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Do brinquedo à experiência: lições do varejo infantil para transformar supermercados
O terceiro dia do palco Conecta Varejo, no Rio Innovation Week, destacou a transformação do varejo infantil em experiências de entretenimento que vão além da simples venda de produtos. Thiago Rebello, CEO da Ri Happy, e Renata Feltrin, cofundadora da Forwd, discutiram como as lojas podem se tornar ambientes que unem diversão, aprendizado e engajamento familiar, criando um ecossistema que fideliza clientes e amplia oportunidades de receita. Segundo Thiago, o propósito da Ri Happy vai muito além de comercializar brinquedos. “Criar momentos mágicos com diversão significa gerar memórias positivas para crianças e famílias. Com a adição de entretenimento pago, como teatros, oficinas e colônias de férias dentro das lojas, conseguimos aumentar a frequência de visitas e engajar ainda mais o público”, explica. Ele ressaltou também a importância dos dados na operação: “Dado é matéria-prima para melhorar. Quem não tem dados qualificados está muito atrás. Entender o que o cliente deseja permite transformar insights em ações práticas no dia a dia da empresa, potencializando a experiência e a fidelização.” Renata reforçou a importância de transformar a cultura organizacional e o atendimento. “O foco não é o brinquedo, mas as famílias e as crianças. Cada detalhe da experiência, desde a recepção com personagens lúdicos até as atividades dentro das lojas, cria uma conexão emocional com o cliente”, disse. Para ela, a inovação começa internamente, com treinamentos e experimentação, e permite que a Ri Happy evolua de uma rede de varejo tradicional para um verdadeiro ecossistema de entretenimento, onde serviços pagos e experiências imersivas, aliados ao uso estratégico de dados, ampliam o valor percebido pelo público.
14/08/2025
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Do online ao físico: saiba tudo sobre a estratégia da Época Cosméticos para transformar a experiência do consumidor
A terceira palestra desta quinta-feira (14), no palco Conecta Varejo do Rio Innovation Week, trouxe um panorama detalhado das transformações do varejo de beleza. Giancarlo Chiapinotto, sócio e líder de Tax para indústria de Consumo e Varejo da PWC Brasil, conversou com Christiane Bistaco, CEO da Época Cosméticos, sobre estratégias de integração entre físico e digital, inovação tecnológica e regionalização do atendimento ao consumidor. “O varejo passa por diversas fases. A Época é um grande laboratório de experiências e aprendizados, e precisamos entender o que vocês vêm trazendo para o mercado”, iniciou Chiapinotto, destacando a relevância de observar cases de liderança no setor de cosméticos. A fala do executivo abriu espaço para que Christiane detalhasse a evolução e os diferenciais da empresa. Christiane explicou como a Época cresceu e se transformou nos últimos anos: “Quando assumi, a Época já era relevante, com mais de 500 marcas. Hoje, temos mais de 700, incluindo perfumes importados e produtos brasileiros. Sempre tivemos no nosso DNA a compreensão do consumo feminino — democrático e acessível — mas também pensamos no homem. Transformamos nosso negócio em quatro frentes: varejo, internet e mídia, marketplace e, em breve, loja física. Tudo isso com foco em curadoria, autenticidade e experiência do consumidor.” A discussão naturalmente se aprofundou na primeira loja física da Época, que Christiane descreveu como estratégica para conectar o físico ao digital. “Não é um complemento, mas essencial para a experiência digital. A loja funcionará como ponto de coleta, atração de novos clientes e teste de produtos, conectando-se ao marketplace e às nossas plataformas online. Nosso objetivo é criar experiências únicas, trazendo marcas de prestígio e produtos nativos digitais que refletem as tendências do consumidor.” A conversa evoluiu para a importância da regionalização no varejo brasileiro. Christiane destacou: “O Brasil é vasto. Produtos que funcionam no Sudeste podem não ter o mesmo impacto no Norte e Nordeste. Nosso marketplace permite que marcas menores alcancem públicos antes inacessíveis e que a Época ofereça produtos adaptados às preferências locais.” Chiapinotto trouxe o foco para a tecnologia e a inteligência de dados como alavancas da operação. Christiane detalhou: “Utilizamos dados para busca, recomendação, precificação e logística. Investimos em soluções de inteligência artificial e machine learning para agilizar processos e aumentar a eficiência, mas sempre com validação humana. Um exemplo é o Virtual Trial, ferramenta de teste de maquiagem digital que exige interação humana para garantir precisão e experiência realista ao cliente.” O diálogo reforçou como a integração entre físico, digital e marketplace fortalece a confiança e a experiência do consumidor. “O cliente quer autenticidade, variedade e experiências completas. Por isso, conectamos inovação tecnológica, curadoria de produtos e estratégias de regionalização para atender às expectativas de cada público”, concluiu Christiane. Para Chiapinotto, essa abordagem é estratégica: cria personalização e engajamento, permitindo que marcas construam relacionamentos mais profundos com os consumidores e elevem o varejo de beleza a uma experiência integrada e diferenciada. Retail Media: a importância! A Época Cosméticos se destacou como pioneira no uso de retail media ao criar, em 2019, a área “Meteoromídia”, dedicada à publicidade no varejo online. O objetivo foi permitir que as marcas, especialmente do setor de beleza, pudessem utilizar dados do consumidor para campanhas mais precisas, indo além da venda tradicional de produtos. Segundo Christiane Bistaco essa abordagem gera uma nova fonte de receita para a empresa, baseada no valor da informação e na capacidade de converter dados em resultados concretos para os anunciantes. Além de oferecer maior precisão na segmentação, o retail media da Época também fortalece o relacionamento com criadores de conteúdo e pequenas marcas. Iniciativas como o Open Doors, que abre os espaços da empresa para influenciadores conhecerem produtos e criar conteúdo, têm elevado o engajamento e ampliado o alcance das campanhas. “Conseguimos criar experiências autênticas que conectam marcas e consumidores de forma direta e significativa”, afirmou Bistaco, destacando o papel estratégico dessa prática. Para a executiva, o retail media se tornou indispensável no varejo digital moderno, pois transforma dados em oportunidades reais de negócios e engajamento. Além de monetizar o conhecimento sobre o consumidor, permite inovação na comunicação e aproximação com o público, criando vínculos de confiança e relevância. “Hoje, retail media não é apenas uma ferramenta de publicidade; é um elemento central para quem quer crescer e se diferenciar no mercado online”, concluiu.
14/08/2025
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"Se coloque no papel do seu consumidor, porque você também é", a arte de vender a experiência
Storytelling, elevator speech... no dia a dia do varejista, muitas expressões são cunhadas e reproduzidas com frequência. Porém, uma coisa permanece essencial: a venda real. Nesse contexto, uma pergunta fica no ar: como vender em um mundo com cada vez mais empreendedores e concorrentes. As respostas para esse e outros questionamentos sobre a arte de comercializar foram detalhadas na manhã desta quinta-feira (14), na Plenária do Rio Innovation Week, no Galpão Kobra, na palestra "Antes de existir pitch, já existia venda: os bastidores da mente Polishop | Farani Stage". Camila Farani, maior investidora anjo mulher da América Latina, e João Appolinario, fundador da Polishop, empresa que virou sinônimo de varejo multicanal no Brasil, compartilham insights para inovar, criar demanda e construir uma marca forte, com foco em um mesmo fim, a experimentação como fator de diferenciação, para vender não apenas para consumidores, mas para todo ecossistema. Experiência e benefício como produtos: o produto é um meio para um fim João Appolinario enfatizou uma percepção extremamente relevante para todo varejista que busca a diferenciação da concorrência. O foco principal da venda não deve ser no produto, mas no que ele oferece ao consumidor. O produto é apenas um meio para realizar uma satisfação, portanto, a experiência é fundamental: "Eu acredito no produto, mas não só no produto em si, e sim naquilo que ele entrega. Ou seja, todo mundo que está empreendendo, no fim das contas, está vendendo alguma coisa, seja um produto ou um serviço. E as pessoas não querem comprar o produto em si, elas querem o benefício que aquele produto entrega. Mesmo quando se trata de serviço. Ninguém procura um médico porque quer ir ao médico, a pessoa quer resolver um problema, curar alguma dor". "Então, não foque no produto, foque no benefício. E qual é a melhor forma de focar no benefício? Demonstrando. Demonstração é tudo. Eu nunca quis apenas vendedores trabalhando comigo, eu quero demonstradores. Seja um bom demonstrador daquilo que você faz. E, para isso, você precisa conhecer bem o que está fazendo, entender profundamente o produto ou serviço que está oferecendo. Às vezes, as pessoas querem vender um produto só por ele ser um produto. Mas eu não acredito que alguém acorde de manhã querendo comprar uma centrífuga. Isso não acontece. A pessoa acorda querendo tomar um suco. A centrífuga é apenas o meio. Então, não foque na centrífuga, foque no suco. Mostre que existe uma forma de tomar um suco de maneira rápida, fácil, com mais qualidade, extraindo mais nutrientes e vitaminas das frutas. Quando a demonstração é bem realizada, a venda não precisa ser feita, porque o desejo já foi criado. O cliente vai querer comprar", prosseguiu o fundador da PoliShop. Appolinario concluiu: "Por isso, é muito importante que a pessoa conheça bem o que está vendendo. Eu vejo pessoas que têm um negócio, mas não conhecem profundamente a própria empresa, o produto ou o serviço. E esse é o primeiro passo para o negócio não dar certo. As pessoas precisam entender o valor da sua empresa, entender que o seu produto tem mais valor do que o que é cobrado dele". "O que eu quero é um serviço. Às vezes se pensa: 'Eu não vendo porque não uso o canal adequado'. E eu costumo dizer: 'você está vendo errado'. Não é isso ou aquilo. A questão é que esse negócio ainda não resolve uma dor que seja suficientemente relevante", pontuou Camila Farani. Comunique de forma igual e clara em todos os canais O fundador da PoliShop também destacou uma estratégia que tem sido utilizada de forma equivocada por diversos negócios, a diferenciação de cobranças por canais variados: "Multicanal é vender em vários canais. Ominichannel é a mesma coisa, porém, ele tem que ter sempre os mesmos produtos, os mesmos preços, um alinhamento, porque aí você não cria correntes entre seu próprio negócio. Se você tiver um preço diferente, que é muito comum, diferente no e-commerce, na loja física, e então você tem uma concorrência com você mesmo. Então, o Omnichannel, o verdadeiro, é quando você tem um alinhamento dos preços, produtos e ofertas. Ou seja, tudo tem que ser o mesmo, porque seu cliente estará tomando apenas a decisão de qual canal ele quer comprar, do que é mais confortável naquele momento. O cliente que vai resolver e não vai ser prejudicado pagando um pouco mais caro porque ele foi em um determinado canal. Isso não faz sentido. O consumidor não vê sentido nisso. Se coloque no papel do seu consumidor, porque você também é". Inovação não é só tecnologia Appolinario ainda frisou a necessidade de observar a inovação como algo muito mais amplo do que somente tecnologia: "Muita gente acha que inovação tem a ver apenas com tecnologia. Mas inovação é questionar aquilo que já existe. Eu insisto muito nisso, porque é isso que realmente importa. Muitas pessoas saem em busca de inovação sem ter ideia de que podem inovar com coisas que estão bem próximas delas". Aprenda a lidar com falhas Por fim, o fundador da PoliShop enfatizou que para alcançar o sucesso do seu negócio, falhas devem ser encaradas como parte do processo e lições para o futuro: "A primeira coisa que eu acho sobre ser empreendedor é que você realmente precisa se desprender de várias coisas. Ou seja, é necessário focar no dia a dia e entender que isso faz parte do processo. Você precisa ter um propósito, e esse propósito é essencial para o empreendedor, ele está à frente de tudo. Eu sempre gosto de destacar que as pessoas, muitas vezes, buscam uma resposta imediata, mas não é assim que funciona. É importante que a pessoa se conscientize de que é o dia a dia que faz a diferença naquilo que você faz. E esse dia a dia é cheio de altos e baixos, então é fundamental estar preparado para isso, para não se frustrar. A frustração pode surgir se você estiver com expectativas diferentes da realidade do que é ser empreendedor".
