a influência move o varejo". Como transformar likes em vendas? Como gerar conexão, relevância e conversão? "Pensando no varejo, tenho visto cada vez mais as marcas enxergando os influenciadores como parte essencial da estratégia de vendas como um todo. Antes eu via muito aquela lógica: 'Sobrou dinheiro, vamos fechar alguma coisa com um influenciador'. Hoje em dia é diferente. A estratégia já é pensada com isso: parte do orçamento vai ser destinada a trabalhar com influenciadores porque isso gera retorno sobre o investimento", destacou Nina Talks. Livian Aragão frisou: "As redes sociais são tão rápidas que de repente tudo muda. Precisamos estar sempre se atualizando. Acho que precisamos entender o que está acontecendo. Se a marca quer visibilidade, ela precisa olhar para os perfis certos. E geralmente as marcas também procuram perfis que têm a ver com o que elas querem comunicar. Então é muito interessante essa nova perspectiva de mercado". "Eu vim de uma época em que, para crescer nas redes sociais, você precisava vender a perfeição: ter o feed perfeito, a vida perfeita... para que as pessoas entrassem nas suas redes e idealizassem a vida delas ali. Mas isso mudou completamente. Hoje, as pessoas querem verdade, querem conexão, querem histórias com as quais possam se identificar", pontuou Vitor Gomes Maia. Desafios do mercado de influência Nina afirmou: "O Brasil é um mercado extremamente aquecido quando se fala em Creator Economy. Se olharmos para outros países, o Brasil com certeza está no topo em quantidade de influenciadores e conteúdo criativo. Mas ainda é algo muito novo e que tem acontecido muito rápido. Muitas marcas querem aproveitar esse movimento, mas ainda ficam um pouco perdidas: 'Como eu começo? Como eu abordo? Como trabalhamos juntos?'. Até hoje chega muito briefing engessado, com regras rígidas: 'Você tem que fazer exatamente isso'. Mas isso não gera conexão. Para mim, co-criação é a chave para uma ação realmente dar certo. E tudo é sempre pra ontem. Isso atrapalha o processo criativo. Fica ruim pra mim e ruim pra marca. É importante parar, respirar e entender como podemos trabalhar juntos. Porque nós, criadores, queremos ser um pilar estratégico, não só entregar uma publicidade. Estamos colocando nossa relevância em jogo. É uma via de mão dupla". "É importante ter abertura para ser criativo. Quando o briefing é muito engessado, a gente só entrega o básico. Mas o nosso público espera ver a nossa personalidade ali. É legal quando a marca permite essa co-criação, porque o conteúdo fica mais autêntico e mais eficaz", salientou Livian. Vitor concluiu: "Esse mercado exige constante adaptação. O termo 'influenciador digital' já existe há uns dez anos, mas ainda é tudo muito novo. É um mar de descobertas. As marcas precisam se adaptar, os influenciadores também, para que todos consigam crescer e alcançar resultados reais". Como as mudanças nas redes impactam na forma de criação de conteúdo para o varejo? Os influenciadores também abordaram especificamente os impactos das mudanças nas redes sociais no setor varejista, como explicou Livian: "Acho importante entender que existem públicos e formatos diferentes. Então, a entrega tem que ser diferente também. Às vezes falam: 'Ah, faz esse Reels e posta no TikTok também'. Mas o público não é o mesmo. Não dá pra replicar o mesmo conteúdo no YouTube, Instagram e TikTok. Às vezes a edição tem que mudar, o ritmo, o tom. É preciso entender a linha de raciocínio de cada plataforma e como a campanha conversa com o que você já está falando. Só assim o conteúdo será eficaz. É muito legal quando o varejo entra em uma trend. Isso humaniza a marca. Ver uma empresa participando da mesma trend que está rolando na comunidade gera identificação com o público. Isso pode não ser o que faz a marca crescer sozinha, mas é um ponto estratégico importante de visibilidade". "Você pode ter um conteúdo ótimo, mas se não estiver falando da melhor forma, ele não engaja. A quantidade de horas que passo escrevendo um roteiro de 30 segundos… porque eu quero prender a atenção. Quero impactar alguém com uma oportunidade. Parece só um videozinho, mas tem muito esforço cognitivo por trás. Tem técnica. O público precisa sentir que a marca está se comunicando do mesmo jeito que o criador. Isso gera identificação e identificação gera venda", alertou Nina. Vitor Gomes arrematou: "O maior desafio é o movimento constante das redes sociais: nos formatos, na forma de se comunicar, editar e gravar. Você precisa consumir conteúdo, entender o que está funcionando e adaptar ao seu jeito, à sua identidade visual. Cada pessoa tem uma bagagem individual, e é isso que diferencia você dos outros produtores de conteúdo e das empresas concorrentes". Atenção! O perfil do influenciador importa na escolha O debate focou ainda em outro ponto relevante para uma estratégia bem traçada de parceria, o perfil do influenciador, como disse Livian: "Primeiro, tem sinergia? Pode ser com a marca ou com uma campanha específica. É importante também entender o que a marca quer: visibilidade ou engajamento? Se a ideia é alcançar muitas pessoas, você pode contratar alguém com grande alcance. Mas se o foco for conversão, talvez seja melhor um influenciador com uma comunidade mais segmentada, mais próxima da marca. Cada campanha exige uma estratégia. Às vezes, o influenciador com mais seguidores não é a melhor opção. E o engajamento é algo que também precisa ser observado com cuidado". "O mais interessante pra mim é a interseção entre valores. Estou emprestando minha relevância para a marca, e a marca está emprestando a dela pra mim. Gosto de observar os valores no briefing. Isso mostra que há conexão e quando o público percebe isso, não causa estranhamento. Parece uma extensão natural. É muito legal quando você vê um influenciador que você admira trabalhando com uma marca que também gosta. A combinação faz sentido. Também acredito que pulverizar a influência é importante. Nem sempre contratar o maior influenciador é a melhor estratégia. Às vezes, trabalhar com nichos e micro ou nano influenciadores traz mais resultado e reduz o risco de apostar tudo em um único canal. É importante entender também que podem existir outros fatores, como se há problema na landing page, se o produto está bem explicado e precificado, dentre outros". Vitor finalizou: "As marcas precisam ter tudo muito bem estruturado: estratégia, posicionamento, comunicação. Assim, conseguem identificar qual influenciador realmente combina com elas. Se você contrata alguém só pelo número de seguidores, pode se frustrar. O público pode até visitar seu perfil naquele dia, mas não haverá retenção, nem conversão. Hoje não é mais sobre quantidade, e sim sobre conexão. Existem micro influenciadores que geram muito mais resultado porque falam diretamente com a audiência certa e isso faz toda a diferença para as marcas. Tudo precisa estar alinhado. Porque você vai ter essa visibilidade do influenciador que contratou, mas é essencial reter esse público. Realmente, é necessário que a sua comunicação e a comunicação do seu negócio estejam muito bem alinhadas, porque, do contrário, esse investimento pode acabar sendo em vão". É preciso focar em personalização Nina afirmou: "Com esse universo cada vez mais saturado, mais influenciadores aparecendo, mais inteligência artificial chegando, mais conteúdo genérico, eu vejo duas frentes principais: a inteligência artificial ajudando a gerar mais conteúdo, mas, ao mesmo tempo, as pessoas buscando cada vez mais humanização e personalização. As pessoas seguem os influenciadores porque confiam neles, e vai se criando uma comunidade em torno disso. Então, produzir algo personalizado, que comunique bem e fuja daquela comunicação genérica, é o que vai fazer a diferença. É isso que vai diferenciar o conteúdo de uma propaganda comum que a marca poderia simplesmente impulsionar nas redes sociais. Trazer o influenciador para perto serve justamente para proporcionar essa personalização e alcançar pessoas que, provavelmente, a marca não conseguiria atingir sozinha ou que, muitas vezes, não confiariam nela de forma tão fácil. O influenciador está, de certa forma, emprestando a sua confiança à marca". "Do influenciador, espera-se autenticidade e personalização. Mas eu acho que, hoje, a marca também pode, e deve, ter sua própria autenticidade e personalização. Às vezes, a marca pode até se tornar a própria influência. A marca pode se tornar um perfil que também exerce influência. Em alguns casos, pode até ser contratada para divulgar outras empresas. Então, um conselho que eu daria para uma marca que quer ter mais autenticidade e personalização é investir em humanização. Mostrar os bastidores, permitir que as pessoas vejam como tudo é feito, aproximá-las da marca. Isso gera identificação. Eu realmente acredito que isso contribui muito para criar uma comunicação personalizada e para se diferenciar. Porque, isso já nem é novidade para ninguém, o mercado está saturado. Muitos influenciadores, muitas marcas postando sobre tudo. Hoje, todo mundo já entendeu a necessidade de estar presente nas redes sociais. Por isso, você precisa se diferenciar, estar à frente dos seus concorrentes. Se você produzir conteúdo de forma autêntica, e não só repetindo o que todo mundo está fazendo, com certeza vai se destacar. Se você tiver uma estratégia bem definida, com impacto relevante na vida das pessoas, com certeza terá resultado", concluiu Vitor Gomes. Fidelização: o pós-venda importa tanto para o varejo, quanto para o influenciador Uma estratégia bem aplicada não gera apenas conversão em vendas, mas também em fidelização de clientes. E um planejamento bem feito proporciona resultados relevantes para ambos os lados da parceria, como explicou Livian Aragão: "Realmente, a marca se aliar ao influenciador é uma estratégia muito boa, especialmente considerando tudo o que já falamos: existe um excesso de informação, e as pessoas estão saturadas de ver publicidade o tempo todo produto, produto, produto... por isso, conseguir comunicar a sua marca junto com o influenciador, em uma relação de longo prazo, faz toda a diferença. Não se trata apenas de uma pós-venda, mas de infinitas vendas, porque você cria associação e confiança. Então, não se pode parar de pensar em estratégias de longo prazo com influenciadores que tenham um relacionamento mais próximo com o público. Eu acredito que isso é extremamente valioso". Nina Talks pontuou: "Depois que o post vai ao ar, acompanhamos as métricas por um tempo. Entregamos esses resultados, analisamos os números juntos, o que deu certo, o que deu errado. Se olharmos para isso com mais atenção e cuidado, recebemos muitos feedbacks valiosos. Às vezes, os comentários vão além do esperado e trazem insights incríveis. Eu tento me envolver ao máximo no pós marketing. Quando alguém me manda mensagem dizendo que comprou, eu pergunto a opinião, por exemplo, e mostro para a marca. Esse trabalho após a publicação é fundamental. Continuar construindo junto, entender o que pode ser melhorado para as próximas etapas, é algo essencial e, sinceramente, não vejo todo mundo fazendo isso". Conclusão: análise de público e de influenciador são as bases de uma boa estratégia Vitor Gomes encerrou o painel destacando: "Como você quer se comunicar e como você quer que o influenciador se comunique por você? Você está contratando esse influenciador pra te representar. É preciso ter entendimento da essência da sua marca. Assim, é possível construir algo em parceria, de forma transparente e mais leve para o influenciador e o público. Por que você criou a marca? Por que você quer se comunicar? Nesse momento, o influenciador pode compartilhar ideias, e esse pode ser um espaço para vocês moldarem juntos a melhor abordagem. Muitas marcas contratam influenciadores sem saber exatamente o que querem, sem definir objetivos claros. E, com isso, se frustram, porque esperam que o influenciador faça tudo: o vídeo, o conteúdo, o resultado, toda a estratégia. Mas essa não é a função do influenciador. O influenciador está ali para entender a intenção da marca e se comunicar de forma clara, autêntica, do seu jeito, mas alinhada ao objetivo proposto. Visibilidade e vendas serão consequência se tudo estiver bem estruturado. Portanto, tenha sua comunicação completamente alinhada para garantir um briefing redondo e claro. Assim, o influenciador poderá criar do jeito dele, mas sem perder a essência da sua marca".
