
Qual setor deve liderar o crescimento em vendas do seu supermercado em 2026?

O hortifruti caminha para ser o setor de maior expansão em vendas no varejo supermercadista em 2026, impulsionado por transformações profundas no consumo e por tendências globais de saúde, bem-estar e alimentação consciente. A análise apresentada por Edurne Uranga, vice-presidente de Foodservice — incluída exclusivamente no Anuário de Frutas e Vegetais de 2026 da FRS Food Retail & Service — reforça o peso crescente das frutas e verduras na estratégia de negócios de toda a cadeia alimentar.
Segundo Uranga, “o potencial de crescimento de frutas e vegetais no setor de restaurantes é inegável”, tendência que dialoga diretamente com o movimento observado no varejo supermercadista brasileiro: consumidores mais atentos à qualidade, frescor e saudabilidade, ao mesmo tempo em que buscam opções práticas, acessíveis e alinhadas a um estilo de vida equilibrado.
O relatório mostra que 61% dos consumidores afirmam buscar ativamente aumentar o consumo de frutas e vegetais, e 47% dizem seguir uma dieta equilibrada. A executiva destaca também que a preferência por hábitos alimentares mais naturais supera soluções farmacológicas: a adoção de inibidores, por exemplo, é de apenas 4%. Em suas palavras, os consumidores estão optando por reduzir açúcar, evitar ultraprocessados e “priorizar frutas e verduras”.
Essas tendências, reforçadas especialmente entre jovens e mulheres — grupos que lideram a transição para dietas com maior presença vegetal — têm impacto direto no desempenho de categorias estratégicas para o varejo supermercadista. No foodservice, frutas e verduras já representam 21% das refeições servidas, participação crescente mesmo em um cenário econômico desafiador.
Um ponto importante destacado pela executiva é que o hortifruti já concentra algumas das maiores margens do negócio e tem influência direta sobre percepções de qualidade, experiência e fidelização. “A demanda crescente por alimentos frescos, por refeições prontas baseadas em vegetais e por alternativas menos processadas cria um ambiente favorável ao crescimento dessa seção em 2026.”
Além disso, o posicionamento do hortifruti como categoria de valor agregado contribui para a gestão de custos e para a redução de desperdício, dois pontos críticos para a rentabilidade do varejo. A executiva reforça que pratos com ingredientes vegetais permitem maior controle operacional e oferecem “alto valor percebido”, característica essencial em um mercado mais competitivo.
O olhar para o futuro, segundo Uranga, é claro: frutas e legumes estão se consolidando como uma categoria transversal, capaz de responder às novas motivações de consumo, às diferentes ocasiões e aos canais emergentes. O mesmo raciocínio se aplica ao varejo supermercadista brasileiro, que tem no hortifruti um ativo estratégico decisivo para 2026.
“Aproveitar esta oportunidade exige uma compreensão profunda do que, quando e como os clientes consomem”, afirma a executiva. Para o varejo, isso significa investir em inteligência de demanda, estoques mais precisos, exposição qualificada, sortimento regionalizado e comunicação clara sobre frescor, procedência e benefícios nutricionais.
Com consumidores cada vez mais inclinados à alimentação saudável e sustentável, o hortifruti se consolida como a categoria mais promissora do varejo supermercadista para 2026 — unindo resultado, diferenciação e propósito.