14/08/2025
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Até 2027, quem conseguir unir imaginação, propósito e capacidade de execução vai liderar o jogo
Na segunda palestra desta quinta-feira (14), no palco Conecta Varejo do Rio Innovation Week, a head of business & operations da WGSN, Priscila Seripieri, apresentou um panorama aprofundado do que deve moldar o mercado nos próximos anos. Com projeções baseadas em dados, estudos e exemplos concretos, ela alertou: o sucesso no varejo dependerá cada vez mais da capacidade de adaptação rápida e da compreensão das mudanças sociais e tecnológicas. “A WGSN é hoje a maior empresa de tendências do mundo. Nasceu no mercado de moda, mas entendemos que mapear moda é mapear comportamento de consumo. O jeito que a gente se veste revela hábitos, valores e escolhas. Hoje, olhamos para todas as categorias — beleza, tecnologia, alimentos e bebidas, e-sports, interiores — sempre antecipando comportamentos de dois a cinco anos no futuro”, explicou. Segundo Priscila, o varejo está migrando de uma “era da informação” para uma “era da imaginação”. “Informação já não é escassa. O desafio agora é: o que fazer com tanta informação? É aí que entra a criatividade para transformar dados em experiências e soluções que conectem com as pessoas”, afirmou. Essa transição é mapeada pela metodologia STEP da WGSN, que analisa seis pilares: sociedade, tecnologia, meio ambiente, política, indústria e criatividade. No campo social, ela destacou uma mudança de mentalidade que une coletividade e individualidade. “Não é mais um ou outro, mas sim uma coexistência. As marcas precisam pensar em estratégias que unam responsabilidade coletiva e respeito às individualidades. Isso significa produtos e campanhas que falem de pertencimento, mas também de personalização”, disse. Essa tendência abre espaço para novas funções no varejo, como estrategistas de comunidades, designers de experiência inclusiva e especialistas em narrativas de marca. Na indústria, o destaque é o equilíbrio entre proteção e conexão. “O consumidor quer se sentir seguro, mas também quer se conectar. Isso vale para o ambiente físico e online. As empresas precisam criar ecossistemas que transmitam confiança, mas que sejam abertos ao relacionamento humano”, explicou. O movimento favorece o surgimento de especialistas em segurança digital humanizada, consultores de ecossistemas omnichannel e curadores de experiências híbridas. Outro ponto central abordado foi o design de produtos. Priscila reforçou que qualidade e simplicidade devem guiar a criação de soluções: “Consumidores valorizam produtos bem feitos, intuitivos e duráveis. A simplicidade aumenta a usabilidade e fortalece a percepção de valor da marca.” Essa abordagem conecta-se ao movimento do direito de consertar, que garante autonomia ao consumidor para reparar produtos, prolongando sua vida útil e consolidando confiança na marca. No campo da criatividade, Priscila defendeu o poder da brincadeira como estratégia de engajamento: “Em tempos caóticos, o adulto busca momentos lúdicos para suavizar a rotina. Marcas que conseguem trazer esse elemento de forma inteligente criam vínculos emocionais mais fortes.” Ela citou como exemplo um despertador inspirado no jogo Mario, que transforma o simples ato de acordar em uma experiência divertida. “Isso é soft power cultural: conectar moda, beleza, gastronomia, esportes e entretenimento numa mesma narrativa que inspira e diverte.” Priscila também destacou a importância do storytelling como ferramenta estratégica. “Marcas que contam histórias criam conexões emocionais profundas, transformando clientes em defensores da marca. Contar histórias que reflitam os valores da empresa, tragam autenticidade e despertem memórias é uma maneira poderosa de gerar engajamento e aumentar vendas”, disse. Além disso, a especialista chamou atenção para a transformação do que representa status no consumo moderno. “Hoje, símbolos de status não estão ligados apenas a bens de luxo, mas também a valores como sustentabilidade, personalização e bem-estar. A nostalgia será um motor de decisão de compra, pois resgata emoções positivas e um senso de pertencimento”, afirmou. Ela aconselha que as empresas incorporem referências afetivas em produtos e campanhas, criando conexões significativas com o consumidor. Priscila também lembrou que toda tendência gera uma contratendência. “Se você olha para algo e pensa: ‘Isso não é novo’, é ótimo. Significa que já existe, mas ainda é pequeno. Nosso trabalho é mostrar quando ele vai se tornar relevante de verdade.” Para empresas que buscam vender mais nesse cenário, a executiva deixou provocações práticas: coexistir com a tecnologia sem perder a dimensão humana, investir em flexibilidade cultural, preservar narrativas, ampliar o ciclo de vida dos produtos, e unir design simples, storytelling e nostalgia em suas estratégias. “Até 2027, quem conseguir unir imaginação, propósito e capacidade de execução vai liderar o jogo”, concluiu.
14/08/2025
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Conecta
Live Commerce: descubra a arte de vender em qualquer tela
O terceiro dia de programação do palco Conecta Varejo começou com a trilha “Talento que Muda o Jogo | A arte de vender histórias em qualquer tela”, um bate-papo que mergulhou no universo do live commerce — modelo de vendas ao vivo que vem revolucionando o e-commerce e criando novas profissões. As apresentadoras Babi, Flávia Bonato e Andréa Bueno, com longa trajetória no Shoptime, compartilharam bastidores e estratégias que mostram como empresas podem transformar transmissões em resultados concretos. Com experiência somada de décadas em vendas televisivas, elas acompanharam de perto a transição de um formato tradicional para o ambiente digital. Flávia destacou que o sucesso do Shoptime tinha dois pilares fundamentais: conhecer profundamente o produto e ambientá-lo de forma realista. “Não era só vender uma batedeira, era fazer uma receita ao vivo, mostrar o uso na prática e ouvir histórias de clientes que contavam como aquilo mudou a rotina deles. Criamos um vínculo de amizade e confiança”, disse. Para ela, a pandemia foi o ponto de virada que consolidou o hábito de comprar online: “As pessoas entenderam que podiam comprar de casa e receber rápido. O que antes era resistência virou hábito, e isso abriu um espaço enorme para o live commerce crescer.” A conversa avançou para as novas tendências, com destaque para a diferença entre influenciadores, criadores de conteúdo UGC e live sellers. Flávia explicou que os influenciadores têm a função de inspirar, mostrando produtos no contexto de seu estilo de vida, mas sem compromisso direto com a venda. Já os criadores de conteúdo UGC (User Generated Content) produzem vídeos autênticos, muitas vezes com poucos seguidores, que as marcas compram e impulsionam. O papel do live seller, no entanto, é outro: “O live seller não apenas mostra o produto. Ele estuda, testa, explica, cria conexão e acompanha métricas. É uma profissão nova, mas que já é vital para o e-commerce que quer converter mais.” A adaptação do discurso e do formato para cada canal também foi um ponto de destaque. Andréa lembrou que vender “em qualquer tela” significa entender que públicos diferentes exigem abordagens diferentes. “Na TV, o foco era a companhia; no Instagram ou TikTok, é velocidade. No YouTube, é conteúdo planejado e visualmente atraente. Não dá para repetir o mesmo formato em todas as plataformas.” Para ela, ajustar a linguagem e o ritmo à audiência de cada canal é determinante para aumentar a conversão. Após o encerramento do Shoptime em 2023, Babi migrou para o aplicativo da Americanas, onde comandava lives diárias em um formato mais rápido, com cenário reduzido e abordagem direta. Essa experiência mostrou a importância de adaptar não apenas o discurso, mas também a postura, a vestimenta e até o tom de voz conforme o produto e o público. “Em uma live de supermercado, você é mais despojada, dinâmica e cria urgência. Já numa live de beleza, o ritmo é mais calmo, a apresentação é elegante e o foco é no detalhe, como mostrar a textura de um creme na pele”, contou. Essa flexibilidade foi tão valiosa que levou as três a criarem sua própria empresa, voltada não apenas para atuar como live sellers profissionais, mas também para treinar lojistas e equipes de vendas. “Muitos empresários querem que seus próprios vendedores façam lives, mas sem técnica o resultado não vem. A gente ensina desde a montagem do cenário até a condução diante da câmera para fechar vendas”, explicou Babi. Hoje, o live commerce está cada vez mais acessível, com plataformas como Shopee, Americanas e TikTok Shop permitindo que qualquer pessoa transmita de casa. Para as especialistas, empresas que desejam aproveitar essa tendência precisam investir em três frentes: treinamento para formar live sellers capacitados, estratégia de conteúdo adaptada a cada plataforma e interatividade constante com o público. Como resume Flávia, “não basta ligar a câmera e mostrar o produto. É preciso contar histórias, criar desejo e, principalmente, saber conduzir a conversa para a venda. Esse é o futuro — e ele já está acontecendo.” Supermercadistas, vocês já pensaram em apostar nesse formato?