14/08/2025
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"O futuro não será B2B ou B2C. Será AI2C", uma Aula Magna de futuro com Amy Webb
A Plenária do Rio Innovation Week, no Galpão Kobra, foi palco de uma verdadeira Aula Magna nesta quinta-feira, 14 de agosto, sobre o futuro e como nos comportaremos com o avanço da tecnologia. E uma lição com um grande sinal de alerta: tendências não bastam sem atenção aos detalhes e sem visão estratégica de longo prazo. Na palestra "Tendências Emergentes de Tecnologia", Amy Webb, futurista, fundadora e CEO da Future Today Institute, provocou o público com um questionamento que, segundo ela, deveria orientar qualquer organização: "No futuro, o que você acha que será mais importante? O meio, ou seja, a forma como a mensagem está sendo entregue? Quem está entregando a mensagem? Como ela está sendo entregue? Ou a própria mensagem, o conteúdo do que está sendo dito?". Amy Webb afirmou que essa, talvez, seja a questão mais relevante a ser pensada nos próximos anos. A futurista apontou como as tecnologias emergentes não apenas mudam a forma como a informação circula, mas também o próprio significado das mensagens, e como tudo isso está a ponto de se transformar ainda mais com a ascensão da inteligência artificial. Visão estratégica: mais do que tendências A CEO da Future Today alertou que observar apenas tendências pode ser perigoso: "Sinais e tendências são aquilo que conseguimos perceber no presente, mas tendências, sozinhas, não são tão úteis assim. Elas apenas nos dão uma noção do que está por vir, mas há muita incerteza. Existem muitas coisas sobre as quais ninguém tem controle total. Se você estiver apenas observando tendências, mas não estiver atento a todo o restante, você poderá estar absolutamente certo, porém, apenas por um instante. Depois, vai estar errado, por causa de todas as incertezas". Segundo Amy Webb, o segredo está na combinação dos fatores, baseados em dados e modelos, além de meras especulações: "Por isso, combinamos o que sabemos com o que não podemos saber. E isso nos dá os cenários. Cenários não são apenas histórias interessantes sobre o futuro ou suposições. Eles devem ser baseados em modelos, dados e matemática. Esses cenários são importantes porque moldam nossa perspectiva de futuro". A partir desses cenários, frisa a futurista, entra o componente mais importante: estratégia. "A terceira etapa é a estratégia. Cenários, sozinhos, são interessantes, mas não ajudam ninguém a tomar decisões. Por isso, essa terceira parte é talvez a mais importante do nosso processo, pois ela se baseia em três perguntas, que todas as organizações deveriam se fazer constantemente: para onde o mundo está indo? Onde será criado valor? E como nós, como empresa, ou como indivíduos, vamos participar? Essas três perguntas podem ser feitas por qualquer pessoa. No centro dessas perguntas está o que chamamos de visão estratégica de futuro, ou 'foresight estratégico'. Isso é o que um futurista faz". Meios de marketing: inúmeras possibilidades, ruídos e influenciadores Amy Webb também discutiu os desafios atuais da comunicação. Mesmo com bons produtos ou causas fortes, chamar a atenção das pessoas nunca foi tão difícil: "Se uma empresa é tão boa assim, se um movimento social é tão eficaz, se todos estão fazendo bem o seu trabalho, com ótimos produtos... por que precisamos de influenciadores? Porque é difícil romper o ruído, é difícil capturar a atenção das pessoas. Sempre foi assim, mas agora está ainda mais difícil, porque a tecnologia está evoluindo, o que está resultando em novas mensagens e novos meios de comunicação. Fiz um cálculo para descobrir quantos meios de marketing existem atualmente, em 2025. Contei 52. Temos canais digitais e online, sites, banners, marketing em mecanismos de busca, newsletters... temos redes sociais (e muitas delas). Facebook, WhatsApp, TikTok, Instagram... cada uma com seu público diferente. Há também plataformas interativas, como o Discord. Temos marketing dentro de jogos. Temos canais tradicionais. E eu poderia continuar listando...". A IA mudará tudo, e muito rápido A CEO da Future Today aproveitou o ensejo para deixar um alerta, a maior mudança não é apenas tecnológica, mas de mentalidade: "O futuro está prestes a parecer radicalmente diferente do presente. Minha preocupação é que, ao falarmos sobre IA, estamos olhando com um foco muito estreito. Achamos que o futuro será como o presente, só que mais avançado. Ou achamos que será como nos filmes, mas talvez não tão ruim. Na verdade, o futuro não será nenhum dos dois. Está se revelando bem diferente. Por isso, precisamos aprender a olhar para o presente com uma expectativa completamente diferente do futuro. E quando falo de futuro, não estou falando de dez anos à frente. Estou falando de dois anos". AgentFluence Marketing: a próxima revolução Amy Webb apresentou um novo conceito: AgentFluence Marketing, um termo que ela mesma cunhou. Segundo a palestrante, o marketing do futuro não será voltado apenas para humanos, mas também para inteligências artificiais, remodelando a figura do 'influencer' de hoje: "O conceito de 'influencer' pode mudar radicalmente, pode nem ser mais humano nos próximos 24 meses. O meio e a mensagem, e como esses dois se conectam, podem se entrelaçar de formas que ainda não imaginamos. Estamos falando de sistemas com múltiplos agentes de IA, todos colaborando para o mesmo propósito, sem humanos no comando. Os modelos de IA de hoje já são impressionantes, mas, quando eles começam a trabalhar em equipe, se tornam muito mais poderosos. Sistemas multiagentes do futuro permitirão que agentes de IA atribuam tarefas entre si, construam soluções em conjunto e resolvam problemas que, individualmente, não conseguiriam resolver. A grande revolução é que a IA agora pode criar dados artificiais quando os dados reais estão ausentes. Isso é chamado de pensamento em modalidades, uma maneira de acionar etapas de raciocínio lógico para resolver problemas enquanto gera dados ao mesmo tempo. Nunca vimos nada parecido com isso". "Você pode estar pensando: 'Isso não tem nada a ver comigo ou com meu negócio'. Esse é um grande erro. Isso tem tudo a ver com você e com o futuro. Esses são sinais fortes, relevantes para todas as pessoas, negócios, governos, a sociedade. Vejo empresas ignorarem esses sinais o tempo todo. Acham interessante, dizem 'vídeo legal', e vão para a próxima reunião... ou deixam tudo para a 'equipe de inovação' ou para os jovens. Mas isso importa para todos nós. Estou vendo surgir algo que chamo de 'AgentFluence Marketing', um termo que inventei. É sobre criar e implantar agentes autônomos de IA como influenciadores digitais para promover ideias, produtos ou comportamentos. Não para pessoas, e sim para outras IA, outros agentes, dentro de sistemas em rede. Em vez de um único influenciador humano, imagine 3.000 versões digitais desse influenciador, feitos para se comunicar entre si, não com você", prosseguiu a palestrante. Cenários futuros: hipersegmentação e internet sem cliques A CEO apresentou dois cenários principais, expondo as possibilidades delineadas por cada possibilidade: "Lembram dos 52 meios que mencionei? Nos próximos dois anos, isso pode se tornar 520 meios, e muitos deles terão a IA como o meio, o criador da mensagem e o mensageiro. Um cenário possível é o que chamo de 'Mais Coisas'. Imagine inovação de produto em tempo real, influenciadores humanos usando sistemas multiagentes e raciocínio multimodal para criar novos produtos a serem vendidos. Ao invés de poucos megainfluenciadores, teremos milhares de criadores de nicho, capazes de produzir conteúdo e produtos personalizados, em todas as plataformas e idiomas. Esses produtos, mesmo super segmentados, serão economicamente viáveis porque a IA os conectará com os consumidores certos. Outro cenário possível é o que chamo de 'Vestido Preto Básico'. Em breve, não precisaremos mais procurar por algo ideal. A internet será sem busca. Teremos uma internet sem cliques. Consumidores usarão IAs com memória, o que significa que você terá que aprender a fazer marketing não só para pessoas, mas para os agentes de IA também". "Vamos ser realistas: a maioria das empresas não estava preparada para a internet. Também não estavam preparadas para o mobile. E vejo isso acontecendo de novo com a IA. Produtos começarão a aparecer em plataformas como o ChatGPT, e nem saberemos por quê, porque será o sistema de IA que fará essa escolha. Mas e se essa IA combinar perfeitamente com os seus gostos e preferências? Imagine uma empresa de IA que faz parceria com uma fábrica. A usuária diz 'quero um vestido preto'. A IA não mostra algo genérico, de tamanho inadequado. Ela mostra o vestido exato que ela quer, com o estilo exato, com uma imagem que parece com ela. E se ela quiser mesmo esse vestido? A IA pode usar as medidas exatas da mulher, criar um molde e enviar direto para a fábrica", continuou a futurista. AI2C, o futuro De acordo com Amy Webb, a IA passará a ser a marca, substituindo os modelos B2B e B2C: "Produção personalizada. Sem loja, sem intermediários. Não é mais B2B ou B2C. É AI2C – Inteligência Artificial para o Consumidor. Esse cenário não é pura ficção. É um futuro totalmente diferente. Nesse futuro, o modelo de IA é a marca. Talvez o modelo gratuito ofereça o básico. E pessoas com mais dinheiro paguem por uma versão premium — com tecidos de luxo, acabamentos manuais feitos por humanos. É o mesmo modelo de escassez que marcas de luxo usam hoje, mas com mais automação". Por fim, a palestrante deixou uma provocação, como forma de incentivo, ao público: "Se esses cenários são plausíveis, e são, não importa em que setor você trabalha. O meio, a mensagem e a forma como ela é criada e entregue... tudo isso vai mudar radicalmente. Então, você está realmente inovando? Ou apenas iterando? Há muita coisa acontecendo agora. Pode parecer difícil correr riscos estratégicos para promover mudanças significativas. Mas inventar o futuro exige coragem, trabalho e inovação".
