Anvisa suspende marca de café especial por irregularidades sanitárias

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu, na última segunda-feira (3), a fabricação, distribuição, comercialização, propaganda e uso do café especial da marca Vibe Coffee, após constatar uma série de irregularidades sanitárias.

De acordo com a Agência, a empresa não possui licença sanitária e apresenta falhas graves de boas práticas de fabricação, como ausência de rastreabilidade, falta de procedimentos operacionais padrão e condições inadequadas de higienização.

Em nota, a Vibe Coffee informou que não tinha conhecimento da proibição e afirmou que não há autos de infração, notificações ou processos administrativos junto ao órgão. A empresa também declarou ter solicitado espontaneamente uma inspeção da Vigilância Sanitária Estadual para obter orientações técnicas visando à emissão do alvará sanitário. Ainda segundo a marca, foram detectadas irregularidades estruturais e ausência de alguns procedimentos operacionais padrão, mas as adequações já estão em andamento e devem ser concluídas até sexta-feira (7).

Para o consultor técnico de Alimento Seguro da ASSERJ, Flávio Graça, casos como este reforçam a importância de não confundir produção artesanal com produção sem licença sanitária.

“O caráter artesanal está relacionado ao modo de produção, que valoriza técnicas manuais, ingredientes naturais e tradições culturais — mas isso não dispensa o cumprimento das normas sanitárias”, explica Graça. “Mesmo sendo produzidos em pequena escala, esses produtos precisam seguir padrões de higiene, segurança e rastreabilidade, garantindo que sejam seguros para o consumo.”

O especialista lembra ainda que os produtos artesanais podem e devem conter selos de qualidade ou registros sanitários emitidos por órgãos competentes, como Anvisa, MAPA ou vigilâncias municipais e estaduais. “Esse selo não apenas protege o consumidor, mas também valoriza o produtor, aumentando a confiança, a credibilidade e o potencial de comercialização do produto”, reforça Flávio Graça.

A ASSERJ ressalta que o cumprimento das normas de segurança alimentar é essencial para manter a confiança dos consumidores e garantir um ambiente competitivo mais saudável e sustentável no varejo supermercadista.