14/08/2025
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"Sucesso não tem segredo: gastar a sola de sapato e continuar aprendendo", uma aula de inspiração com Camila Farani
O varejo supermercadista conhece bem essa máxima: não existe ideia pequena quando há propósito, visão e coragem. E o palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week viveu um momento de uma verdadeira aula de inspiração sobre buscar sonhos e alcançar objetivos com a palestra "Da sala de aula ao pitch: como transformar ideias em negócios", com participação de Camila Farani, a maior investidora anjo mulher da América Latina, Beatriz Galvão, CEO da Openi, e Paula Esteban, diretora de ensino do IBMEC, como mediadora. "As vezes pensamos em desistir sim, mas sem dúvida nenhuma, no final do dia, quando você entende que está contribuindo para fazer a diferença, vale a pena. Siga o seu legado, porque, no fim, você tem que entender o seguinte: a sua paixão. Pegue a sua paixão, pegue a interseção com esse tamanho de mercado e pegue uma outra interseção, que é aquilo que você está vivendo no momento, para conseguir efetivamente chegar onde você quer. Você pode ter alcance de meta ou não, ter menos ou ter mais, no final do dia o que importa é conseguir, cada vez mais, impactar essas pessoas, mas de forma que eu também consiga me colocar", destacou Camila Farani em sua fala de abertura. Beatriz Galvão pontuou: "Meu pai abriu um escritório no ano que eu nasci. Então eu cresci vendo todo o desenvolvimento do negócio, todos os desafios que existiam em você empreender no Brasil, e quem é empreendedor sabe que não é nem um pouco fácil tirar o negócio do papel. Então eu sempre vi dentro de casa o que era empreender de uma forma muito prática e pensando numa economia real. Eu acabei seguindo uma trajetória um pouco diferente, fui fazer engenharia química, pensando em ter uma carreira corporativa mais tradicional, e acabei me conectando com um negócio de impacto. Eu, antes da Open, tive alguns negócios de empreendedores no social. E aí, durante a pandemia, eu tive uma virada na minha trajetória, que foi o que fez eu construir a Open. A ideia era otimizar negócios tão tradicionais, como escritório de contabilidade, uma administradora de imóveis, uma corretora de seguros, que sabemos que tem ainda muita oportunidade para se transformar no Brasil. E a partir daí entendemos que poderíamos montar um produto, porque não estávamos só resolvendo uma dor interna, mas sim uma dor de mercado". O segredo? Aposte em você e siga se desenvolvendo Na sequência, Camila Farani frisou a importância fundamental de, sempre, seguir buscando novos conhecimentos e desenvolvimento de habilidades: "Só fazer um paralelo. A cada 10 pessoas no Brasil, 8 querem empreender. Vivemos um momento histórico no Brasil, onde se tinha muito empreendedorismo por necessidade. O que isso quer dizer? Isso quer dizer que as pessoas abriam o negócio porque elas precisavam sobreviver. A minha mãe era uma empreendedora por necessidade. Então, nessa época, 70% desse tipo de negócio aberto no Brasil eram por necessidade. Ao longo do tempo, por conta da academia, da educação e, obviamente, todo um ecossistema de políticas públicas e outros incentivos, isso mudou. Mesmo assim, a verdade é a seguinte, você não vai ter tanta escola pra você empreender aquele empreendimento do dia a dia, apesar de você ter boas escolas. O aprendizado precisa ser contínuo. Sem dúvida nenhuma, não pode se parar nunca de aprender. É o que chamamos de 'long life learning'. Não parem nunca. Não tem fórmula, não tem segredo. São duas coisas: gastar a sola de sapato e continuar aprendendo. O empreendedorismo, antes de mais nada, ele é atitude. Mas eu não acho que ele é nato. Eu não sou uma empreendedora nata. Eu não nasci para isso. Sabe qual era o meu sonho? Ser juíza. O empreendedorismo é uma habilidade que você pode e deve desenvolver. Se você trabalha dentro de uma empresa, você é um empreendedor ou empreendedora. Você lida com pessoas, faz negociações, pensa como pode crescer, como aumentar o faturamento, qual o indicador de desempenho, reuniões. Um dos meus maiores gatilhos foi quando eu entendi que eu poderia ganhar um dinheiro. Eu fiz uma proposta pra minha mãe, que eu busquei uma meta de aumento de faturamento. Não bati a meta, mas cheguei perto. Aquilo ali foi me gerando uma impressão de que eu podia fazer a diferença". "Eu sempre observo os quatro T's, porque é a minha tese que eu construí. Então, primeiro, é a tecnologia, o produto. Se o produto é robusto e suficiente, se efetivamente aquela linha de código é proprietária, se ela não é, se você tem uma software house, se você está construindo internamente. Às vezes, isso não precisa estar pronto, mas é preciso entender na mentalidade da pessoa que está à frente, do time que está à frente, se isso, de fato, é uma estratégia de crescimento. Segundo, é o time. Na verdade, o time é o mais importante de tudo. É ele que vai fazer a diferença, que vai analisar o nível de complementariedade e, no fim do dia, é ele que vai puxar a carroça. E eu olho de uma forma muito profunda para quatro coisas dentro do time: inteligência emocional; inteligência espiritual, que é a sua capacidade de ser humilde; inteligência técnica, ou seja, o nível de tecnicidade que você tem; e inteligência física. O empreendedor ele vai ter muita pressão, você precisa ser resistente à pressão e frustração. Terceiro T, tração. Quanto o seu negócio está tracionado, se o seu negócio é novo ainda, o que você imagina que é tração? E não adianta você falar que seu negócio está validado. Você validou com quantas? Por que você validou? A validação é eterna, porque a resposta não está com você, a resposta está nos teus clientes, nos teus futuros clientes. E o quarto T é o tamanho de mercado, ou seja, esse tamanho de mercado faz sentido suficiente para que eu, como investidora coloque o meu capital que fui trabalhando durante a minha vida?", prosseguiu Camila Farani. Beatriz Galvão encerrou: "No final do dia o investidor é seu sócio. Mas eu acho que tem um ponto quando falamos do lado da startup, do empreendedor, que é uma preparação emocional para aguentar o fluxo da rodada. A rodada é algo que consome muito tempo do founder, ou desgasta muito. Você precisa ficar totalmente, ou quase que totalmente dedicado para isso. É algo que você não controla, então você não sabe como vai ser uma reunião. E quanto mais necessidade de caixa você tem, normalmente mais sofrido é emocionalmente para o empreendedor que está do outro lado e que precisa captar aquele dinheiro. Então essa estabilidade emocional, ter apoio e entender que é um processo, eu acho que é uma preparação muito importante. É fundamental".
13/08/2025
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Liderança feminina transforma o varejo: conheça histórias que inspiram e inovam
O segundo dia de programação do palco Conecta Varejo, no Rio Innovation Week 2025, foi marcado por um encontro que uniu inspiração, estratégia e sensibilidade: a palestra “Talento que muda o jogo | Onde sonham as líderes: A jornada de mulheres que transformam o varejo”. Mediada pela apresentadora Babi Martins, a conversa reuniu Cíntia Viegas, diretora de marketing da Casa do Arroz, e Juliana Terra, diretora de marketing do Adonai, que compartilharam suas trajetórias e reflexões sobre liderar em um setor historicamente masculino — mostrando que o protagonismo feminino pode transformar negócios e inspirar novas gerações. Liderar do próprio jeito Para Cíntia Viegas, a jornada até a liderança começou durante a pandemia, período que exigiu reinvenção em todos os setores. “Comecei como influenciadora, depois assumi o marketing, o trade e cheguei à diretoria. É um segmento ainda com poucas mulheres em cargos de liderança, mas nunca quis competir imitando um comportamento masculino. Conquistei meu espaço com estratégia e competência, mantendo meu jeito de liderar”, afirmou. Juliana Terra também viu sua trajetória ganhar força nesse período. Influenciadora antes de assumir a comunicação da rede Adonai, ela destacou a importância da sensibilidade feminina no relacionamento com o cliente. “No início, me senti constrangida em reuniões só com homens, mas percebi que a mulher traz um olhar único. Liderar não é sobre competir, é sobre impactar vidas e criar conexões genuínas com o público.” Conexão que gera valor As duas líderes concordam que o relacionamento próximo com o cliente é um diferencial competitivo — especialmente no ambiente digital, onde a interação é imediata e constante. “No Instagram, 70% dos seguidores de supermercados são mulheres. Por trás do CNPJ, existe um CPF. Quando o público enxerga quem está por trás da marca, a conexão é muito mais forte”, disse Cíntia, lembrando que essa proximidade já resultou em cases de sucesso, como o lançamento de produtos saudáveis inspirados em seu próprio estilo de vida. Juliana reforçou que esse contato direto também impulsiona a inovação: “Hoje, não existe mais SAC como antigamente. As pessoas falam direto com a gente pelas redes sociais, e isso nos dá insights valiosos para tomar decisões rápidas e eficazes.” Novas gerações, novas formas de liderar Outro ponto debatido foi a relação entre diferentes gerações no ambiente de trabalho. Cíntia destacou que trabalhar com jovens da geração Z exige novas abordagens. “Eles são mais ansiosos, querem resultados imediatos e dominam a tecnologia. Nosso desafio é unir essa energia à experiência das gerações anteriores, criando equipes complementares.” Para Juliana, a diversidade é o caminho para equipes mais criativas e engajadas: “Liderar é mais leve quando existe diversidade. Não se trata de impor autoridade, mas de criar um ambiente onde todos se sintam parte da construção da marca.” Inspirar para transformar Tanto Cíntia quanto Juliana reforçaram que inspirar outras mulheres é parte fundamental de sua atuação. “Temos que estar atualizadas e levar o melhor para o cliente. Mas também precisamos olhar para os colaboradores e descobrir talentos internos que podem florescer”, disse Cíntia, citando casos de funcionários que passaram a atuar em áreas criativas dentro da empresa após incentivo. Juliana finalizou com uma mensagem que sintetiza o propósito da liderança feminina: “O supermercado não é apenas um lugar para vender produtos. É um espaço onde podemos transformar vidas, motivar pessoas e criar oportunidades para que cada um descubra o seu melhor.” Ambas encerraram o bate-papo deixando um conselho direto para as mulheres que desejam trilhar caminhos de liderança: acreditem nos seus sonhos, invistam em conhecimento e nunca desistam diante dos obstáculos — cada passo dado é uma semente plantada para transformar o futuro.