14/08/2025
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Do brinquedo à experiência: lições do varejo infantil para transformar supermercados
O terceiro dia do palco Conecta Varejo, no Rio Innovation Week, destacou a transformação do varejo infantil em experiências de entretenimento que vão além da simples venda de produtos. Thiago Rebello, CEO da Ri Happy, e Renata Feltrin, cofundadora da Forwd, discutiram como as lojas podem se tornar ambientes que unem diversão, aprendizado e engajamento familiar, criando um ecossistema que fideliza clientes e amplia oportunidades de receita. Segundo Thiago, o propósito da Ri Happy vai muito além de comercializar brinquedos. “Criar momentos mágicos com diversão significa gerar memórias positivas para crianças e famílias. Com a adição de entretenimento pago, como teatros, oficinas e colônias de férias dentro das lojas, conseguimos aumentar a frequência de visitas e engajar ainda mais o público”, explica. Ele ressaltou também a importância dos dados na operação: “Dado é matéria-prima para melhorar. Quem não tem dados qualificados está muito atrás. Entender o que o cliente deseja permite transformar insights em ações práticas no dia a dia da empresa, potencializando a experiência e a fidelização.” Renata reforçou a importância de transformar a cultura organizacional e o atendimento. “O foco não é o brinquedo, mas as famílias e as crianças. Cada detalhe da experiência, desde a recepção com personagens lúdicos até as atividades dentro das lojas, cria uma conexão emocional com o cliente”, disse. Para ela, a inovação começa internamente, com treinamentos e experimentação, e permite que a Ri Happy evolua de uma rede de varejo tradicional para um verdadeiro ecossistema de entretenimento, onde serviços pagos e experiências imersivas, aliados ao uso estratégico de dados, ampliam o valor percebido pelo público.
14/08/2025
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Do online ao físico: saiba tudo sobre a estratégia da Época Cosméticos para transformar a experiência do consumidor
A terceira palestra desta quinta-feira (14), no palco Conecta Varejo do Rio Innovation Week, trouxe um panorama detalhado das transformações do varejo de beleza. Giancarlo Chiapinotto, sócio e líder de Tax para indústria de Consumo e Varejo da PWC Brasil, conversou com Christiane Bistaco, CEO da Época Cosméticos, sobre estratégias de integração entre físico e digital, inovação tecnológica e regionalização do atendimento ao consumidor. “O varejo passa por diversas fases. A Época é um grande laboratório de experiências e aprendizados, e precisamos entender o que vocês vêm trazendo para o mercado”, iniciou Chiapinotto, destacando a relevância de observar cases de liderança no setor de cosméticos. A fala do executivo abriu espaço para que Christiane detalhasse a evolução e os diferenciais da empresa. Christiane explicou como a Época cresceu e se transformou nos últimos anos: “Quando assumi, a Época já era relevante, com mais de 500 marcas. Hoje, temos mais de 700, incluindo perfumes importados e produtos brasileiros. Sempre tivemos no nosso DNA a compreensão do consumo feminino — democrático e acessível — mas também pensamos no homem. Transformamos nosso negócio em quatro frentes: varejo, internet e mídia, marketplace e, em breve, loja física. Tudo isso com foco em curadoria, autenticidade e experiência do consumidor.” A discussão naturalmente se aprofundou na primeira loja física da Época, que Christiane descreveu como estratégica para conectar o físico ao digital. “Não é um complemento, mas essencial para a experiência digital. A loja funcionará como ponto de coleta, atração de novos clientes e teste de produtos, conectando-se ao marketplace e às nossas plataformas online. Nosso objetivo é criar experiências únicas, trazendo marcas de prestígio e produtos nativos digitais que refletem as tendências do consumidor.” A conversa evoluiu para a importância da regionalização no varejo brasileiro. Christiane destacou: “O Brasil é vasto. Produtos que funcionam no Sudeste podem não ter o mesmo impacto no Norte e Nordeste. Nosso marketplace permite que marcas menores alcancem públicos antes inacessíveis e que a Época ofereça produtos adaptados às preferências locais.” Chiapinotto trouxe o foco para a tecnologia e a inteligência de dados como alavancas da operação. Christiane detalhou: “Utilizamos dados para busca, recomendação, precificação e logística. Investimos em soluções de inteligência artificial e machine learning para agilizar processos e aumentar a eficiência, mas sempre com validação humana. Um exemplo é o Virtual Trial, ferramenta de teste de maquiagem digital que exige interação humana para garantir precisão e experiência realista ao cliente.” O diálogo reforçou como a integração entre físico, digital e marketplace fortalece a confiança e a experiência do consumidor. “O cliente quer autenticidade, variedade e experiências completas. Por isso, conectamos inovação tecnológica, curadoria de produtos e estratégias de regionalização para atender às expectativas de cada público”, concluiu Christiane. Para Chiapinotto, essa abordagem é estratégica: cria personalização e engajamento, permitindo que marcas construam relacionamentos mais profundos com os consumidores e elevem o varejo de beleza a uma experiência integrada e diferenciada. Retail Media: a importância! A Época Cosméticos se destacou como pioneira no uso de retail media ao criar, em 2019, a área “Meteoromídia”, dedicada à publicidade no varejo online. O objetivo foi permitir que as marcas, especialmente do setor de beleza, pudessem utilizar dados do consumidor para campanhas mais precisas, indo além da venda tradicional de produtos. Segundo Christiane Bistaco essa abordagem gera uma nova fonte de receita para a empresa, baseada no valor da informação e na capacidade de converter dados em resultados concretos para os anunciantes. Além de oferecer maior precisão na segmentação, o retail media da Época também fortalece o relacionamento com criadores de conteúdo e pequenas marcas. Iniciativas como o Open Doors, que abre os espaços da empresa para influenciadores conhecerem produtos e criar conteúdo, têm elevado o engajamento e ampliado o alcance das campanhas. “Conseguimos criar experiências autênticas que conectam marcas e consumidores de forma direta e significativa”, afirmou Bistaco, destacando o papel estratégico dessa prática. Para a executiva, o retail media se tornou indispensável no varejo digital moderno, pois transforma dados em oportunidades reais de negócios e engajamento. Além de monetizar o conhecimento sobre o consumidor, permite inovação na comunicação e aproximação com o público, criando vínculos de confiança e relevância. “Hoje, retail media não é apenas uma ferramenta de publicidade; é um elemento central para quem quer crescer e se diferenciar no mercado online”, concluiu.
