
Em julho, supermercados do Rio registram deflação pelo terceiro mês consecutivo. ASSERJ explica cenário

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, registrou subida de 0,26% em julho, segundo os dados divulgados nesta terça-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da leve aceleração na comparação com junho (de 0,02 ponto percentual), o número ficou abaixo do projetado pelo mercado, que esperava uma alta acima de 0,3%. No acumulado de 2025, o indicador soma 3,26%. Já no total dos últimos 12 meses, o índice está em 5,23%, uma queda de 0,09 ponto percentual em relação ao somatório anual encerrado em junho. Já especificamente o varejo supermercadista do Rio de Janeiro registrou deflação no sétimo mês do ano.
Alimentação, mais uma vez, ajuda a segurar alta geral no Brasil. Supermercados do Rio têm baixa de preçosSegundo o IBGE, seis dos nove grupos pesquisados apresentaram alta no país. Os principais responsáveis por pressionar a inflação foram os setores de Habitação (+0,91%) e Despesas Pessoais (+0,76%). Os três grupos a registrar queda nacional foram Vestuário (-0,54%), Comunicação (-0,09%) e Alimentação no Domicílio, que concentra os alimentos e bebidas vendidos no varejo supermercadista, que apontou baixa de 0,69%, a segunda deflação consecutiva.
Considerando somente no cenário do Rio de Janeiro, o índice de inflação de Alimentação no Domicílio recuou 0,68% em julho, o terceiro mês consecutivo de baixa de preços. No acumulado dos primeiros sete meses de 2025, o estado teve a quinta menor inflação entre os entes federativos (e a menor do Sudeste) no setor de Alimentação no Domicílio (+1,73%), abaixo da média nacional (+2,92%).
O consultor econômico da ASSERJ, William Figueiredo, destaca: "Dos alimentos e bebidas vendidos nos supermercados do Rio, 56% tiveram queda de preços em julho, com destaque para: arroz, novamente (-2,58%); contrafilé (-0,87%); alho - novamente (-6,88%); costela (-0,94%); e batata inglesa (-30,97%)".
Produtos de limpeza também registraram baixa em julho nos supermercados do Rio, com descida de 0,62%. A categoria ainda teve a menor inflação do ano no Rio (+1,60%), abaixo da média nacional (2,33%). "Foi o segundo mês consecutivo de queda nos preços de produtos de limpeza, assim como em junho (-0,08%). Foram determinantes para essa deflação: amaciante e alvejante (-2,30%); papel toalha (-0,99%); e água sanitária - novamente (-1,34%)", explica o consultor econômico da ASSERJ.
Números confirmam momento positivoOutro dado a corroborar o bom momento do setor supermercadista é o Índice do Varejo Stone (IVS), que aponta subida de 2,4% nas vendas do segmento brasileiro em julho, com hipermercados e supermercados dentre os empreendimento que registraram crescimento.
Resultado apresenta oportunidades para o varejo supermercadista fluminenseA segunda deflação seguida nas categorias de maior importância para o varejo supermercadista pode apresentar uma janela de oportunidade. Produtos mais baratos nas gôndolas significam alívio no orçamento dos consumidores e maiores possibilidades de atração. Baixa de preços também pode significar a chance de renegociação com fornecedores. Mas atenção, aproveitar oportunidades exige acompanhamento, análise e boa gestão, antecipando fatores futuros que possam reverter a maré de baixa.