13/08/2025
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"O dado é o ouro da felicidade no varejo moderno", entenda como o Retail Media pode transformar o seu negócio
Retail Media. Antes desconhecido da maioria. Depois uma aposta. Hoje uma realidade e uma ferramenta de diferenciação da concorrência. Esse momento representa um ponto de virada para o varejo supermercadista, tendo os dados como os protagonistas de uma transformação extremamente rentável para a indústria e supermercados. Se você ainda não sabe como aplicar no seu negócio, a palestra "Retail Media com dados: quando métricas viram resultados", realizada nesta quarta-feira, 13 de agosto, no palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week trouxe todas as respostas? Como converter números em decisões estratégicas que realmente gerem impacto? Vitor Hugo Monteiro, head de digital dos Supermercados Zona Sul, Fábio Amorim, CEO da Pixel Retail, Juliana Hisae, gerente nacional de trade marketing da Seara, e Lorena Andrade, gerente de marketing da Verde Campo, apresentaram suas visões, experiências e insights preciosos sobre o tema. Retail media: potencial pouco explorado no Brasil Fábio Amorim, CEO da Pixel Retail, iniciou a apresentação do painel: "O mercado de publicidade no Brasil, hoje em dia, movimenta cerca de R$ 8,1 bilhões. É muita grana. Se você pegar essa receita toda que é comercializada e dividi-la em quatro fatias: 40% vai para a TV (rede aberta, etc.), 40% vai para o online (Meta, Google...), e aí sobram mais ou menos 20%. Desses, 12% vão para a mídia out of home, e 9,8% para a imprensa, como jornais. Mas se você for ver a grana do retail media, como está acontecendo por aqui? É um número muito pequeno no Brasil. São poucas as empresas que investem em retail media. Por outro lado, quando você olha esse movimento nos Estados Unidos, hoje o retail media já representa mais de 10% do faturamento de publicidade no país. É um mercado que já movimenta US$ 38 bilhões por ano". "Quando você vem para o Brasil, o negócio ainda está começando a engatar. É uma grande onda que vai vir com muita força. E hoje, os varejistas estão tentando se profissionalizar para realmente capturar esse movimento. Os maiores veículos são aqueles que, normalmente, juntam dados com mídia. E aí você vê o Google, parece até mentira, né? O Google não é declarado no Brasil, mas geralmente se estima que ele fature mais de R$ 30 bilhões por aqui. E o Google já não vende mais um anúncio comum. Ele vende uma carteira de interesse, segmentação: homem, tal perfil, tal consumo. E com isso, impacta com esses meios – seja por curiosidade, seja por mídia social, seja por anúncios na Meta. Como funciona? Você pega pessoas que têm um perfil parecido com o público-alvo e comunica essa campanha. Simplesmente foi um sucesso. Nós já tínhamos feito essa campanha anteriormente. Repetimos agora, só que com esse novo formato que mencionei, e ela vendeu três vezes mais do que tinha vendido da primeira vez, que foi só um banner no home. Então é a prova de que, às vezes, a pessoa acha que é só colocar um anúncio na TV que vai vender muito. Nem sempre. Você sabe se o seu público-alvo assiste à TV aberta? Depende do produto. Pode ser que funcione, mas também pode ser que não", prosseguiu Amorim. O CEO da Pixel Retail afirmou em sequência: "Entender quem é o seu cliente e trazer os dados da campanha para a indústria é muito importante. A indústria vê valor nisso, e automaticamente volta para fazer mais campanhas, novas ações. Não é aquele tiro curto, em que você pega a grana e fala: 'legal, já tenho uma nova linha de receita no retail media, e vamos ver como segue'. Isso é um erro. Com esse tiro curto, você vai ter receita uma vez e depois acabou, porque não trabalhou a mídia da forma correta. Não entendeu o público-alvo, não distribuiu a campanha da maneira certa. A indústria olha e pensa: 'não teve um bom resultado, não gerou confiança, o ROI foi baixo'. Resultado? Tiro curto. Por isso é importante entender os dados, trabalhar de forma inteligente, personalizada, segmentada, entender qual é a audiência para distribuir a campanha da maneira correta. É muito legal ver essa diferença de postura, entre a preocupação em 'amarrar o sell-in' e o VIL (Varejo Inteligente Localizado, por exemplo), que traz uma preocupação muito maior, com plano de mix estruturado, com ações que realmente vão melhorar a performance de sell-out daquele produto. A ideia é ter uma campanha de sucesso no final do dia. É uma grande mudança de postura em relação ao modelo tradicional". "Há 70 anos, o varejo tinha 1.000m² de área de vendas e 3 mil SKUs. Passaram-se algumas décadas e a loja continua do mesmo tamanho, mas agora com 15 mil SKUs. Então a disputa por espaço é gigantesca. Infelizmente, só a embalagem não conta mais a história. Se o cliente não está comprando, por que vou continuar colocando aquele produto em destaque? Então, a mídia acaba ajudando a mostrar esses diferenciais. Como falei, não é mais uma questão apenas de preço. A guerra de preços só tira valor da marca. O foco agora é em valor percebido. Se pensarmos, quase o Brasil inteiro está toda a semana esse mercado. Então, não tem valor mais relevante", finalizou Fábio Amorim. Zona Sul: case de sucesso e resultados extraordinários Vitor Hugo Monteiro, head de digital dos Supermercados Zona Sul, explicou a importância fundamental dos dados: "O ponto chave são os dados. A Amazon é a número 1 mundial por conta disso. Ela trabalha muito bem com os dados que consegue minerar. Então, o nosso site faz um pouquinho disso. Esse é um grande salto, que mostra para a indústria que vale a pena investir. Saímos daquela visão de 'vou colocar um pouco de visibilidade, um banner na home do site e pronto'. Eu sei que se colocar um banner na home do site, vai gerar X milhões de impressões etc. Mas será que é a melhor mídia? Será que é a mídia mais adequada para divulgar aquela campanha?" "Vou contar um caso que aconteceu logo que assumi a área digital. Minha analista ficou desesperada porque precisava ativar uma campanha que o gestor da categoria tinha fechado, já negociado. E ele queria, especificamente, um banner na home. Mas não havia mais espaço disponível, toda a programação já estava fechada. Chamei o time de CRM, o especialista de performance, e fizemos um estudo sobre aquele produto. Que produto é esse? Qual é o público-alvo? Com quais produtos ele faz cross? Com quais categorias conversa? Desenhamos uma campanha em que criamos uma régua de relacionamento e comunicação via CRM. Fizemos inserções em diversas comunicações, com foco nos produtos de cross-selling. Comunicamos a campanha durante aquele período específico, inserimos a visibilidade no site com palavras-chave na busca, colocamos comunicação dentro das categorias de voz, demos mais destaque ao produto e à oferta. Criamos também uma audiência com base na nossa própria base de dados. Entendemos quem era o cliente, qual era o público-alvo, e então fizemos o que chamamos de Retail Media Offsite — subimos essa audiência para o Meta Ads. Você pega pessoas com perfil parecido e comunica essa campanha. Simplesmente, foi um sucesso. Já tínhamos feito essa campanha antes, mas não nesse formato. Agora, ela vendeu três vezes mais do que da primeira vez, que tinha sido apenas um banner na home. É a prova de que, às vezes, a pessoa pensa: 'Vou colocar um anúncio na televisão que vai vender muito'. Não é bem assim. Você sabe se o seu público-alvo assiste à TV aberta? Isso depende do produto. Pode dar certo... ou não", continuou o head de digital dos Supermercados Zona Sul. Vitor Hugo também destacou a relevância de caminhar lado a lado com a indústria nesse processo: "Foi isso que fizemos nessa campanha e é o que sempre fazemos com as indústrias. A gente entende o propósito do produto, quem é o público-alvo. Temos uma base de dados muito bem identificada. Conseguimos entender o perfil de consumo e trabalhar esse público de forma direcionada. Não vamos falar, por exemplo, com um cliente vegano oferecendo promoção de carne. Entender quem é o seu cliente e levar os dados da campanha para a indústria é fundamental. A indústria vê valor nisso e, automaticamente, volta para fazer mais campanhas. Não pode ser aquele tiro curto em que você pensa: 'Legal, vou pegar essa verba aqui, já tenho uma nova linha de receita no retail media, e vamos ver no que dá'. Porque, nesse modelo, você vai ter aquela receita só uma vez, e depois... acabou. Por quê? Porque não trabalhou a mídia da forma correta. Não entendeu o público-alvo. Não distribuiu a campanha do jeito certo. A indústria, então, olha e diz: 'Cara, não teve um bom resultado, o ROI foi baixo, não deu confiança...'. E aí vira um tiro curto. Por isso é importante entender os dados, trabalhar de forma inteligente, personalizada, segmentada. Entender qual é a audiência, para distribuir a campanha da maneira correta. Como eu disse antes: o dado é o ouro da felicidade no varejo moderno". "Falando de retail media, você precisa entender quem é o seu público-alvo e onde você vai conseguir impactá-lo. Isso é muito importante. Uma forma que encontramos de potencializar as campanhas, e mostrar para a indústria que vale a pena investir, é provar que o retail media não é só mais uma linha de receita. Ele tem que gerar mais venda. Então, como mostrar valor para a indústria? Lá no Zona Sul, temos um portal de dados onde a indústria pode acessar informações de performance, vendas, dados demográficos, geração do cliente (X, Y, Z), bairro de residência, loja com melhor performance, horário de pico de venda do produto... Tudo isso ajuda a entender onde comunicar o produto e quando. Por exemplo: qual o horário ideal para ativar uma campanha com a Pixel em um painel de LED? Essas decisões são baseadas em dados. Isso tudo é muito valioso e ajuda a indústria a tomar decisões: vou investir? Onde vou investir? Quanto investir? É muito mais do que vemos em outros que ainda não têm maturidade com dados. Para alguns, qualquer visibilidade é válida. Mas será que é a melhor visibilidade? Qual seria a ideal para aquele produto? Qual dia da semana? Qual geração? Qual loja? Qual bairro? Com esses dados, conseguimos planejar melhor, entender o público, saber qual produto faz cross com qual, fazer uma exposição combinada — e, o melhor, a indústria não depende do Zona Sul para acessar esses dados. Isso é o mais legal", prosseguiu. O head de digital dos Supermercados Zona Sul reforçou outro ponto essencial, compartilhar informações e dados com a indústria: "Qual foi o resultado da campanha? Não precisa esperar um e-mail nosso. Você pode, sim, acessar um