14/08/2025
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"Se coloque no papel do seu consumidor, porque você também é", a arte de vender a experiência
Storytelling, elevator speech... no dia a dia do varejista, muitas expressões são cunhadas e reproduzidas com frequência. Porém, uma coisa permanece essencial: a venda real. Nesse contexto, uma pergunta fica no ar: como vender em um mundo com cada vez mais empreendedores e concorrentes. As respostas para esse e outros questionamentos sobre a arte de comercializar foram detalhadas na manhã desta quinta-feira (14), na Plenária do Rio Innovation Week, no Galpão Kobra, na palestra "Antes de existir pitch, já existia venda: os bastidores da mente Polishop | Farani Stage". Camila Farani, maior investidora anjo mulher da América Latina, e João Appolinario, fundador da Polishop, empresa que virou sinônimo de varejo multicanal no Brasil, compartilham insights para inovar, criar demanda e construir uma marca forte, com foco em um mesmo fim, a experimentação como fator de diferenciação, para vender não apenas para consumidores, mas para todo ecossistema. Experiência e benefício como produtos: o produto é um meio para um fim João Appolinario enfatizou uma percepção extremamente relevante para todo varejista que busca a diferenciação da concorrência. O foco principal da venda não deve ser no produto, mas no que ele oferece ao consumidor. O produto é apenas um meio para realizar uma satisfação, portanto, a experiência é fundamental: "Eu acredito no produto, mas não só no produto em si, e sim naquilo que ele entrega. Ou seja, todo mundo que está empreendendo, no fim das contas, está vendendo alguma coisa, seja um produto ou um serviço. E as pessoas não querem comprar o produto em si, elas querem o benefício que aquele produto entrega. Mesmo quando se trata de serviço. Ninguém procura um médico porque quer ir ao médico, a pessoa quer resolver um problema, curar alguma dor". "Então, não foque no produto, foque no benefício. E qual é a melhor forma de focar no benefício? Demonstrando. Demonstração é tudo. Eu nunca quis apenas vendedores trabalhando comigo, eu quero demonstradores. Seja um bom demonstrador daquilo que você faz. E, para isso, você precisa conhecer bem o que está fazendo, entender profundamente o produto ou serviço que está oferecendo. Às vezes, as pessoas querem vender um produto só por ele ser um produto. Mas eu não acredito que alguém acorde de manhã querendo comprar uma centrífuga. Isso não acontece. A pessoa acorda querendo tomar um suco. A centrífuga é apenas o meio. Então, não foque na centrífuga, foque no suco. Mostre que existe uma forma de tomar um suco de maneira rápida, fácil, com mais qualidade, extraindo mais nutrientes e vitaminas das frutas. Quando a demonstração é bem realizada, a venda não precisa ser feita, porque o desejo já foi criado. O cliente vai querer comprar", prosseguiu o fundador da PoliShop. Appolinario concluiu: "Por isso, é muito importante que a pessoa conheça bem o que está vendendo. Eu vejo pessoas que têm um negócio, mas não conhecem profundamente a própria empresa, o produto ou o serviço. E esse é o primeiro passo para o negócio não dar certo. As pessoas precisam entender o valor da sua empresa, entender que o seu produto tem mais valor do que o que é cobrado dele". "O que eu quero é um serviço. Às vezes se pensa: 'Eu não vendo porque não uso o canal adequado'. E eu costumo dizer: 'você está vendo errado'. Não é isso ou aquilo. A questão é que esse negócio ainda não resolve uma dor que seja suficientemente relevante", pontuou Camila Farani. Comunique de forma igual e clara em todos os canais O fundador da PoliShop também destacou uma estratégia que tem sido utilizada de forma equivocada por diversos negócios, a diferenciação de cobranças por canais variados: "Multicanal é vender em vários canais. Ominichannel é a mesma coisa, porém, ele tem que ter sempre os mesmos produtos, os mesmos preços, um alinhamento, porque aí você não cria correntes entre seu próprio negócio. Se você tiver um preço diferente, que é muito comum, diferente no e-commerce, na loja física, e então você tem uma concorrência com você mesmo. Então, o Omnichannel, o verdadeiro, é quando você tem um alinhamento dos preços, produtos e ofertas. Ou seja, tudo tem que ser o mesmo, porque seu cliente estará tomando apenas a decisão de qual canal ele quer comprar, do que é mais confortável naquele momento. O cliente que vai resolver e não vai ser prejudicado pagando um pouco mais caro porque ele foi em um determinado canal. Isso não faz sentido. O consumidor não vê sentido nisso. Se coloque no papel do seu consumidor, porque você também é". Inovação não é só tecnologia Appolinario ainda frisou a necessidade de observar a inovação como algo muito mais amplo do que somente tecnologia: "Muita gente acha que inovação tem a ver apenas com tecnologia. Mas inovação é questionar aquilo que já existe. Eu insisto muito nisso, porque é isso que realmente importa. Muitas pessoas saem em busca de inovação sem ter ideia de que podem inovar com coisas que estão bem próximas delas". Aprenda a lidar com falhas Por fim, o fundador da PoliShop enfatizou que para alcançar o sucesso do seu negócio, falhas devem ser encaradas como parte do processo e lições para o futuro: "A primeira coisa que eu acho sobre ser empreendedor é que você realmente precisa se desprender de várias coisas. Ou seja, é necessário focar no dia a dia e entender que isso faz parte do processo. Você precisa ter um propósito, e esse propósito é essencial para o empreendedor, ele está à frente de tudo. Eu sempre gosto de destacar que as pessoas, muitas vezes, buscam uma resposta imediata, mas não é assim que funciona. É importante que a pessoa se conscientize de que é o dia a dia que faz a diferença naquilo que você faz. E esse dia a dia é cheio de altos e baixos, então é fundamental estar preparado para isso, para não se frustrar. A frustração pode surgir se você estiver com expectativas diferentes da realidade do que é ser empreendedor".
14/08/2025
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Até 2027, quem conseguir unir imaginação, propósito e capacidade de execução vai liderar o jogo
Na segunda palestra desta quinta-feira (14), no palco Conecta Varejo do Rio Innovation Week, a head of business & operations da WGSN, Priscila Seripieri, apresentou um panorama aprofundado do que deve moldar o mercado nos próximos anos. Com projeções baseadas em dados, estudos e exemplos concretos, ela alertou: o sucesso no varejo dependerá cada vez mais da capacidade de adaptação rápida e da compreensão das mudanças sociais e tecnológicas. “A WGSN é hoje a maior empresa de tendências do mundo. Nasceu no mercado de moda, mas entendemos que mapear moda é mapear comportamento de consumo. O jeito que a gente se veste revela hábitos, valores e escolhas. Hoje, olhamos para todas as categorias — beleza, tecnologia, alimentos e bebidas, e-sports, interiores — sempre antecipando comportamentos de dois a cinco anos no futuro”, explicou. Segundo Priscila, o varejo está migrando de uma “era da informação” para uma “era da imaginação”. “Informação já não é escassa. O desafio agora é: o que fazer com tanta informação? É aí que entra a criatividade para transformar dados em experiências e soluções que conectem com as pessoas”, afirmou. Essa transição é mapeada pela metodologia STEP da WGSN, que analisa seis pilares: sociedade, tecnologia, meio ambiente, política, indústria e criatividade. No campo social, ela destacou uma mudança de mentalidade que une coletividade e individualidade. “Não é mais um ou outro, mas sim uma coexistência. As marcas precisam pensar em estratégias que unam responsabilidade coletiva e respeito às individualidades. Isso significa produtos e campanhas que falem de pertencimento, mas também de personalização”, disse. Essa tendência abre espaço para novas funções no varejo, como estrategistas de comunidades, designers de experiência inclusiva e especialistas em narrativas de marca. Na indústria, o destaque é o equilíbrio entre proteção e conexão. “O consumidor quer se sentir seguro, mas também quer se conectar. Isso vale para o ambiente físico e online. As empresas precisam criar ecossistemas que transmitam confiança, mas que sejam abertos ao relacionamento humano”, explicou. O movimento favorece o surgimento de especialistas em segurança digital humanizada, consultores de ecossistemas omnichannel e curadores de experiências híbridas. Outro ponto central abordado foi o design de produtos. Priscila reforçou que qualidade e simplicidade devem guiar a criação de soluções: “Consumidores valorizam produtos bem feitos, intuitivos e duráveis. A simplicidade aumenta a usabilidade e fortalece a percepção de valor da marca.” Essa abordagem conecta-se ao movimento do direito de consertar, que garante autonomia ao consumidor para reparar produtos, prolongando sua vida útil e consolidando confiança na marca. No campo da criatividade, Priscila defendeu o poder da brincadeira como estratégia de engajamento: “Em tempos caóticos, o adulto busca momentos lúdicos para suavizar a rotina. Marcas que conseguem trazer esse elemento de forma inteligente criam vínculos emocionais mais fortes.” Ela citou como exemplo um despertador inspirado no jogo Mario, que transforma o simples ato de acordar em uma experiência divertida. “Isso é soft power cultural: conectar moda, beleza, gastronomia, esportes e entretenimento numa mesma narrativa que inspira e diverte.” Priscila também destacou a importância do storytelling como ferramenta estratégica. “Marcas que contam histórias criam conexões emocionais profundas, transformando clientes em defensores da marca. Contar histórias que reflitam os valores da empresa, tragam autenticidade e despertem memórias é uma maneira poderosa de gerar engajamento e aumentar vendas”, disse. Além disso, a especialista chamou atenção para a transformação do que representa status no consumo moderno. “Hoje, símbolos de status não estão ligados apenas a bens de luxo, mas também a valores como sustentabilidade, personalização e bem-estar. A nostalgia será um motor de decisão de compra, pois resgata emoções positivas e um senso de pertencimento”, afirmou. Ela aconselha que as empresas incorporem referências afetivas em produtos e campanhas, criando conexões significativas com o consumidor. Priscila também lembrou que toda tendência gera uma contratendência. “Se você olha para algo e pensa: ‘Isso não é novo’, é ótimo. Significa que já existe, mas ainda é pequeno. Nosso trabalho é mostrar quando ele vai se tornar relevante de verdade.” Para empresas que buscam vender mais nesse cenário, a executiva deixou provocações práticas: coexistir com a tecnologia sem perder a dimensão humana, investir em flexibilidade cultural, preservar narrativas, ampliar o ciclo de vida dos produtos, e unir design simples, storytelling e nostalgia em suas estratégias. “Até 2027, quem conseguir unir imaginação, propósito e capacidade de execução vai liderar o jogo”, concluiu.
