
O papel dos indicadores na rentabilidade do supermercadista

Em um cenário cada vez mais competitivo, a eficiência da cadeia de suprimentos tornou-se determinante para o desempenho da indústria e do varejo. Indicadores como giro de estoque, cobertura, ruptura, margem de lucro, OSA, sell-in, sell-out e OTIF orientam decisões estratégicas e reduzem perdas ao longo do fluxo de abastecimento.
Segundo Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid, a falta de visibilidade ainda é um ponto crítico no mercado brasileiro. “Muitas empresas acompanham indicadores de forma isolada. Quando a análise é conectada, a cadeia funciona melhor, o estoque fica saudável, o consumidor encontra o que procura e a rentabilidade cresce”, afirma.
O giro de estoque, por exemplo, revela quantas vezes um item precisa ser reposto ao longo de um período. Um giro alto tende a indicar boa performance comercial e menos capital parado. Já a cobertura de estoque mostra por quanto tempo os produtos atuais são capazes de suprir a demanda da loja. Munhoz destaca que acompanhar esses parâmetros reduz tanto rupturas quanto desperdícios. “Produto parado custa caro e ruptura afasta o cliente. O equilíbrio vem do uso inteligente dos dados”, reforça.
Outro indicador vital para o varejo é a ruptura de gôndola, um problema que prejudica a experiência do shopper e traz impactos financeiros imediatos. Para o especialista, o maior desafio é identificar a causa da falta do item. “Ruptura não é só falha do varejo. Pode ocorrer na indústria, na logística ou até na operação de loja. A tecnologia ajuda a encontrar rapidamente onde o processo se rompeu.”
A análise da margem de lucro completa essa leitura, trazendo clareza sobre a rentabilidade real do negócio e apoiando decisões de precificação e redução de custos. O OSA (On Shelf Availability), por sua vez, vai além do estoque: ele mede a disponibilidade real do SKU na gôndola. “Se o produto está no centro de distribuição, mas não está visível para o cliente, existe uma venda perdida. Isso precisa ser corrigido com agilidade”, explica Munhoz.
A relação entre sell-in e sell-out também passou a ter papel prioritário para a indústria. Quando há desalinhamento, sobram produtos no estoque do varejo ou falta mercadoria para venda. “A métrica que importa é o que de fato gira no PDV. Indústria e varejo precisam atuar como parceiros, com acesso a dados que mostrem o que está acontecendo na ponta.”
Por fim, o OTIF (On Time In Full) monitora a precisão e a pontualidade das entregas. Um desempenho ruim compromete toda a cadeia. “Quando a entrega não chega como deveria, há impacto direto no abastecimento das lojas e isso leva o cliente a trocar de marca”, conclui Munhoz.
A ASSERJ ressalta que decisões guiadas por dados são essenciais para manter competitividade. O próximo passo é garantir que todos os elos da cadeia compartilhem a mesma visibilidade, transformando indicadores em ações práticas que beneficiem operação, indústria, varejo e consumidor.
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