resultado mais detalhado com métricas de conversão, etc. Você tem um universo de informações no portal de dados. Não precisa esperar que eu entregue a análise — embora eu possa entregar também. Mas, no dia seguinte, você já tem tudo na sua mão. Esse portal é uma ferramenta muito valiosa, tanto para nós, no Zona Sul, quanto para a indústria. Com ele, conseguimos mostrar valor, aumentar nossa receita com retail media e trade marketing, aumentar o número de campanhas e, no fim das contas, gerar mais vendas — com muito mais performance. A maior parte dessas informações não é repassada para a indústria. Existe muita conta de 'sell-in' para justificar uma ação, mas às vezes empurram três carretas para o supermercado e nem sabem se está vendendo ou não. Vão descobrir só depois, quando houver quebra ou perda. O diferencial do modelo é o compartilhamento de dados com os anunciantes. Criar um portal e democratizar a informação para a indústria, permitindo resultados melhores. Geralmente, a indústria não recebe dados do varejo. E o nosso modelo, com o Zona Sul, abriu portas. Explicamos como o projeto funciona, e compartilhamos os dados com os retailers e com os anunciantes". "É muito comum, acho que todo mundo aqui já passou por isso, entrar em uma loja para comprar alguma coisa, puxar o celular, fazer uma pesquisa rápida de preço e pensar: 'Não, vou comprar porque o preço está bom, vai ser uma boa compra'. Então, isso também acontece na nossa loja. Na verdade, nós, através da nossa proposta de valor, incentivamos o cliente a acessar o nosso aplicativo dentro da loja, para que ele consiga ativar ofertas e promoções. Isso é um tipo de comunicação com o cliente via mídia. Ali, temos uma oportunidade: dentro da loja física, o cliente está passando com o smartphone em mãos, acessando o aplicativo da rede. Ele pode receber um preço personalizado. Com geolocalização, ele consegue ver campanhas digitais personalizadas. Além disso, existem outros pontos de contato com o cliente dentro da loja física, como a exposição em painéis de LED, como os que temos com a Pulse, por exemplo. Então, o cliente, em sua jornada de compra, já entra com intenção de comprar. Olha que interessante: o cliente já está propenso à compra. É muito mais fácil gerar conversão quando você fala com esse cliente no momento certo. Hoje, realmente, cerca de 90% da nossa renda vem do físico, mas o online é uma ferramenta superpoderosa para trabalhar essa conversão. Inclusive, quando falamos de CRM, conseguimos nos comunicar com o cliente por meio de uma régua completa de relacionamento. Ou seja, conseguimos trabalhar o funil completo. Então é preciso trabalhar a omnicanalidade. O varejo supermercadista é um espaço democrático. Então, não tem como não olhar para isso e pensar: eu tenho a população brasileira inteira no mercado em algum momento. Então, eu tenho que potencializar isso. Com fazer o supermercado virar, de fato, um foco de mídia, de conversão? É totalmente possível. Temos que ter investimento em tecnologia, para trabalharmos mais rápido na distribuição das campanhas nos pontos de visibilidade. Mudar a cultura do varejista, para entender que isso sim é uma coisa muito importante, que tem que ser vista. Quem não trabalhar com isso, fecha a porta. E a indústria tem o poder de forçar o varejo a mudar. Se a indústria não investir porque não há compartilhamento de dados, impressões, taxa de conversão, público-alvo, do ROI, isso vai mudar. A indústria tem o papel fundamental em forçar o varejo a mudar. É uma questão cultural, difícil, mas que precisa mudar", encerrou Vitor Hugo. Visão da indústria: o case de impacto da Verde Campo Lorena Andrade, gerente de marketing da Verde Campo, pontuou: "Nosso case de hoje... fizemos um marketing 360º em cima do nosso queijo cottage durante três meses. Todo o marketing estava conectado a esse produto. Eu tinha não só o time de trade focado nele, mas também comunicação e o time comercial, é claro. Trabalhamos todo o funil de marketing: tivemos ações com influenciadores, fizemos mídia em aeroporto durante uma feira, e também escolhemos alguns dos nossos principais pontos de venda — o grande parceiro Zona Sul aqui no Rio de Janeiro. Realizamos a campanha por meio da Pixel, colocando mídias institucionais. Eu não divulguei oferta, não comuniquei preço. Fizemos comunicação de atributos. Tínhamos um promotor de merchandising cuidando da exposição do produto, houve também um período com oferta, além das mídias do Zona Sul. Ou seja, tínhamos exposição e visibilidade. Foi uma comunicação institucional, voltada para o valor do produto. Tivemos o período pré-campanha: ali, vendíamos o produto com participação de 0,6 no total da rede, e 0,2 nas lojas que tinham mídia. Durante a campanha, crescemos, em média, 30% nas vendas. Quando isolamos as lojas com tela, com mídia, com retail media, e comparamos com as lojas que não tinham retail media, há uma diferença de 12%. Então, contra fatos, não há argumentos. O único diferencial que tivemos nessas seis lojas, em comparação com as demais, foi a mídia — o retail media. O resultado está aí, são dados. É factível. É muito legal quando se comprova". "Eu também preciso vender. Mas, antes de eu vender para fora, preciso garantir o abastecimento interno. Se eu vejo, por meio dos dados, que está vendendo para fora, consigo atuar na ruptura, né? E esse é o pior problema do mercado: a ruptura. É quando o consumidor chega na loja e não encontra o produto. É a parte mais triste. Cadê o queijo cottage da Verde Campo? Também não tem. Quando você abre essa visibilidade para a indústria, nosso time de vendas e de trade consegue atuar. Consegue ver o estoque, loja por loja. Então, se eu quiser ver o produto na loja X... o ciclo gira. Gente, isso é bom para todo mundo. Exatamente, o ciclo se torna muito mais granular. É como estávamos dizendo: no marketing tradicional, quando colocamos dinheiro na agência de publicidade, a agência garante o check-in da mídia e mostra o número de impactos. Mas quando investimos no trade do varejo, precisamos entender o retorno desse investimento. Como? Através do apoio do varejo, do braço operacional que mostra o check-in, os dados. Precisamos estar muito conectados. Quanto mais o trade da indústria estiver conectado com o trade do varejo, melhor. Mas nem todo varejo tem um setor de trade estruturado. Às vezes, é o comercial que assume essa função. E aí, como indústria, você chega e pergunta: 'Comercial, e aí? Aquela verba que a gente investiu? Saímos no encarte? Colocamos ponta de gôndola? Fizemos aquela ação?'. E a resposta é... 'Hum... então… vamos lá'. Acho que é aí que precisamos evoluir. A indústria precisa ganhar força e profissionalismo, porque dados a gente já tem. A gôndola é um outdoor vivo. Você vê ali todos os produtos, pode ir lá e pegar na hora. O supermercado é o único lugar em que o funil de marketing acontece inteiro: você é impactado por um produto ou uma publicidade, reconhece, considera, e, se fizer sentido, converte na hora, compra na hora. Então, esse jogo pode ser muito bem jogado. Só que o varejo precisa se profissionalizar mais e dar mais atenção ao retail media, porque ainda tem muito jogo para acontecer", concluiu Lorena. Indústria em foco novamente: o case de destaque da Seara Juliana Hisae, gerente nacional de Trade Marketing da Seara, avaliou: "Nós tínhamos o desafio de alavancar a nossa linha de frango orgânico. E, nesse caso, não tinha um plano 360. Então precisávamos mesmo fazer toda a comunicação dentro do varejo. Dentro desse contexto, contamos com um super parceiro, o Zona Sul, para explorar todos os pontos de contato no e-commerce. Porque, qual era o nosso desafio que traçamos junto com o time do Zona Sul? Vamos primeiro começar pelo e-commerce, e depois, com base nos resultados, distribuir para as lojas físicas. Só que, para distribuir para as lojas físicas, precisávamos estabelecer um target de sell-out. Com isso, construímos todo um plano de comunicação. O que inovava nesse plano de comunicação? Bom, claro que tinha o banner na home, mas além disso, usamos banner de busca, frete grátis, e também fizemos CRM com base segmentada. Ou seja, fomos diretamente aos consumidores que realmente consomem a linha de frango orgânico. Óbvio, começamos com uma comunicação institucional, depois trabalhamos com algum percentual de desconto, e também fizemos brindes promocionais". "Quando olhamos a curva de desempenho desde o início do projeto, vemos claramente o ponto em que atingimos o nosso target para abrir as lojas físicas, que foi entre abril e maio. Esse crescimento foi praticamente o dobro do volume de consumidores. Hoje, se a gente pegar o crescimento médio durante todo o período, considerando o volume colocado dentro do Zona Sul, já tivemos um crescimento de cerca de 42% em sell-out. Então, é isso. Esse é o resultado de quando fazemos ações casadas, quando fechamos um plano completo de comunicação e ativamos o consumidor 'na veia', vamos dizer assim. Sempre tivemos apoio com relação aos dados — o reporte de dados sempre esteve presente. Fazíamos reuniões justamente para identificar oportunidades: 'Olha, aqui tem uma chance, vamos ajustar a direção?', e isso aconteceu bastante em parceria com o Zona Sul", disse em sequência a gerente nacional de Trade Marketing da Seara. Juliana encerrou: "Isso é muito interessante porque o grande desafio da indústria é justamente conseguir mostrar valor e fugir dos planos 'automáticos'. O que falta para a indústria é mais proximidade, mais contato com os dados que o varejista enxerga dentro da base de consumidores dele. Porque, quando eu falo da minha linha de frango orgânico, estou falando de um público muito específico. São consumidores que já vêm pautados, já sabem que querem aquele tipo de produto. Quando colocamos essa linha em um 'mar' de produtos in natura — ou até dentro da própria categoria de frangos — o frango orgânico acaba ficando muito pequeno, se perdendo ali. Mas, a partir do momento em que temos dados para entender, por exemplo: 'Olha, o meu consumidor costuma comprar nesse horário, o tíquete médio é esse...', aí conseguimos ampliar bastante o investimento da indústria junto ao varejo. Então, acho que é basicamente isso: compartilhamento de dados para que possamos tomar decisões corretas e mais assertivas. Acredito que isso precisa ser o principal gatilho de mudança que os varejistas devem adotar junto com as indústrias. Muitos dos consumidores vão no varejo para buscar informação, porque não é sempre que a gente consegue fazer o aporte de mídia para todas as linhas. Então é dentro do varejo que o shopper vai entender o produto".