14/08/2025
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Conecta
Live Commerce: descubra a arte de vender em qualquer tela
O terceiro dia de programação do palco Conecta Varejo começou com a trilha “Talento que Muda o Jogo | A arte de vender histórias em qualquer tela”, um bate-papo que mergulhou no universo do live commerce — modelo de vendas ao vivo que vem revolucionando o e-commerce e criando novas profissões. As apresentadoras Babi, Flávia Bonato e Andréa Bueno, com longa trajetória no Shoptime, compartilharam bastidores e estratégias que mostram como empresas podem transformar transmissões em resultados concretos. Com experiência somada de décadas em vendas televisivas, elas acompanharam de perto a transição de um formato tradicional para o ambiente digital. Flávia destacou que o sucesso do Shoptime tinha dois pilares fundamentais: conhecer profundamente o produto e ambientá-lo de forma realista. “Não era só vender uma batedeira, era fazer uma receita ao vivo, mostrar o uso na prática e ouvir histórias de clientes que contavam como aquilo mudou a rotina deles. Criamos um vínculo de amizade e confiança”, disse. Para ela, a pandemia foi o ponto de virada que consolidou o hábito de comprar online: “As pessoas entenderam que podiam comprar de casa e receber rápido. O que antes era resistência virou hábito, e isso abriu um espaço enorme para o live commerce crescer.” A conversa avançou para as novas tendências, com destaque para a diferença entre influenciadores, criadores de conteúdo UGC e live sellers. Flávia explicou que os influenciadores têm a função de inspirar, mostrando produtos no contexto de seu estilo de vida, mas sem compromisso direto com a venda. Já os criadores de conteúdo UGC (User Generated Content) produzem vídeos autênticos, muitas vezes com poucos seguidores, que as marcas compram e impulsionam. O papel do live seller, no entanto, é outro: “O live seller não apenas mostra o produto. Ele estuda, testa, explica, cria conexão e acompanha métricas. É uma profissão nova, mas que já é vital para o e-commerce que quer converter mais.” A adaptação do discurso e do formato para cada canal também foi um ponto de destaque. Andréa lembrou que vender “em qualquer tela” significa entender que públicos diferentes exigem abordagens diferentes. “Na TV, o foco era a companhia; no Instagram ou TikTok, é velocidade. No YouTube, é conteúdo planejado e visualmente atraente. Não dá para repetir o mesmo formato em todas as plataformas.” Para ela, ajustar a linguagem e o ritmo à audiência de cada canal é determinante para aumentar a conversão. Após o encerramento do Shoptime em 2023, Babi migrou para o aplicativo da Americanas, onde comandava lives diárias em um formato mais rápido, com cenário reduzido e abordagem direta. Essa experiência mostrou a importância de adaptar não apenas o discurso, mas também a postura, a vestimenta e até o tom de voz conforme o produto e o público. “Em uma live de supermercado, você é mais despojada, dinâmica e cria urgência. Já numa live de beleza, o ritmo é mais calmo, a apresentação é elegante e o foco é no detalhe, como mostrar a textura de um creme na pele”, contou. Essa flexibilidade foi tão valiosa que levou as três a criarem sua própria empresa, voltada não apenas para atuar como live sellers profissionais, mas também para treinar lojistas e equipes de vendas. “Muitos empresários querem que seus próprios vendedores façam lives, mas sem técnica o resultado não vem. A gente ensina desde a montagem do cenário até a condução diante da câmera para fechar vendas”, explicou Babi. Hoje, o live commerce está cada vez mais acessível, com plataformas como Shopee, Americanas e TikTok Shop permitindo que qualquer pessoa transmita de casa. Para as especialistas, empresas que desejam aproveitar essa tendência precisam investir em três frentes: treinamento para formar live sellers capacitados, estratégia de conteúdo adaptada a cada plataforma e interatividade constante com o público. Como resume Flávia, “não basta ligar a câmera e mostrar o produto. É preciso contar histórias, criar desejo e, principalmente, saber conduzir a conversa para a venda. Esse é o futuro — e ele já está acontecendo.” Supermercadistas, vocês já pensaram em apostar nesse formato?
14/08/2025
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"Sucesso não tem segredo: gastar a sola de sapato e continuar aprendendo", uma aula de inspiração com Camila Farani
O varejo supermercadista conhece bem essa máxima: não existe ideia pequena quando há propósito, visão e coragem. E o palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week viveu um momento de uma verdadeira aula de inspiração sobre buscar sonhos e alcançar objetivos com a palestra "Da sala de aula ao pitch: como transformar ideias em negócios", com participação de Camila Farani, a maior investidora anjo mulher da América Latina, Beatriz Galvão, CEO da Openi, e Paula Esteban, diretora de ensino do IBMEC, como mediadora. "As vezes pensamos em desistir sim, mas sem dúvida nenhuma, no final do dia, quando você entende que está contribuindo para fazer a diferença, vale a pena. Siga o seu legado, porque, no fim, você tem que entender o seguinte: a sua paixão. Pegue a sua paixão, pegue a interseção com esse tamanho de mercado e pegue uma outra interseção, que é aquilo que você está vivendo no momento, para conseguir efetivamente chegar onde você quer. Você pode ter alcance de meta ou não, ter menos ou ter mais, no final do dia o que importa é conseguir, cada vez mais, impactar essas pessoas, mas de forma que eu também consiga me colocar", destacou Camila Farani em sua fala de abertura. Beatriz Galvão pontuou: "Meu pai abriu um escritório no ano que eu nasci. Então eu cresci vendo todo o desenvolvimento do negócio, todos os desafios que existiam em você empreender no Brasil, e quem é empreendedor sabe que não é nem um pouco fácil tirar o negócio do papel. Então eu sempre vi dentro de casa o que era empreender de uma forma muito prática e pensando numa economia real. Eu acabei seguindo uma trajetória um pouco diferente, fui fazer engenharia química, pensando em ter uma carreira corporativa mais tradicional, e acabei me conectando com um negócio de impacto. Eu, antes da Open, tive alguns negócios de empreendedores no social. E aí, durante a pandemia, eu tive uma virada na minha trajetória, que foi o que fez eu construir a Open. A ideia era otimizar negócios tão tradicionais, como escritório de contabilidade, uma administradora de imóveis, uma corretora de seguros, que sabemos que tem ainda muita oportunidade para se transformar no Brasil. E a partir daí entendemos que poderíamos montar um produto, porque não estávamos só resolvendo uma dor interna, mas sim uma dor de mercado". O segredo? Aposte em você e siga se desenvolvendo Na sequência, Camila Farani frisou a importância fundamental de, sempre, seguir buscando novos conhecimentos e desenvolvimento de habilidades: "Só fazer um paralelo. A cada 10 pessoas no Brasil, 8 querem empreender. Vivemos um momento histórico no Brasil, onde se tinha muito empreendedorismo por necessidade. O que isso quer dizer? Isso quer dizer que as pessoas abriam o negócio porque elas precisavam sobreviver. A minha mãe era uma empreendedora por necessidade. Então, nessa época, 70% desse tipo de negócio aberto no Brasil eram por necessidade. Ao longo do tempo, por conta da academia, da educação e, obviamente, todo um ecossistema de políticas públicas e outros incentivos, isso mudou. Mesmo assim, a verdade é a seguinte, você não vai ter tanta escola pra você empreender aquele empreendimento do dia a dia, apesar de você ter boas escolas. O aprendizado precisa ser contínuo. Sem dúvida nenhuma, não pode se parar nunca de aprender. É o que chamamos de 'long life learning'. Não parem nunca. Não tem fórmula, não tem segredo. São duas coisas: gastar a sola de sapato e continuar aprendendo. O empreendedorismo, antes de mais nada, ele é atitude. Mas eu não acho que ele é nato. Eu não sou uma empreendedora nata. Eu não nasci para isso. Sabe qual era o meu sonho? Ser juíza. O empreendedorismo é uma habilidade que você pode e deve desenvolver. Se você trabalha dentro de uma empresa, você é um empreendedor ou empreendedora. Você lida com pessoas, faz negociações, pensa como pode crescer, como aumentar o faturamento, qual o indicador de desempenho, reuniões. Um dos meus maiores gatilhos foi quando eu entendi que eu poderia ganhar um dinheiro. Eu fiz uma proposta pra minha mãe, que eu busquei uma meta de aumento de faturamento. Não bati a meta, mas cheguei perto. Aquilo ali foi me gerando uma impressão de que eu podia fazer a diferença". "Eu sempre observo os quatro T's, porque é a minha tese que eu construí. Então, primeiro, é a tecnologia, o produto. Se o produto é robusto e suficiente, se efetivamente aquela linha de código é proprietária, se ela não é, se você tem uma software house, se você está construindo internamente. Às vezes, isso não precisa estar pronto, mas é preciso entender na mentalidade da pessoa que está à frente, do time que está à frente, se isso, de fato, é uma estratégia de crescimento. Segundo, é o time. Na verdade, o time é o mais importante de tudo. É ele que vai fazer a diferença, que vai analisar o nível de complementariedade e, no fim do dia, é ele que vai puxar a carroça. E eu olho de uma forma muito profunda para quatro coisas dentro do time: inteligência emocional; inteligência espiritual, que é a sua capacidade de ser humilde; inteligência técnica, ou seja, o nível de tecnicidade que você tem; e inteligência física. O empreendedor ele vai ter muita pressão, você precisa ser resistente à pressão e frustração. Terceiro T, tração. Quanto o seu negócio está tracionado, se o seu negócio é novo ainda, o que você imagina que é tração? E não adianta você falar que seu negócio está validado. Você validou com quantas? Por que você validou? A validação é eterna, porque a resposta não está com você, a resposta está nos teus clientes, nos teus futuros clientes. E o quarto T é o tamanho de mercado, ou seja, esse tamanho de mercado faz sentido suficiente para que eu, como investidora coloque o meu capital que fui trabalhando durante a minha vida?", prosseguiu Camila Farani. Beatriz Galvão encerrou: "No final do dia o investidor é seu sócio. Mas eu acho que tem um ponto quando falamos do lado da startup, do empreendedor, que é uma preparação emocional para aguentar o fluxo da rodada. A rodada é algo que consome muito tempo do founder, ou desgasta muito. Você precisa ficar totalmente, ou quase que totalmente dedicado para isso. É algo que você não controla, então você não sabe como vai ser uma reunião. E quanto mais necessidade de caixa você tem, normalmente mais sofrido é emocionalmente para o empreendedor que está do outro lado e que precisa captar aquele dinheiro. Então essa estabilidade emocional, ter apoio e entender que é um processo, eu acho que é uma preparação muito importante. É fundamental".