13/08/2025
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"Quem entende o controle das histórias e narrativas, pode ditar o que será verdade nos próximos anos", um mergulho em questionamentos sobre a tecnologia
Um mergulho contestador nas possibilidades que a tecnologia desenha para os próximos anos. Foi isso que o palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week promoveu no início da noite desta quarta-feira, 13 de agosto, na palestra "O futuro que estamos codificando". Fábio Amado, sócio e head de experiência da @KES, e Mariana Castro, head de curadoria da @KES, conduziram uma conversa instigante sobre como o hoje impactará no futuro. "O avanço tecnológico, tem, claro, a evolução da tecnologia, algumas consequências como privacidade de verdade, alguns conteúdos e temas que são ligados diretamente com a liderança, enfim, várias coisas legais. Mas também temos a crise da verdade", declarou Fábio Amado em sua fala de abertura. "O termo evolução é comumente associado a progresso, a desenvolvimento, quando pensamos em evolução é todo um processo de transformação da espécie. Porém, nem sempre isso é positivo", prosseguiu Mariana Castro. A head de curadoria da @KES ressaltou: "A Amy Webb fala que normalmente os incentivos na tomada de decisões que definem o nosso futuro são os incentivos voltados pra performance e desempenho, muitas vezes os incentivos individuais. E aqui chegamos nos três imperativos para evolução: tecnotopia, termocrise e a falácia da disrupção. O poder salvador da tecnologia, essa filosofia centrada no poder da tecnologia como algo que é capaz de encontrar soluções para todos os nossos problemas. A falácia da disrupção é acreditar que para evoluir precisamos inovar, mas que para renovar é necessário romper com tudo que veio antes. Hoje, talvez, o que mais precisemos seja exatamente de um sistema duradouro que fortaleça as conexões mais sólidas, porque ao acelerar demais a tecnologia, a gente vem quebrando coisas pelo caminho tão importantes quanto a democracia e a verdade, por exemplo". "Infelizmente, o senso comum que tínhamos sobre a verdade está colapsado. Não temos mais a mesma ideia do que é a verdade. O problema em si não são as ferramentas de geração, de inteligência artificial generativa, mas as consequências que elas estão causando na sociedade. É uma grande desinformação global generalizada acontecendo. A guerra de narrativas, em que a verdade virou um produto. Isso vem do conceito de pós-verdade, não é um conceito novo, tem quase 10 anos. Isso significa que qualquer pessoa, na hora de formatar sua opinião pública, leva mais em consideração as crenças pessoais, valores que estão conectados com o íntimo, porque se aquela informação é verdadeira ou não, não importa. Não importa se é mentira ou é verdade. Agora, se essa informação tem tudo a ver com o que eu acredito, eu considero uma verdade. Ou seja, não só a verdade está em crise, mas também a informação", ratificou o sócio e head de experiência da @KES. Fábio Amado concluiu: "Quem entende o controle das histórias e narrativas, pode ditar o que será verdade nos próximos anos. O que estamos fazendo para blindar nossas empresas desses reflexos? Como que vamos fazer para que esse viés humano seja educado ou reeducado a entender uma certa crítica, o que é verdade e o que não é verdade?".
13/08/2025
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"Sair dos achismos e colocar o dado na essência do negócio", a liderança humanizada em tempos de inteligência artificial
Liderar é um desafio, independentemente de segmento ou área. Mas em um cenário cada vez mais automatizado e impulsionado por tecnologias como a inteligência artificial, gerir equipes se tornou uma tarefa ainda mais complexa. Como se atentar as pessoas, tomar as melhores decisões e, ao mesmo tempo, conduzir negócios? Como unir tecnologia, sensibilidade e propósito para desenvolver uma liderança adaptativa, humana e estratégica em um ambiente cada vez mais automatizado? Decifrar esse contexto foi o tema do painel "Liderança em tempos de IA", no palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week, nesta quarta-feira, 13 de agosto, com a participação de Ricardo Zucollo, vice-presidente de vendas da Unilever, e do jornalista Pedro Dória. IA: um ponto de inflexão "Eu escrevo há anos sobre tecnologia. Tempo o suficiente para ter escrito matéria em jornal explicando o que era e-mail, provedor... E eu te falo que há três anos que eu considero anos-chaves na tecnologia nesse período. Em 1995, quando a internet explodiu. 2007, quando o iPhone apareceu, o primeiro smartphone. E outro é 2022, que de formas diferentes, até o lançamento e desenho do chat GPT, as pessoas olharam pra inteligência artificial e... uau! E eu acho muito incrível que ainda existam momentos-chaves acontecendo. Agora, inteligência artificial, se pro mundo apareceu de repente, para quem trabalha com tecnologia já vem um pouco de antes", ressaltou Pedro Dória. Para Dória, o verdadeiro diferencial da IA está em sua capacidade de identificar padrões, gerar hipóteses e estimular o raciocínio humano: "Muitos usam a ferramenta fazendo uma pergunta, pegando a resposta e pronto. Quando o melhor uso da ferramenta é entrar em um diálogo quase socrático com a ferramenta. E isso é gente. A qualidade do profissional começa a virar a habilidade de ter uma conversa e fazer perguntas inteligentes e saber, a partir das respostas da ferramenta, o que fazer. Então, muda o que se espera de um profissional, mas a pessoa não deixa de estar lá. "Machine learning, o aprendizado de máquina, é essencialmente a primeira geração de inteligência artificial, existe desde 1955, só que só temos a máquina que é potente e com armazenamento suficiente para fazer com que essa tecnologia seja viável muito tempo depois. E a maior parte das empresas só começou a prestar atenção depois de 2010. Aprendizado de máquina é uma maravilha, porque você percebe padrões de comportamento que se repetem. Isso quer dizer que se você é um varejista, por exemplo, você percebe que produto vende mais para que tipo de público, qual é a sazonalidade. Às vezes você tem que botar mais um produto aqui, menos de outro. Às vezes você tem que focar em mulheres, mas você tá focando em homem. Esses dados revelam coisas incríveis que permitem alavancar muitas coisas. dado. E qual é o problema do aprendizado de máquina? Você precisa de dados. Você precisa de cada registro de venda", concluiu Dória. Case Unilever: 10 anos de transformação e construção em parceria fundamental com o varejo O vice-presidente de vendas da Unilever detalhou todo o processo de imersão da empresa no mundo dos dados para desenvolver a melhor estratégia possível, contando com a ajuda de varejistas parceiros: "É um desafio. Em 2015 tivemos esse insight, de que precisaríamos nos preparar. E a matéria-prima disso são os dados, mas naquele momento tínhamos poucos dados. Então, começamos a trabalhar junto com os nossos parceiros comerciais. Uma influência pra mostrar o benefício do compartilhamento, e a confiança que precisaria ser criada nessa relação, para que esses dados fossem usados em prol do negócio e não apenas naquele momento de negociação. Não foi fácil. Em 2015, os dados de mercado que tínhamos cobriam mais ou menos 5% do mercado. Hoje temos 95% de cobertura. 10 anos se passaram e conseguimos evoluir. Como fizemos? A primeira coisa é essa relação de cobertura. Confiança que sempre criamos no varejo brasileiro e mostrando isso de maneira muito prática. No Brasil, naquele momento, não tínhamos tantas iniciativas práticas para convencer os nossos clientes que o compartilhamento de dados poderia ser muito poderoso. Então, o que fizemos? Convidamos um grupo importante de varejistas brasileiros, que acreditávamos que ia nos ajudar nesse processo de influência. Investimos nisso. Contratamos uma empresa voltada para essa questão de evolução de cultura de dados dentro das organizações e fizemos um assessment nas empresas desses varejistas para mostrar qual era o nível de cultura de dados que existia dentro da empresa. Nenhuma grande surpresa, todos eles com o nível baixo de dados. Eles sim ficaram surpresos, porque viram que o nível de cobertura de dados dentro das organizações era praticamente zero". "Começamos com três pessoas e um líder dessa área, que era um profissional que conhecia o negócio, mas ele também conhecia muito sobre tecnologia. Então foi importante ter essa pessoa sendo esse elo de ligação. Começamos pequeno. Queríamos começar rápido e pequeno, para testar, ver como as coisas funcionavam, errar rápido e corrigir isso ao longo do tempo. Então fomos evoluindo nesse processo, convencendo os nossos clientes, capturando mais dados, transformando esses dados em ações, ganhando a confiança deles, e isso foi evoluindo. Uma