13/08/2025
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Liderança feminina transforma o varejo: conheça histórias que inspiram e inovam
O segundo dia de programação do palco Conecta Varejo, no Rio Innovation Week 2025, foi marcado por um encontro que uniu inspiração, estratégia e sensibilidade: a palestra “Talento que muda o jogo | Onde sonham as líderes: A jornada de mulheres que transformam o varejo”. Mediada pela apresentadora Babi Martins, a conversa reuniu Cíntia Viegas, diretora de marketing da Casa do Arroz, e Juliana Terra, diretora de marketing do Adonai, que compartilharam suas trajetórias e reflexões sobre liderar em um setor historicamente masculino — mostrando que o protagonismo feminino pode transformar negócios e inspirar novas gerações. Liderar do próprio jeito Para Cíntia Viegas, a jornada até a liderança começou durante a pandemia, período que exigiu reinvenção em todos os setores. “Comecei como influenciadora, depois assumi o marketing, o trade e cheguei à diretoria. É um segmento ainda com poucas mulheres em cargos de liderança, mas nunca quis competir imitando um comportamento masculino. Conquistei meu espaço com estratégia e competência, mantendo meu jeito de liderar”, afirmou. Juliana Terra também viu sua trajetória ganhar força nesse período. Influenciadora antes de assumir a comunicação da rede Adonai, ela destacou a importância da sensibilidade feminina no relacionamento com o cliente. “No início, me senti constrangida em reuniões só com homens, mas percebi que a mulher traz um olhar único. Liderar não é sobre competir, é sobre impactar vidas e criar conexões genuínas com o público.” Conexão que gera valor As duas líderes concordam que o relacionamento próximo com o cliente é um diferencial competitivo — especialmente no ambiente digital, onde a interação é imediata e constante. “No Instagram, 70% dos seguidores de supermercados são mulheres. Por trás do CNPJ, existe um CPF. Quando o público enxerga quem está por trás da marca, a conexão é muito mais forte”, disse Cíntia, lembrando que essa proximidade já resultou em cases de sucesso, como o lançamento de produtos saudáveis inspirados em seu próprio estilo de vida. Juliana reforçou que esse contato direto também impulsiona a inovação: “Hoje, não existe mais SAC como antigamente. As pessoas falam direto com a gente pelas redes sociais, e isso nos dá insights valiosos para tomar decisões rápidas e eficazes.” Novas gerações, novas formas de liderar Outro ponto debatido foi a relação entre diferentes gerações no ambiente de trabalho. Cíntia destacou que trabalhar com jovens da geração Z exige novas abordagens. “Eles são mais ansiosos, querem resultados imediatos e dominam a tecnologia. Nosso desafio é unir essa energia à experiência das gerações anteriores, criando equipes complementares.” Para Juliana, a diversidade é o caminho para equipes mais criativas e engajadas: “Liderar é mais leve quando existe diversidade. Não se trata de impor autoridade, mas de criar um ambiente onde todos se sintam parte da construção da marca.” Inspirar para transformar Tanto Cíntia quanto Juliana reforçaram que inspirar outras mulheres é parte fundamental de sua atuação. “Temos que estar atualizadas e levar o melhor para o cliente. Mas também precisamos olhar para os colaboradores e descobrir talentos internos que podem florescer”, disse Cíntia, citando casos de funcionários que passaram a atuar em áreas criativas dentro da empresa após incentivo. Juliana finalizou com uma mensagem que sintetiza o propósito da liderança feminina: “O supermercado não é apenas um lugar para vender produtos. É um espaço onde podemos transformar vidas, motivar pessoas e criar oportunidades para que cada um descubra o seu melhor.” Ambas encerraram o bate-papo deixando um conselho direto para as mulheres que desejam trilhar caminhos de liderança: acreditem nos seus sonhos, invistam em conhecimento e nunca desistam diante dos obstáculos — cada passo dado é uma semente plantada para transformar o futuro.
13/08/2025
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"O dado é o ouro da felicidade no varejo moderno", entenda como o Retail Media pode transformar o seu negócio
Retail Media. Antes desconhecido da maioria. Depois uma aposta. Hoje uma realidade e uma ferramenta de diferenciação da concorrência. Esse momento representa um ponto de virada para o varejo supermercadista, tendo os dados como os protagonistas de uma transformação extremamente rentável para a indústria e supermercados. Se você ainda não sabe como aplicar no seu negócio, a palestra "Retail Media com dados: quando métricas viram resultados", realizada nesta quarta-feira, 13 de agosto, no palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week trouxe todas as respostas? Como converter números em decisões estratégicas que realmente gerem impacto? Vitor Hugo Monteiro, head de digital dos Supermercados Zona Sul, Fábio Amorim, CEO da Pixel Retail, Juliana Hisae, gerente nacional de trade marketing da Seara, e Lorena Andrade, gerente de marketing da Verde Campo, apresentaram suas visões, experiências e insights preciosos sobre o tema. Retail media: potencial pouco explorado no Brasil Fábio Amorim, CEO da Pixel Retail, iniciou a apresentação do painel: "O mercado de publicidade no Brasil, hoje em dia, movimenta cerca de R$ 8,1 bilhões. É muita grana. Se você pegar essa receita toda que é comercializada e dividi-la em quatro fatias: 40% vai para a TV (rede aberta, etc.), 40% vai para o online (Meta, Google...), e aí sobram mais ou menos 20%. Desses, 12% vão para a mídia out of home, e 9,8% para a imprensa, como jornais. Mas se você for ver a grana do retail media, como está acontecendo por aqui? É um número muito pequeno no Brasil. São poucas as empresas que investem em retail media. Por outro lado, quando você olha esse movimento nos Estados Unidos, hoje o retail media já representa mais de 10% do faturamento de publicidade no país. É um mercado que já movimenta US$ 38 bilhões por ano". "Quando você vem para o Brasil, o negócio ainda está começando a engatar. É uma grande onda que vai vir com muita força. E hoje, os varejistas estão tentando se profissionalizar para realmente capturar esse movimento. Os maiores veículos são aqueles que, normalmente, juntam dados com mídia. E aí você vê o Google, parece até mentira, né? O Google não é declarado no Brasil, mas geralmente se estima que ele fature mais de R$ 30 bilhões por aqui. E o Google já não vende mais um anúncio comum. Ele vende uma carteira de interesse, segmentação: homem, tal perfil, tal consumo. E com isso, impacta com esses meios – seja por curiosidade, seja por mídia social, seja por anúncios na Meta. Como funciona? Você pega pessoas que têm um perfil parecido com o público-alvo e comunica essa campanha. Simplesmente foi um sucesso. Nós já tínhamos feito essa campanha anteriormente. Repetimos agora, só que com esse novo formato que mencionei, e ela vendeu três vezes mais do que tinha vendido da primeira vez, que foi só um banner no home. Então é a prova de que, às vezes, a pessoa acha que é só colocar um anúncio na TV que vai vender muito. Nem sempre. Você sabe se o seu público-alvo assiste à TV aberta? Depende do produto. Pode ser que funcione, mas também pode ser que não", prosseguiu Amorim. O CEO da Pixel Retail afirmou em sequência: "Entender quem é o seu cliente e trazer os dados da campanha para a indústria é muito importante. A indústria vê valor nisso, e automaticamente volta para fazer mais campanhas, novas ações. Não é aquele tiro curto, em que você pega a grana e fala: 'legal, já tenho uma nova linha de receita no retail media, e vamos ver como segue'. Isso é um erro. Com esse tiro curto, você vai ter receita uma vez e depois acabou, porque não trabalhou a mídia da forma correta. Não entendeu o público-alvo, não distribuiu a campanha da maneira certa. A indústria olha e pensa: 'não teve um bom resultado, não gerou confiança, o ROI foi baixo'. Resultado? Tiro curto. Por isso é importante entender os dados, trabalhar de forma inteligente, personalizada, segmentada, entender qual é a audiência para distribuir a campanha da maneira correta. É muito legal ver essa diferença de postura, entre a preocupação em 'amarrar o sell-in' e o VIL (Varejo Inteligente Localizado, por exemplo), que traz uma preocupação muito maior, com plano de mix estruturado, com ações que realmente vão melhorar a performance de sell-out daquele produto. A ideia é ter uma campanha de sucesso no final do dia. É uma grande mudança de postura em relação ao modelo tradicional". "Há 70 anos, o varejo tinha 1.000m² de área de vendas e 3 mil SKUs. Passaram-se algumas décadas e a loja continua do mesmo tamanho, mas agora com 15 mil SKUs. Então a disputa por espaço é gigantesca. Infelizmente, só a embalagem não conta mais a história. Se o cliente não está comprando, por que vou continuar colocando aquele produto em destaque? Então, a mídia acaba ajudando a mostrar esses diferenciais. Como falei, não é mais uma questão apenas de preço. A guerra de preços só tira valor da marca. O foco agora é em valor percebido. Se pensarmos, quase o Brasil inteiro está toda a semana esse mercado. Então, não tem valor mais relevante", finalizou Fábio Amorim. Zona Sul: case de sucesso e resultados extraordinários Vitor Hugo Monteiro, head de digital dos Supermercados Zona Sul, explicou a importância fundamental dos dados: "O ponto chave são os dados. A Amazon é a número 1 mundial por conta disso. Ela trabalha muito bem com os dados que consegue minerar. Então, o nosso site faz um pouquinho disso. Esse é um grande salto, que mostra para a indústria que vale a pena investir. Saímos daquela visão de 'vou colocar um pouco de visibilidade, um banner na home do site e pronto'. Eu sei que se colocar um banner na home do site, vai gerar X milhões de impressões etc. Mas será que é a melhor mídia? Será que é a mídia mais adequada para divulgar aquela campanha?" "Vou contar um caso que aconteceu logo que assumi a área digital. Minha analista ficou desesperada porque precisava ativar uma campanha que o gestor da categoria tinha fechado, já negociado. E ele queria, especificamente, um banner na home. Mas não havia mais espaço disponível, toda a programação já estava fechada. Chamei o time de CRM, o especialista de performance, e fizemos um estudo sobre aquele produto. Que produto é esse? Qual é o público-alvo? Com quais produtos ele faz cross? Com quais categorias conversa? Desenhamos uma campanha em que criamos uma régua de relacionamento e comunicação via CRM. Fizemos inserções em diversas comunicações, com foco nos produtos de cross-selling. Comunicamos a campanha durante aquele período específico, inserimos a visibilidade no site com palavras-chave na busca, colocamos comunicação dentro das categorias de voz, demos mais destaque ao produto e à oferta. Criamos também uma audiência com base na nossa própria base de dados. Entendemos quem era o cliente, qual era o público-alvo, e então fizemos o que chamamos de Retail Media Offsite — subimos essa audiência para o Meta Ads. Você pega pessoas com perfil parecido e comunica essa campanha. Simplesmente, foi um sucesso. Já tínhamos feito essa campanha antes, mas não nesse formato. Agora, ela vendeu três vezes mais do que da primeira vez, que tinha sido apenas um banner na home. É a prova de que, às vezes, a pessoa pensa: 'Vou colocar um anúncio na televisão que vai vender muito'. Não é bem assim. Você sabe se o seu público-alvo assiste à TV aberta? Isso depende do produto. Pode dar certo... ou não", continuou o head de digital dos Supermercados Zona Sul. Vitor Hugo também destacou a relevância de caminhar lado a lado com a indústria nesse processo: "Foi isso que fizemos nessa campanha e é o que sempre fazemos com as indústrias. A gente entende o propósito do produto, quem é o público-alvo. Temos uma base de dados muito bem identificada. Conseguimos entender o perfil de consumo e trabalhar esse público de forma direcionada. Não vamos falar, por exemplo, com um cliente vegano oferecendo promoção de carne. Entender quem é o seu cliente e levar os dados da campanha para a indústria é fundamental. A indústria vê valor nisso e, automaticamente, volta para fazer mais campanhas. Não pode ser aquele tiro curto em que você pensa: 'Legal, vou pegar essa verba aqui, já tenho uma nova linha de receita no retail media, e vamos ver no que dá'. Porque, nesse modelo, você vai ter aquela receita só uma vez, e depois... acabou. Por quê? Porque não trabalhou a mídia da forma correta. Não entendeu o público-alvo. Não distribuiu a campanha do jeito certo. A indústria, então, olha e diz: 'Cara, não teve um bom resultado, o ROI foi baixo, não deu confiança...'. E aí vira um tiro curto. Por isso é importante entender os dados, trabalhar de forma inteligente, personalizada, segmentada. Entender qual é a audiência, para distribuir a campanha da maneira correta. Como eu disse antes: o dado é o ouro da felicidade no varejo moderno". "Falando de retail media, você precisa entender quem é o seu público-alvo e onde você vai conseguir impactá-lo. Isso é muito importante. Uma forma que encontramos de potencializar as campanhas, e mostrar para a indústria que vale a pena investir, é provar que o retail media não é só mais uma linha de receita. Ele tem que gerar mais venda. Então, como mostrar valor para a indústria? Lá no Zona Sul, temos um portal de dados onde a indústria pode acessar informações de performance, vendas, dados demográficos, geração do cliente (X, Y, Z), bairro de residência, loja com melhor performance, horário de pico de venda do produto... Tudo isso ajuda a entender onde comunicar o produto e quando. Por exemplo: qual o horário ideal para ativar uma campanha com a Pixel em um painel de LED? Essas decisões são baseadas em dados. Isso tudo é muito valioso e ajuda a indústria a tomar decisões: vou investir? Onde vou investir? Quanto investir? É muito mais do que vemos em outros que ainda não têm maturidade com dados. Para alguns, qualquer visibilidade é válida. Mas será que é a melhor visibilidade? Qual seria a ideal para aquele produto? Qual dia da semana? Qual geração? Qual loja? Qual bairro? Com esses dados, conseguimos planejar melhor, entender o público, saber qual produto faz cross com qual, fazer uma exposição combinada — e, o melhor, a indústria não depende do Zona Sul para acessar esses dados. Isso é o mais legal", prosseguiu. O head de digital dos Supermercados Zona Sul reforçou outro ponto essencial, compartilhar informações e dados com a indústria: "Qual foi o resultado da campanha? Não precisa esperar um e-mail nosso. Você pode, sim, acessar um resultado mais detalhado com métricas de conversão, etc. Você tem um universo de informações no portal de dados. Não precisa esperar que eu entregue a análise — embora eu possa entregar também. Mas, no dia seguinte, você já tem tudo na sua mão. Esse portal é uma ferramenta muito valiosa, tanto para nós, no Zona Sul, quanto para a indústria. Com ele, conseguimos mostrar valor, aumentar nossa receita com retail media e trade marketing, aumentar o número de campanhas e, no fim das contas, gerar mais vendas — com muito mais performance. A maior parte dessas informações não é repassada para a indústria. Existe muita conta de 'sell-in' para justificar uma ação, mas às vezes empurram três carretas para o supermercado e nem sabem se está vendendo ou não. Vão descobrir só depois, quando houver quebra ou perda. O diferencial do modelo é o compartilhamento de dados com os anunciantes. Criar um portal e democratizar a informação para a indústria, permitindo resultados melhores. Geralmente, a indústria não recebe dados do varejo. E o nosso modelo, com o Zona Sul, abriu portas. Explicamos como o projeto funciona, e compartilhamos os dados com os retailers e com os anunciantes". "É muito comum, acho que todo mundo aqui já passou por isso, entrar em uma loja para comprar alguma coisa, puxar o celular, fazer uma pesquisa rápida de preço e pensar: 'Não, vou comprar porque o preço está bom, vai ser uma boa compra'. Então, isso também acontece na nossa loja. Na verdade, nós, através da nossa proposta de valor, incentivamos o cliente a acessar o nosso aplicativo dentro da loja, para que ele consiga ativar ofertas e promoções. Isso é um tipo de comunicação com o cliente via mídia. Ali, temos uma oportunidade: dentro da loja física, o cliente está passando com o smartphone em mãos, acessando o aplicativo da rede. Ele pode receber um preço personalizado. Com geolocalização, ele consegue ver campanhas digitais personalizadas. Além disso, existem outros pontos de contato com o cliente dentro da loja física, como a exposição em painéis de LED, como os que temos com a Pulse, por exemplo. Então, o cliente, em sua jornada de compra, já entra com intenção de comprar. Olha que interessante: o cliente já está propenso à compra. É muito mais fácil gerar conversão quando você fala com esse cliente no momento certo. Hoje, realmente, cerca de 90% da nossa renda vem do físico, mas o online é uma ferramenta superpoderosa para trabalhar essa conversão. Inclusive, quando falamos de CRM, conseguimos nos comunicar com o cliente por meio de uma régua completa de relacionamento. Ou seja, conseguimos trabalhar o funil completo. Então é preciso trabalhar a omnicanalidade. O varejo supermercadista é um espaço democrático. Então, não tem como não olhar para isso e pensar: eu tenho a população brasileira inteira no mercado em algum momento. Então, eu tenho que potencializar isso. Com fazer o supermercado virar, de fato, um foco de mídia, de conversão? É totalmente possível. Temos que ter investimento em tecnologia, para trabalharmos mais rápido na distribuição das campanhas nos pontos de visibilidade. Mudar a cultura do varejista, para entender que isso sim é uma coisa muito importante, que tem que ser vista. Quem não trabalhar com isso, fecha a porta. E a indústria tem o poder de forçar o varejo a mudar. Se a indústria não investir porque não há compartilhamento de dados, impressões, taxa de conversão, público-alvo, do ROI, isso vai mudar. A indústria tem o papel fundamental em forçar o varejo a mudar. É uma questão cultural, difícil, mas que precisa mudar", encerrou Vitor Hugo. Visão da indústria: o case de impacto da Verde Campo Lorena Andrade, gerente de marketing da Verde Campo, pontuou: "Nosso case de hoje... fizemos um marketing 360º em cima do nosso queijo cottage durante três meses. Todo o marketing estava conectado a esse produto. Eu tinha não só o time de trade focado nele, mas também comunicação e o time comercial, é claro. Trabalhamos todo o funil de marketing: tivemos ações com influenciadores, fizemos mídia em aeroporto durante uma feira, e também escolhemos alguns dos nossos principais pontos de venda — o grande parceiro Zona Sul aqui no Rio de Janeiro. Realizamos a campanha por meio da Pixel, colocando mídias institucionais. Eu não divulguei oferta, não comuniquei preço. Fizemos comunicação de atributos. Tínhamos um promotor de merchandising cuidando da exposição do produto, houve também um período com oferta, além das mídias