outra coisa importante, que eu acho que ajudou muito nesse processo, foi a recompensa não vir só no final. Ela também começou a aparecer no curto prazo. Ou seja, também criamos alavancas comerciais dentro da nossa relação com o varejo, onde começamos a criar remuneração para os varejos que compartilhavam os dados conosco. Priorizamos essa alavanca como muito importante, para que o varejo também entendesse que tudo isso não era simplesmente algo pontual ou tático, para mostrar que realmente tinha muito interesse nisso e se acreditava muito nisso. E aí foi um processo de alguns anos para que essa base fosse aumentando e hoje não existe nenhum tipo de negociação, nenhum tipo de discussão que não seja baseado em dados e que não tenha isso no centro da nossa estratégia", prosseguiu Ricardo Zuccollo. Em sequência, afirmou: "Quando olhamos todo esse processo fomos comparando a performance de clientes com os quais tínhamos os dados e clientes com os quais não tínhamos. Começamos a ver que o nível de crescimento dos clientes que estavam conosco nessa agenda era muito superior. Crescíamos a duplo dígito alto com vários clientes que estavam nessa agenda e não crescia na mesma proporção com aqueles que não estavam. O nível da relação, o nível da conversa é outro. Você começa a ter discussões muito mais profundas, muito mais assertivas. Você sai dos achismos, o que realmente coloca o dado na essência do negócio, e ele começou a ver valor. E aí, quando ele começa a ver valor, você começa a conseguir evoluir com mais velocidade". Use a tecnologia, mas envolva pessoas Zuccollo também pontuou que a jornada envolveu assessments de maturidade em dados, criação de incentivos comerciais, desenvolvimento de lideranças tecnológicas e capacitação interna: "Nesse processo, desde o começo, sempre nos preocupamos muito com duas coisas: investir muito na tecnologia por trás disso, mas também investir o mesmo valor no change management, na mudança, na criação de cultura. E, desde o começo, envolvemos as pessoas nesse processo, criando ambientes que propiciassem essa visão de inovação, essa visão de evolução tecnológica. Dentro da empresa tínhamos o que chamávamos de 'garagem de inovação'. Criávamos ali dentro iniciativas onde oferecíamos aos funcionários a possibilidade de trazerem ideias relacionadas ao tema, disponibilizando um valor em dinheiro para que essas pessoas investissem na ideia delas dentro da empresa. O intraempreendedorismo é muito forte para implementar essa cultura empreendedora e de inovação. Criamos um centro de dados, que chamamos de Data Hub, que também usávamos para criar essa cultura, onde as pessoas usavam esse Data Hub para fazer reuniões, em uma sala cheia de telas com os dados aparecendo nas telas. Então, tinha um ambiente propício para aquilo, e usamos aquilo como um ambiente de cultura". "Muita capacitação, muita capacitação. Desde a autoliderança até os executivos. Mas certamente a autoliderança estava muito engajada nesse processo. E fizemos muita questão de que as pessoas entendessem o porquê daquilo. Acho que isso foi fundamental. Mais do que simplesmente implementar uma ferramenta e dizer 'agora você usa isso daqui', foi explicar o porquê e envolver as pessoas desde o início desse processo. Isso fez uma diferença enorme para ir moldando essa cultura. E as pessoas sempre no centro do processo. As pessoas sendo valorizadas a todo momento para trazer ideias novas, para que pudessem dar suas opiniões. Sabemos que isso não é fácil. Também fizemos um trabalho relacionado à criação da segurança psicológica dentro da organização, para que as pessoas pudessem falar, para que pudessem ser elas mesmas, para que pudessem criar junto. Esse termo de segurança psicológica, hoje em dia está até em alta, mas isso vem lá de trás, de um estudo que foi feito no Google no final dos anos 90, começo dos anos 2000. Tem uma pesquisa, 'Organização Sem Medo', da autora Amy Edmondson. Ela estudou o Google para entender por que o Google é uma empresa tão inovadora, por que as ideias surgiam, e a essência do estudo dela mostra que é um lugar onde as pessoas podem ser elas mesmas, onde podem falar, colocar opinião, sem serem julgadas. Pelo contrário, são incentivadas a fazer aquilo. Ela observou que as equipes onde você tinha mais erros eram as equipes com melhor performance. E a hipótese original era outra: que as equipes que erravam mais seriam as equipes com menor performance. Mas não. As equipes que erravam mais eram as que tinham melhor performance, porque aprendiam mais rápido. E isso fazia com que entregassem um resultado melhor. Então, baseado nessa lógica, fizemos isso também dentro da Unilever, para criar esse ambiente propício à inovação, ao engajamento nesse tema que, naquele momento — 2016, 2017 — ainda não era a febre que é hoje. Hoje falamos de inteligência artificial com muita naturalidade. Naquele momento, as pessoas não conseguiam entender ainda o que ia acontecer. Mas já sabiam que esse era um processo no qual precisavam estar envolvidas, e a fomos incentivando esse envolvimento desde o começo", continuou o VP de Vendas da Unilever. Zuccollo ainda frisou, não tenha medo da IA, adapte pessoas. "Isso tudo passa pelas pessoas. Forço muito isso. Se eu pegar o job description de um vendedor há dez anos, e hoje, ele mudou o tipo de atividade que ele faz, mas ele tá lá, e o que cada vez mais é importante, e vai se fortalecendo. Tudo aquilo que puder ser automatizado, vai ser, se já não é, vai continuar sendo. Tudo aquilo que puder ser digitalizado, ninguém tem dúvida que vai ser. Tudo aquilo que puder ser descentralizado, vai ser, e nós estamos nesse processo de descentralizar as decisões, para que as pessoas tenham velocidade e autonomia na ponta para tomar a decisão e resolver o que tem que resolver. Só que as pessoas precisam evoluir no sentido da essência humana, então quais são as habilidades ou as competências que a gente vem ter? Trabalhando e evoluindo muito com a nossa equipe. As relações humanas, a empatia, a intuição, como você faz as coisas e cria conexões verdadeiras, que são coisas que nenhuma inteligência artificial vai conseguir fazer. Então, acho que esse é um processo que agora está fortalecendo muito para que essa relação humana, que tenha a ver muito com autoconhecimento, para que você entenda quem você é, para que você entenda quem é a pessoa que está trabalhando com você, você entenda mais profundamente as relações para que isso de fato seja um diferencial. Porque toda aquela parte técnica, que talvez muitas pessoas ao longo do tempo foram se ancorando por ter conhecimento profundo, a máquina vai fazer muito melhor, a inteligência vai fazer com muito mais velocidade, com muito mais precisão. O importante é você saber usar a inteligência artificial, essa retroalimentação, porque à medida que você faz a pergunta para a inteligência artificial, ela vai te responder. Aí você quer melhorar aquela pergunta. Ela também vai fazer você ter que pensar diferente. Então a consciência vai aumentando de como ter essa relação de tal forma que você vai evoluindo como ser humano. Então eu particularmente acredito muito nisso. Vamos nos obrigar cada vez mais a evoluir como ser humano porque essas são as características que precisaremos ter para se diferenciar no futuro. E é isso que eu falo para o meu time. Não fique com medo, mas avance nesse sentido. Aprenda a evoluir junto com a inteligência tradicional. Essa combinação é muito potente. Porque uma coisa isolada não vai resolver. São as duas coisas juntas que vão trazer o resultado", disse Zuccollo. Lideranças humanas, estratégicas e adaptativas Encerrando o painel, Zuccollo fez um chamado para o futuro da liderança: "Eu acho que lideranças humanas, são lideranças que cada vez mais se preocupam. As pessoas também vão se desenvolvendo nesse sentido. Eu acho que a inteligência artificial vai trazer essa necessidade de você estar evoluindo junto com ela, porque acho que ela vai te desafiando. Porque hoje quando você está no ChatGPT, você faz uma pergunta e ele te responde com uma pergunta. Então uma qualidade do futuro é a curiosidade. Se você não é curioso, se você não quer entender o que está por trás daquilo, você vai ficar para trás. Acho que com curiosidade, com certeza, ter essa relação e essa empatia com as pessoas para que você tenha lideranças cada vez mais humanas, para mim é fundamental. Porque tudo aquilo que é técnico... hoje quando eu vou contratar alguém, eu estou muito menos preocupado a parte técnica, o que a pessoa já fez do ponto de vista operacional, transacional, e estou muito mais preocupado com essas soft skills, que são essas habilidades mais relacionadas ao comportamento humano e tanto que essa pessoa realmente tem isso como um valor. Então, acho que isso para mim é o fundamental".