do Zona Sul. Ou seja, tínhamos exposição e visibilidade. Foi uma comunicação institucional, voltada para o valor do produto. Tivemos o período pré-campanha: ali, vendíamos o produto com participação de 0,6 no total da rede, e 0,2 nas lojas que tinham mídia. Durante a campanha, crescemos, em média, 30% nas vendas. Quando isolamos as lojas com tela, com mídia, com retail media, e comparamos com as lojas que não tinham retail media, há uma diferença de 12%. Então, contra fatos, não há argumentos. O único diferencial que tivemos nessas seis lojas, em comparação com as demais, foi a mídia — o retail media. O resultado está aí, são dados. É factível. É muito legal quando se comprova". "Eu também preciso vender. Mas, antes de eu vender para fora, preciso garantir o abastecimento interno. Se eu vejo, por meio dos dados, que está vendendo para fora, consigo atuar na ruptura, né? E esse é o pior problema do mercado: a ruptura. É quando o consumidor chega na loja e não encontra o produto. É a parte mais triste. Cadê o queijo cottage da Verde Campo? Também não tem. Quando você abre essa visibilidade para a indústria, nosso time de vendas e de trade consegue atuar. Consegue ver o estoque, loja por loja. Então, se eu quiser ver o produto na loja X... o ciclo gira. Gente, isso é bom para todo mundo. Exatamente, o ciclo se torna muito mais granular. É como estávamos dizendo: no marketing tradicional, quando colocamos dinheiro na agência de publicidade, a agência garante o check-in da mídia e mostra o número de impactos. Mas quando investimos no trade do varejo, precisamos entender o retorno desse investimento. Como? Através do apoio do varejo, do braço operacional que mostra o check-in, os dados. Precisamos estar muito conectados. Quanto mais o trade da indústria estiver conectado com o trade do varejo, melhor. Mas nem todo varejo tem um setor de trade estruturado. Às vezes, é o comercial que assume essa função. E aí, como indústria, você chega e pergunta: 'Comercial, e aí? Aquela verba que a gente investiu? Saímos no encarte? Colocamos ponta de gôndola? Fizemos aquela ação?'. E a resposta é... 'Hum... então… vamos lá'. Acho que é aí que precisamos evoluir. A indústria precisa ganhar força e profissionalismo, porque dados a gente já tem. A gôndola é um outdoor vivo. Você vê ali todos os produtos, pode ir lá e pegar na hora. O supermercado é o único lugar em que o funil de marketing acontece inteiro: você é impactado por um produto ou uma publicidade, reconhece, considera, e, se fizer sentido, converte na hora, compra na hora. Então, esse jogo pode ser muito bem jogado. Só que o varejo precisa se profissionalizar mais e dar mais atenção ao retail media, porque ainda tem muito jogo para acontecer", concluiu Lorena. Indústria em foco novamente: o case de destaque da Seara Juliana Hisae, gerente nacional de Trade Marketing da Seara, avaliou: "Nós tínhamos o desafio de alavancar a nossa linha de frango orgânico. E, nesse caso, não tinha um plano 360. Então precisávamos mesmo fazer toda a comunicação dentro do varejo. Dentro desse contexto, contamos com um super parceiro, o Zona Sul, para explorar todos os pontos de contato no e-commerce. Porque, qual era o nosso desafio que traçamos junto com o time do Zona Sul? Vamos primeiro começar pelo e-commerce, e depois, com base nos resultados, distribuir para as lojas físicas. Só que, para distribuir para as lojas físicas, precisávamos estabelecer um target de sell-out. Com isso, construímos todo um plano de comunicação. O que inovava nesse plano de comunicação? Bom, claro que tinha o banner na home, mas além disso, usamos banner de busca, frete grátis, e também fizemos CRM com base segmentada. Ou seja, fomos diretamente aos consumidores que realmente consomem a linha de frango orgânico. Óbvio, começamos com uma comunicação institucional, depois trabalhamos com algum percentual de desconto, e também fizemos brindes promocionais". "Quando olhamos a curva de desempenho desde o início do projeto, vemos claramente o ponto em que atingimos o nosso target para abrir as lojas físicas, que foi entre abril e maio. Esse crescimento foi praticamente o dobro do volume de consumidores. Hoje, se a gente pegar o crescimento médio durante todo o período, considerando o volume colocado dentro do Zona Sul, já tivemos um crescimento de cerca de 42% em sell-out. Então, é isso. Esse é o resultado de quando fazemos ações casadas, quando fechamos um plano completo de comunicação e ativamos o consumidor 'na veia', vamos dizer assim. Sempre tivemos apoio com relação aos dados — o reporte de dados sempre esteve presente. Fazíamos reuniões justamente para identificar oportunidades: 'Olha, aqui tem uma chance, vamos ajustar a direção?', e isso aconteceu bastante em parceria com o Zona Sul", disse em sequência a gerente nacional de Trade Marketing da Seara. Juliana encerrou: "Isso é muito interessante porque o grande desafio da indústria é justamente conseguir mostrar valor e fugir dos planos 'automáticos'. O que falta para a indústria é mais proximidade, mais contato com os dados que o varejista enxerga dentro da base de consumidores dele. Porque, quando eu falo da minha linha de frango orgânico, estou falando de um público muito específico. São consumidores que já vêm pautados, já sabem que querem aquele tipo de produto. Quando colocamos essa linha em um 'mar' de produtos in natura — ou até dentro da própria categoria de frangos — o frango orgânico acaba ficando muito pequeno, se perdendo ali. Mas, a partir do momento em que temos dados para entender, por exemplo: 'Olha, o meu consumidor costuma comprar nesse horário, o tíquete médio é esse...', aí conseguimos ampliar bastante o investimento da indústria junto ao varejo. Então, acho que é basicamente isso: compartilhamento de dados para que possamos tomar decisões corretas e mais assertivas. Acredito que isso precisa ser o principal gatilho de mudança que os varejistas devem adotar junto com as indústrias. Muitos dos consumidores vão no varejo para buscar informação, porque não é sempre que a gente consegue fazer o aporte de mídia para todas as linhas. Então é dentro do varejo que o shopper vai entender o produto".
13/08/2025
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"Quem entende o controle das histórias e narrativas, pode ditar o que será verdade nos próximos anos", um mergulho em questionamentos sobre a tecnologia
Um mergulho contestador nas possibilidades que a tecnologia desenha para os próximos anos. Foi isso que o palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week promoveu no início da noite desta quarta-feira, 13 de agosto, na palestra "O futuro que estamos codificando". Fábio Amado, sócio e head de experiência da @KES, e Mariana Castro, head de curadoria da @KES, conduziram uma conversa instigante sobre como o hoje impactará no futuro. "O avanço tecnológico, tem, claro, a evolução da tecnologia, algumas consequências como privacidade de verdade, alguns conteúdos e temas que são ligados diretamente com a liderança, enfim, várias coisas legais. Mas também temos a crise da verdade", declarou Fábio Amado em sua fala de abertura. "O termo evolução é comumente associado a progresso, a desenvolvimento, quando pensamos em evolução é todo um processo de transformação da espécie. Porém, nem sempre isso é positivo", prosseguiu Mariana Castro. A head de curadoria da @KES ressaltou: "A Amy Webb fala que normalmente os incentivos na tomada de decisões que definem o nosso futuro são os incentivos voltados pra performance e desempenho, muitas vezes os incentivos individuais. E aqui chegamos nos três imperativos para evolução: tecnotopia, termocrise e a falácia da disrupção. O poder salvador da tecnologia, essa filosofia centrada no poder da tecnologia como algo que é capaz de encontrar soluções para todos os nossos problemas. A falácia da disrupção é acreditar que para evoluir precisamos inovar, mas que para renovar é necessário romper com tudo que veio antes. Hoje, talvez, o que mais precisemos seja exatamente de um sistema duradouro que fortaleça as conexões mais sólidas, porque ao acelerar demais a tecnologia, a gente vem quebrando coisas pelo caminho tão importantes quanto a democracia e a verdade, por exemplo". "Infelizmente, o senso comum que tínhamos sobre a verdade está colapsado. Não temos mais a mesma ideia do que é a verdade. O problema em si não são as ferramentas de geração, de inteligência artificial generativa, mas as consequências que elas estão causando na sociedade. É uma grande desinformação global generalizada acontecendo. A guerra de narrativas, em que a verdade virou um produto. Isso vem do conceito de pós-verdade, não é um conceito novo, tem quase 10 anos. Isso significa que qualquer pessoa, na hora de formatar sua opinião pública, leva mais em consideração as crenças pessoais, valores que estão conectados com o íntimo, porque se aquela informação é verdadeira ou não, não importa. Não importa se é mentira ou é verdade. Agora, se essa informação tem tudo a ver com o que eu acredito, eu considero uma verdade. Ou seja, não só a verdade está em crise, mas também a informação", ratificou o sócio e head de experiência da @KES. Fábio Amado concluiu: "Quem entende o controle das histórias e narrativas, pode ditar o que será verdade nos próximos anos. O que estamos fazendo para blindar nossas empresas desses reflexos? Como que vamos fazer para que esse viés humano seja educado ou reeducado a entender uma certa crítica, o que é verdade e o que não é verdade?".
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