13/08/2025
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Inteligência artificial no varejo: oportunidades, riscos e o que você precisa saber agora
No segundo dia do Conecta Varejo, a palestra “IA aplicada ao varejo | O futuro chegou: Os dilemas da IA no mundo corporativo” reuniu líderes do setor para discutir como a inteligência artificial transforma negócios, processos e cultura nas empresas. O debate contou com Alessandra Fu Vivian, diretora de arquitetura da Salesforce, e Renato Rocha, diretor comercial da América Latina e África da Suvinil, com mediação de Cláudia Fernandes, CEO da Radar Consult, sobre os impactos da IA no varejo. Alessandra abriu a conversa destacando a importância de entender a tecnologia como aliada estratégica. “A inteligência artificial não é mais apenas um conjunto de dados, mas algoritmos treinados para gerar funcionalidades que transformam decisões e resultados. Quando pensamos em IA, não estamos no início da revolução, mas apenas no começo da jornada de transformação. O grande desafio é como nós, como pessoas, podemos usar melhor a tecnologia para gerar resultados sem sermos dominados por ela”, afirmou. A diretora da Salesforce ressaltou a necessidade de democratizar a tecnologia. “Não é para o grande ou para o pequeno, não é para quem tem mais ou menos acesso. A tecnologia deve ser para todos. Precisamos discutir como fazer a IA acessível e democrática em todos os níveis do varejo”, disse Alessandra. Para Renato Rocha, o futuro da IA no varejo é agora. “Não é algo do futuro, o futuro é agora. Trabalhamos com parceiros em 90% dos municípios do Brasil, e o desafio é despersonalizar e unificar dados no ponto de varejo. A inteligência artificial permite que qualquer empresa, grande ou pequena, utilize ferramentas avançadas para entender melhor o consumidor e otimizar processos”, destacou. Ele comparou o momento atual com a chegada da internet em meados dos anos 1990: “Estamos vivendo uma transformação tão significativa quanto aquela. Quem não se adaptar, ficará para trás.” A palestra trouxe ainda recomendações práticas sobre como começar a usar IA no varejo. Alessandra explicou a evolução da tecnologia: “A inteligência artificial preditiva já nos ajuda a prever demanda, comportamento do consumidor e padrões de compra. Hoje, com a inteligência artificial generativa, podemos criar soluções personalizadas em escala, desde comunicações individualizadas até otimização logística e produtos sob demanda.” Ela reforçou que a combinação de recursos humanos e computacionais é essencial. “O grande desafio na era da IA é definir uma lógica de trabalho conjunta. A tecnologia funciona rápido, mas precisa da supervisão e da criatividade humana. Quando conseguimos equilibrar isso, vemos resultados concretos que fazem sentido para o negócio e para o consumidor.” Renato complementou com exemplos práticos do varejo: “No nosso setor, usamos IA para previsibilidade de produção e distribuição. Nos Estados Unidos, o Walmart utiliza inteligência artificial para abastecer lojas com itens essenciais antes de tornados ou desastres naturais, garantindo que as regiões críticas estejam preparadas. Isso mostra o poder transformador da tecnologia quando combinada com uma mentalidade aberta e estratégica.” Ele também destacou que a IA não vai tirar empregos, mas transformará quem não se adaptar. “A inteligência artificial vai aumentar a produtividade de quem sabe utilizá-la. O mercado está oferecendo oportunidades para todos os tipos de varejo — do pequeno ao grande — que estejam dispostos a aprender e aplicar essas ferramentas.” Ambos os especialistas reforçaram que o equilíbrio entre tecnologia, cultura e propósito é fundamental. “A IA não é mágica. É matemática aplicada, mas seu impacto depende de uma cultura que valorize experimentação, aprendizado e colaboração”, disse Renato. Alessandra completou: “O futuro pertence às empresas que entendem que a inovação é um processo cultural, apoiado em tecnologia e focado no cliente. Sem isso, a IA não gera resultados sustentáveis.” Limites e dilemas da inteligência artificial: ética, dados e consciência humana Na ocasião, Alessandra Fu Vivian chamou atenção para os limites da inteligência artificial e a importância da consciência humana. “Olhando na tela, você está alinhando o algoritmo sobre o ponto que quer ver. E se você está vendo coisas que talvez não sejam relevantes, isso é um reflexo das suas escolhas. A consciência humana precisa ser protagonista nesse processo”, afirmou. Ela destacou que o que é considerado certo ou errado varia culturalmente e que a IA não substitui julgamentos humanos. “No Japão, por exemplo, é permitido criar imagens inspiradas nos traços dos estúdios Ghibli, mas não comercializá-las. Aqui no Brasil, a lei de direitos autorais impede isso. Portanto, é necessário praticar habilidades humanas que não podem ser ensinadas a uma máquina, como empatia e visão rápida do mundo”, explicou. Alessandra também reforçou a importância da qualidade dos dados. “Se você entra com dados ruins, o resultado será ruim também. A responsabilidade sobre os dados que alimentam os algoritmos é enorme. Devemos ter consciência do que estamos criando e como isso impacta nosso ambiente de trabalho e decisões de negócio”, alertou. Ela citou aplicações práticas, como sensores que capturam informações de clientes ou do clima, e destacou que mesmo dados sintéticos podem carregar preconceitos e vieses, exigindo atenção e ética no uso da tecnologia. Renato Rocha complementou, comparando os dados a um recurso precioso: “Os dados hoje são como um petróleo descoberto. Podem transformar literalmente uma vida. Mas é preciso usá-los com responsabilidade e eficiência para gerar resultados e construir o futuro. A transformação cultural é tão importante quanto a tecnológica. Quem souber aplicar dados de forma ética e estratégica terá vantagem competitiva.” Ambos enfatizaram que a IA é poderosa, mas não é mágica. Alessandra concluiu: “A máquina aprende a partir de algoritmos e dados, mas não substitui a consciência humana. Precisamos refletir sobre o impacto do que estamos criando e como isso influencia nossas decisões, nosso negócio e nossa sociedade.” Renato reforçou a necessidade de adaptabilidade e alfabetização digital. “As transformações acontecem rápido. Não é apenas abraçar a tecnologia, mas entender seu valor, aplicá-la com responsabilidade e educar as pessoas para que possam trabalhar em conjunto com os recursos digitais.” A mensagem final foi clara: o futuro da IA no varejo depende da combinação entre tecnologia avançada, dados de qualidade, ética, consciência humana e cultura organizacional. Empresas que equilibram esses fatores estarão preparadas para inovar, automatizar processos e tomar decisões mais estratégicas, de forma sustentável e responsável.
13/08/2025
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“Errar não é falhar!”. Fórmula de sucesso das empresas revelada no Conecta Varejo. Vem saber!
No segundo dia do Conecta Varejo, o keynote Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação, trouxe ao público uma reflexão profunda sobre como cultura, inovação e inteligência artificial (IA) podem transformar empresas. “A inovação não depende apenas de tecnologia ou ferramentas, ela começa na forma como pensamos e nos preparamos para o novo”, afirmou durante sua palestra. Para Igreja, criar ambientes férteis para novas ideias é essencial. “Empresas que querem gerar inovação precisam criar espaços que incentivem experimentação, colaboração e troca de experiências. Sem isso, qualquer tecnologia, por mais avançada que seja, não terá impacto real”, explicou. Um ponto central foi a adaptabilidade. “O mercado muda rapidamente. Empresas que não conseguem se adaptar e aprender com os erros ficam para trás. A inovação é tanto uma questão de mindset quanto de recursos”, disse. Uma cultura sólida permite que os colaboradores se sintam encorajados a testar novas soluções e aprender continuamente, transformando desafios em oportunidades. A colaboração também foi destacada: “A inovação não é um esforço individual. Ela nasce do coletivo, da capacidade de integrar diferentes perspectivas e da coragem de experimentar. Uma cultura que valoriza a colaboração transforma ideias em soluções concretas e relevantes”, explicou. Igreja também trouxe à tona a importância de aprender com os erros. “Errar não é falhar; é descobrir novos caminhos e aprimorar soluções. Uma cultura que aceita o erro como parte do processo de inovação cria profissionais mais engajados e criativos”, completou. A inteligência artificial foi apresentada como uma ferramenta estratégica, mas com alertas importantes. “A IA é a interface que nos permite pensar no consumidor de forma mais precisa. Usar IA é ótimo para inovação, mas se a empresa depender dela constantemente, perde sua capacidade cognitiva. Estamos tão produtivos que não temos mais tempo para pensar; funcionamos no piloto automático”, alertou. Ele enfatizou que a IA potencializa a inovação, mas que seu efeito depende da saúde mental das equipes. “Se as pessoas estão com burnout, não adianta tecnologia. Precisamos equilibrar produtividade com espaço para reflexão, caso contrário voltamos a vender produtos mais analógicos”, disse. Outro ponto levantado foi a batalha geracional no ambiente corporativo. “As gerações estão defendendo suas próprias formas de trabalhar, especialmente quando falamos de tecnologia. É preciso entender essas diferenças para criar uma cultura inclusiva e colaborativa”, explicou. Igreja reforçou a necessidade de pragmatismo nas empresas. “As organizações devem ser objetivas no planejamento, focar em resolver problemas de forma rápida e eficiente. Uma cultura prática ajuda a transformar ideias em resultados reais”, completou. Segundo ele, tecnologia, cultura e inovação caminham juntas. “O futuro pertence às empresas que entendem que inovar é um processo cultural: é sobre como as pessoas pensam, colaboram, se adaptam e utilizam ferramentas como IA de forma estratégica. Sem cultura, não há inovação sustentável”, concluiu. O público do Conecta Varejo, formado por líderes, executivos e profissionais do setor varejista, saiu da palestra com insights claros e aplicáveis: inovação nasce da cultura, se fortalece na colaboração, se potencializa com inteligência artificial, precisa de pragmatismo e atenção à saúde mental das equipes, e só se concretiza quando as empresas resolvem seus problemas de forma objetiva. Supermercadista, a cultura da sua empresa está aberta a inovar?
13/08/2025
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Transformação digital e inteligência artificial: como o varejo pode e deve explorar essas inovações?
A segunda palestra do segundo dia do Conecta Varejo 2025, trouxe Juliana Noronha, Executiva em Estratégia e Inovação pelo MIT Sloan, e Renate Fuchs, Managing Director da Accenture Brasil, duas referências em transformação digital, com mediação de Mariana Castro, Head de Curadoria do Kes. O debate abordou como a inteligência artificial, automação e cultura digital estão moldando o varejo e a experiência do consumidor. Para nós, supermercadistas, papos como esses são fundamentais para entendermos a melhor forma dos nossos negócios e profissionais lidarem com a tecnologia. Renate Fuchs destacou mudanças no comportamento do consumidor frente à tecnologia. “A gente tem menos paciência com a informação. As pessoas buscam respostas rápidas sobre saúde, finanças e felicidade, muitas vezes recorrendo a vídeos curtos ou realizando auto-diagnósticos online. Isso muda a forma como as marcas precisam se relacionar e oferecer experiências”. Ela também comentou sobre os impactos da tecnologia no trabalho e nas relações sociais. “Nos sentimos mais pressionados no trabalho com a entrada das tecnologias, mas é essencial restaurar o contato humano e criar experiências reais. As marcas precisam pensar em como se conectar genuinamente com o consumidor no mundo digital, sem perder a dimensão social e emocional”. Renate ainda exemplificou o uso da inteligência artificial para personalização de produtos e serviços: “A partir de inteligência generativa, podemos oferecer recomendações mais customizadas, seja para compras, receitas ou produtos, tornando a experiência do consumidor mais eficiente e relevante”. Juliana Noronha complementou ressaltando a importância de experiências reais e autênticas para o engajamento das marcas. “As gerações mais jovens querem experiências que possam tocar e sentir, que conectem digital e físico. Para as marcas, isso significa criar experiências sensoriais significativas e personalizadas, que vão além da simples interação online”. Ela também destacou o papel da IA na personalização do atendimento: “É fundamental conhecer o histórico e as interações do consumidor para oferecer uma experiência autêntica e personalizada. A inteligência artificial ajuda a organizar esses dados, mas o toque humano continua essencial. A personalização não pode se tornar robotizada”. Case de varejistas e recomendações práticas de IA Renate Fuchs trouxe um exemplo de aplicação de inteligência artificial em varejo: “Uma empresa francesa de materiais de construção trabalhou por 2,5 anos com IA de duas formas: uma, para ganhar experiência do consumidor, e a segunda, para apoiar os vendedores. Se você quer pintar a sua casa, pode entrar no site, detalhar o que deseja e a plataforma sugere materiais, quantidade necessária, marcas e onde comprar. Mas muitos clientes ainda preferem ir à loja, conversar com o vendedor, e a IA ajuda o profissional a conhecer melhor o cliente, aumentando a capacidade de venda com recomendações mais precisas”. Juliana Noronha complementou com uma recomendação estratégica: “Cada empresa deve entender primeiro o problema de negócio para escolher a ferramenta correta de IA. Não se trata de aplicar tecnologia por aplicar, mas de usar de forma inteligente para gerar valor real ao cliente e à operação”. A palestra reforçou que a reinvenção do varejo passa por equilíbrio entre tecnologia e humanidade, usando dados e automação para aprimorar experiências, mas sem perder autenticidade, empatia e proximidade com os clientes.
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